terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

1 ano porto seguro - mitologia grega

1 ano porto seguro - mitologia grega

Aula sobre o início da filosofia na Grécia antiga
Observação geral: o texto foi concebido para pensarmos nosso presente, assim pode-se (e deve-se) fazer um paralelo entre a Grécia, em especial Atenas, e nossa cidade, a minha Campinas, a de vocês Valinhos.
Como não sei o quanto vocês estão familiarizados com esse assunto, vou apresentar resumidamente o que julgo necessário para discutirmos o começo da filosofia. Antes, porém, é importante lembrar um debate contemporâneo: há ou não há filosofia em outros lugares? Deixemos momentaneamente em suspenso esse problema.
A Grécia Antiga costuma ser descrita com o ‘berço’ do Ocidente. Na verdade, geograficamente, ela é o limite entre o Oriente e o Ocidente. Assim, o comercio, as trocas de produtos e costumes são fundamentais. Em especial Atenas é um lugar de passagem do centro da Grécia mais rural para o litoral Grego, o mar Mediterrâneo.
 (quem puder, olhe um mapa) (pode-se estudar junto ao professor de geografia as paisagens da Grécia Antiga)
Como todo lugar (ontem, hoje e talvez sempre), também Atenas era administrada e organizado por um grupo de pessoas que hoje chamaríamos de elite (os historiadores chamam eles de aristocratas).
Estas capacidades de planejar e organizar a cidade eram transmitidas de pai para filho. Então um político jovem observava para manter a organização da cidade. Mas alguns políticos implantaram algumas inovações, entre eles: Sólon, Drácon, Clístenes, Péricles. (junto ao professor de história pesquisar essas inovações). É importante destacar duas novidades: a escrita e a assembléia.  Com a primeira podia-se registrar as discussões da segunda e, num segundo momento, pensar sobre elas. (ver resenha do José Lins Brandão e Assembléia na Ilíada)
Nas assembléias eram discutidos as guerras, o comercio e algum problema fora do normal. (pesquisa possível) Esses políticos, velhos e novos, reuniam-se e deliberavam. Aquele que dentre os políticos (ou aristocratas, ou a elite) consegue convencer os outros tem um papel de destaque. Um orador pode falar do presente, do passado e do futuro. Um bom orador é aquele que consegue relacionar todos eles.
As primeiras narrativas do Ocidente que chegaram até nós são: a Ilíada e a Odisseia. A primeira conta o 10 ano da guerra de Tróia e a segunda conta a volta de um dos principais generais grego, Odisseu.  (pesquisa possível)
Essas histórias eram contadas por aedos e rapsodos que encontravam-se para formulá-las e depois iam de cidade em cidade declamando-as. Essa atividade deu aos gregos certa unidade lingüística. Mas antes a guerra deu-lhes os laços de amizade.
Pois bem, no século VI a.C., quando esses poemas já eram conhecidos, começou aquilo que mais tarde passou a ser chamado de filosofia, ou melhor, alguns pensadores começaram a se reunir, não para declamar esses poemas, mas para discuti-los. Do mesmo modo, eles discutiam a organização da cidade. Essas escolas começam a organizar as primeiras bibliotecas, irão discutir as formas dos textos.
Então, antes de lermos os filósofos vamos pesquisar a mitologia grega (sugestão de site: http://greciantiga.org/), assim:
  • Escolha um mito;
  • Procure as indicações dos livros onde ele aparece;
  • Se possível, relacione o mito com a história geral do livro;
  • Se possível, relacione o mito grego com os mitos da sua família

Na próxima aula, cada um irá apresentar o mito que escolheu. Depois, na aula seguinte, iremos analisar o mito: o que ele diz e como ele diz.

3 ano porto seguro - Ciência

3 ano porto seguro - Ciência
Antes porém vamos terminar a atividade da aula passada.
Em grupos (de 2 a 5) escolha um diálogo (tema) e pensem em como atualizar a discussão proposta por Platão. Em outros termos, pensem nas estratégias necessárias para conhecer o assunto escolhido.
http://www.umaconversasobrefilosofia.blogspot.com.br/2016/02/para-os-2-e-3-anos-do-colegio-porto.html

Iremos começar a estudar filosofia da ciência. Começaremos com o seguinte exercício:
Escolha uma disciplina que você estuda: física, química, história, geografia, etc., ou escolha um curso superior de alguma universidade, ou uma ciência na p.309 do livro da Chauí:

  • ciências matemáticas ou lógico matemáticas: aritmética, geometria, álgebra, trigonometria, lógica, física pura, astronomia pura, etc;
  • ciências naturais: física, química, biologia, geologia, astronomia, geografia física, paleontologia, etc;
  • ciências humanas ou sociais: psicologia, sociologia, antropologia, geografia humana, economia, linguística, psicanálise, arqueologia, história, etc;
  • ciências aplicadas: todas as ciências que conduzem à invenção de tecnologias para intervir na natureza, na vida humana e nas sociedades, como por exemplo, direito, engenharia, medicina, arquitetura, informática, etc

Siga os seguintes passos:
1 - Tente ver a disciplina como um todo. Tente entender as divisões da disciplina.
2 - Escolha uma área dela.
3 - Depois tente responder as seguintes perguntas? 
a) qual o conhecimento dessa área. 
b) como esta disciplina conseguiu esse conhecimento.
C) qual foi a progressão histórica desse saber.
d) como é usado esse saber. No que ele é útil.

façam algo sintético, pensando numa apresentação de 10 minutos.

2 ano do porto seguro - 1 aula sobre Ética

2 ano do porto seguro - 1 aula sobre Ética
Antes porém vamos terminar a atividade da aula passada.

Em grupos (de 2 a 5) escolha um diálogo (tema) e pensem em como atualizar a discussão proposta por Platão. Em outros termos, pensem nas estratégias necessárias para conhecer o assunto escolhido.
http://www.umaconversasobrefilosofia.blogspot.com.br/2016/02/para-os-2-e-3-anos-do-colegio-porto.html

Ética
Lembre um pouco o seu cotidiano e escreva no seu caderno:
Como você é tratado e como você trata as pessoas:
·          Na sua casa
·          Os seus familiares
·          No bairro onde mora (vizinhos)
·          Na escola
·          Na igreja
·          Outros lugares

Depois em grupos de 2 a 5 pessoas conversem sobre essas formas de tratamento, procurem os pontos em comum e construa frases universais (frases que podem valer para todos). Ex.: nas famílias, as formas de tratamento depende do grau de parentesco.
Na próxima aula, cada grupo irá apresentar suas descrições e conclusões. Cada grupo deve entregar a apresentação por escrito ao professor.
Nas próximas aulas iremos começar ler o que os filósofos falam desse tema.


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

para os 2 e 3 anos do colégio Porto Seguro

para os 2 e 3 anos do colégio Porto Seguro

Diálogos de Platão: 
abaixo há um breve resumo e problemas que foram discutidos por Platão e que (talvez) ainda precisamos conversar sobre eles

Em grupos (de 2 a 5) escolha um diálogo (tema) e pensem em como atualizar a discussão proposta por Platão. Em outros termos, pensem nas estratégias necessárias para conhecer o assunto escolhido.

Apologia
Conta a história da defesa de Sócrates no tribunal de Atenas no ano de 399 a.C.. quais foram as acusações? Como ele se defendeu? Um amigo dele foi ao oráculo e perguntou se havia alguém mais sábio de que Sócrates, diante da negativa do sacerdote, Sócrates, por julgar que nada sabe, foi procurar sábios.
Como funciona um tribunal de justiça? Como ele se constituiu? Como procurar sábios? Que perguntas fazer? Digressão: João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro precisaram criar uma imagem da Clara Nunes (https://www.youtube.com/watch?v=VBMLgfg8YIA)
Eutifron
Antes de ir ao tribunal, Sócrates encontra um sacerdote e com ele discute o que é piedade.
Quais são nossas relações com deus (ou com os deuses)? Quais os costumes que essa religião sugere? Qual é a história dela?
Criton
Sócrates dialoga com Criton na prisão. Eles conversam sobre uma possível fuga, porém Sócrates defende a necessidade de cumprir a lei. “não pagar mal com o mal”.
como podemos participara das decisões coletivas? É preciso seguir o que a maioria decidir? “olho por olho, dente por dente”.
Fédon
Sócrates acredita na imortalidade da alma e tenta convencer, em vão, seus amigos.
Como lidamos (as religiões) com a morte? Há vida após a morte?
Primeira trilogia (eutifron, apologia, criton, Fédon)
Laquete
Alguns pais conversam com Sócrates sobre a educação militar dos seus filhos. Comparar a fala com a ação. Coragem é o conhecimento do medo.
O que nossos pais querem da gente? Como é o passado da sua família? O que é coragem hoje?
Lísis
Sócrates ensina Hipócrates a conquistar Lisis. Não se deve elogiar, mas criticar.
Quem queremos conquistar? O que fazemos? O que é o amor?
Carmides
Sócrates procura jovens interessantes. É preciso cuidar do corpo e da alma. Temperança é o conhecimento de si.
Como inserimos (educamos) nossos jovens no mundo? Como nos tratamos em família e na sociedade.
Alcebíades
Sócrates convence Alcebíades para para falar na assembléia é preciso conhecer a si próprio. Oráculo de delfos: ‘conhece-te a ti mesmo’.
O que e para que falar em público? Como podemos nos conhecer?
Eutidemo
Sócrates conversa com retóricos (sofistas). Trocadilhos lingüísticos. O que é retórica?
Qual é o poder da palavra? Como a usamos?
Menão
Conversa de Sócrates com Menão sobre a virtude e seu ensino. Teoria da reminicencia: nossa alma, antes de nascer, viu o ser, portanto, para saber basta lembrar. Sócrates ensina geometria para o escravo do Menão. Como procurar o que não se sabe?
O que é virtude hoje? O que é ser bom cidadão? Qual nossa relação com aquilo que não sabemos?
Protágoras
Sócrates prepara Hipocrates para aprender sobre virtude com Protágoras que, para tanto, cria o mito de prometeu e o grande discurso. Debate entre Sócrates e Protágoras sobre a virtude. Sócrates analisa um poema.
Como são as escolas? E os professores? Quem defini os currículos? Quem avalia? 
Resenha: https://www.fe.unicamp.br/revistas/ged/rfe/article/viewFile/7255/6137
http://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/cpa/article/view/1767/1302
Górgias
Disputa entre Sócrates, Górgias, Calices e Polo sobre força (poder) e retórica.
Quando a retórica é usada hoje? Como os políticos a usam? E a publicidade?
Fedro
Sócrates conversa com Fedro sobre o discurso e sobre o amor. Como discutir um discurso? Como reconhecer as ações do amante? Mito das cigarras. Parelha alada. Mito sobre a escrita: Thoth e Tamuz.
Como discutir um discurso? Como reconhecer as ações do amante? A escrita (ciência) é superior ao oral (as tradições milenares)?
Filebo – sobre o prazer
República
Síntese dos diálogos anteriores. Como são as pessoas? Como elas vivem? Qual a função do filósofo na sociedade? Como identificar o lugar de cada um na sociedade? O que é a justiça? Mito (alegoria) da caverna.
Que sociedades existiram (existem)? (geografia, história, política)
Timeu
Como o corpo funciona em conjunto com o universo.
Filosofia (pensamento?) oriental: energia. Acupuntura, massagem, medicina oriental. Astronomia. (antropologia)
Banquete (um dos mais bonitos)
Encontro de amigos para conversar sobre o amor. O que é o amor? Mito do nascimento de Eros. Mito dos andrógenos. Ascensão dialética da alma.
http://revistacult.uol.com.br/home/2010/05/amor-platonico/
https://www.academia.edu/17427528/O_amor_na_vida_e_nos_versos_de_Vin%C3%ADcius_de_Moraes
Teeteto (para o cientista)
O que é conhecimento? É sensação? É opinião verdadeira? É opinião verdadeira acompanhada de explicação racional? Maiêutica: Sócrates é parteiro como sua mãe, ajuda as pessoas a produzirem seus conhecimentos.
Como o cientista chega as suas certezas? Quais teorias ele usa?
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000918633
Crátilo (para o lingüista)
O nome é uma convenção ou representa a essência das coisas? Platão discuti os possíveis sentidos das palavras: nomes dos deuses, ações, sentimentos, valores.
Sofista (para o filósofo)
Sócrates aqui só ouve a conversa entre o Estrangeiro de Eleia e Teeteto. O que é o sofista (vendedor de conhecimento)? A imagem? Os que já falaram sobre o ser: Parmênides, Heráclito, Sócrates (teoria da ideias).
Político (para o político)
Mais uma vez Sócrates aqui só ouve a conversa entre o Estrangeiro de Eleia e Teeteto. O que é um político? É um rei? Como se organiza uma cidade.
Trilogia: teeteto, cratilo, sofista, político.

Leis – diálogo sobre leis do ponto de vista histórico.








para os 1 anos do colégio Porto Seguro

para os 1 anos do colégio Porto Seguro

iremos começar a conversar sobre Mito (pensando na mitologia grega)
Mito
O mito é um tema muito discutido na história do ocidente. Na filosofia Empédocles já criticava os mitos que os poetas faziam. Platão (Íon, Protágoras, República, entre outros) e Aristóteles (Poética) também falaram sobre poesia e mitologia. Atualmente muitos falam sobre o mito, talvez o mais famoso seja Joseph Campbell em O poder do mito. Mas há outros, como o Marcelo Pimenta Marques, José Lins Brandão, Laymert Garcia, entre outros.[1] Por isso, não vou apresentar todas as visões sobre o assunto, também não vou tentar sintetizá-las, nem tão pouco hierarquizá-las. Vou apenas falar o que penso que irão cobrar de vocês nos vestibulares e provas. Irei discutir um pouco essa concepção e apresentar algumas reflexões que julgo ser importante para todos nos quando discutimos o mito ou os mitos.
Uma coisa importante é que fala-se da passagem do mito para o logos na Grécia clássica. Por algum motivo surgiu a filosofia, que por sua vez permitiu a existência da ciência. Esta filosofia nasceu na Grécia. Haveria alguma coisa na Grécia de especial para possibilitar o surgimento da filosofia? Eles viviam de maneira diferente de outros povos? Sua mitologia é diferente da mitologia de outros povos?
Pensando nisso, vamos pensar na seguintes dicotomias:
Mito                                     X                             filosofia
Poeta                                                                  filósofo
Rei                                                                        político
Rural                                                                    urbano (comercial)
Oral                                                                      escrito
Tradicional                                                         ‘moderno’
Essas dicotomias inicias podem ajudar-nos a pensar algumas implicações acerca da primeira dicotomia. Pensemos inicialmente a diferença entre cada um deles a partir deles próprios, ou seja, o que um rei acha de um político e um político acha de um rei, o que alguém que vive na cidade acha de alguém que vive no campo, o que um filósofo acha de um poeta e um poeta acha de um filósofo. No caso da filosofia e da poesia podemos fazer o seguinte esquema:
Da Poesia                                Filosofia
Da Poesia                                Poesia
Da Filosofia                            Poesia
Da Filosofia                            Filosofia
Mas vamos discutir um pouco a mitologia grega, mas antes vamos (com o auxilio dos antropólogos) desmembrar a palavra mito:

                                                                              Mito

                               Poesia                                  ritos                      história
                                                              
Rituais normas religiosas            acontecida         inventada
No link anterior
http://www.umaconversasobrefilosofia.blogspot.com.br/2016/02/nascimentos-da-filosofia.html
Falo um pouco sobre algumas características da mitologia grega, mas vale a pena lermos os poetas gregos: Homero, Hesíodo, os Líricos, os Trágicos. E também os comentadores, Vernant.
Há uma concepção de mito que acho importante: o mito apresenta uma estrutura social. Ele revela (apresenta) algo que é comum, algo que se repete. Por exemplo, entre os mitos africanos há o mito do pescador que foi seduzido pela Iemanjá. Eles deitaram-se no fundo do mar e como ele é mortal, não conseguiu sobreviver. Algo desse mito me parece interessante: para quem vive próximo ao mar ele pode ser um mito legítimo, ou seja, ele pode ter vivido situações que o mito buscou representar. Quem, porém não mora próximo ao litoral pode não ter vivido nenhuma situação que o mito represente. Assim, para este o mito não passa de literatura. Porém, se este for morar próximo ao mar? Talvez o mito faça sentido.
Penso que esta distinção é importante: há muitos mitos de muitos povos, o que precisamos saber é qual ou quais mitos regem (conduzem) a nossa vida. Quais coisas repetem-se em nossas vidas e que foram representadas por histórias?
Faça essa ‘pesquisa’ com seus familiares.
Procure também algum lugar mais afastado da área urbana da sua cidade e conversa com as pessoas desse lugar. Quais são suas histórias?
Para quem quiser pesquisar mais, segue links na internet. Destaco os dois primeiros:
palestra com Trajano vieira no 8º Ciclo | Obras-primas da literatura universal: Poesia e heroísmo na Ilíada. https://www.youtube.com/watch?v=fYgU5-cD8X8
https://www.youtube.com/watch?v=PSsOftFgIxM
Oralidade, escrita e literatura. Havelock e os gregos. Resenha feita por jacyntho Lins Brandão http://www.revistas.usp.br/ls/article/viewFile/16021/17591
http://greciantiga.org/
http://www.perseus.tufts.edu/hopper/
https://www.academia.edu/10017963/Hist%C3%B3ria_Antiga_na_Sala_de_Aula
http://marquess56.blogspot.com.br/
http://150.164.100.248/jlinsbrandao/
http://filosofiantigaufmg.blogspot.com.br/
http://www.noesisfilosofia.com.br/
http://www.classica.org.br/
https://www.youtube.com/watch?v=fYgU5-cD8X8
https://www.youtube.com/watch?v=PSsOftFgIxM
http://culturabrasil.cmais.com.br/programas/supertonica/arquivo/literatura-grega-por-trajano-vieira
http://www.revistas.usp.br/ls/article/viewFile/16021/17591





[1] https://www.youtube.com/watch?v=EqYdfpvln04
https://www.youtube.com/watch?v=F523PsJGG_I

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

nascimento da filosofia

Aula para concurso de história da filosofia antiga em jacarezinho
nascimento da filosofia

Objetivo geral: Apresentar os principais problemas relacionados aos primeiros filósofos

Introdução: Por que ainda estudar os primeiros filósofos e a Grécia antiga?
- porque eles são referencias para os filósofos posteriores, como Platão e Aristóteles;
- porque o conhecimento sobre eles foi, é e provavelmente continuará a ser disputado pelos filósofos e comentadores mais próximos a nós;

1 - Primeiro problema: Oposição:  Mito X Razão ou Filosofia X Poesia
Está oposição coloco o problema de interpretação, ou melhor, de onde estamos analisando:
Da Poesia                    Filosofia
Da Poesia                    Poesia
Da Filosofia                Poesia
Da Filosofia                Filosofia
Porém no surgimento destas palavras, mithos e logos, a oposição não era tão marcante, na verdade a duas palavras podem ser traduzidas como palavra, discurso, assim, é preciso verificar como ocorreu esta oposição na história dos textos.

2 - Caracterização preliminar e introdutória da poesia:
O poeta é inspirado, insuflado pelos deuses. Tudo que ele fala é dos deuses. Tudo é divino, as ações humanas, a natureza. O poeta não é questionado. O poeta possui relação com os reis. A cultura grega é oral. Houve um momento onde, na Grécia os reis perderam o poder e assim também o que dizia os poetas deixou de ser propriedade dos reis, passou a ser público. Nos termos de Vernant, o rito se separou do mito. Isso possibilitou  uma maior liberdade da parte dos poetas.

3 - Transição entre a poesia e a filosofia:
Os chamados poetas líricos, principalmente Simônides.
Os sofistas, principalmente Protágoras e Górgias.

4 – primeiros filósofos

Tales, Empédocles, Xenófanes, Parménides e Heráclito

Como era a academia de filosofia de Platão?

Como era a academia de filosofia de Platão?

Essa pergunta, por falta de dados históricos, nunca foi respondida. Por isso, vamos fazer um exercício de reconstrução a partir dos textos que temos. A pergunta é: como Platão ensinava filosofia na sua Academia? Como os alunos aprendiam? As técnicas usadas por Platão para conseguir transmitir a filosofia de Sócrates e também a sua, se é que ainda elas merecem esse nome, são passíveis de serem usadas ainda hoje?
Os alunos de Platão só começavam a estudar filosofia depois de já 'dominarem' as 'disciplinas' básicas da formação de um cidadão ateniense. Essas disciplinas eram: geometria, aritmética, música, astronomia, ginástica, poesia e sofística (retórica). Principalmente poesia, pois sem ela os helênicos não falariam grego. Após este aprendizado básico onde os alunos ficavam 'cansados' de tanto estudá-las a ponto de não agüentarem mais (Protágoras), procuravam os sofistas para aprender: a interpretar os poemas,(Protágoras e Hípias Maior) a administrar sua casa e a cidade, (Protágoras) construir discursos para ser pronunciados na Ágora. (Alcebíades). Só depois de terem aulas com os sofistas, os jovens atenienses poderiam almejar uma vaga na 'academia' de filosofia de Platão.
Mas o que eles estudavam na academia?

A primeira ‘leitura’ obrigatória era Homero. Quando todos já ‘dominavam’ o ‘texto’ Homérico podiam estudar a sua 'lógica'. De dois modos, tanto o conteúdo quanto a forma, ou seja, estudava-se aquilo que Homero dizia e o modo como ele dizia (Hípias Menor). Isto era reproduzido para os outros poetas, como Hesíodo, Simônides e Píndaro. Mas o estudo não ficava por ai, eles faziam exercícios, como se eles próprios fossem poetas, para verificar se de fato tinham aprendido a lição. Esta prática, isto é, se transmutar no seu objeto de estudo era reproduzido para outras áreas do saber, como geometria, aritmética, astronomia, medicina, religião. Assim, eles estudavam todos os matemáticos e o uso que faziam de sua arte. Estudavam todas as músicas e os efeitos delas nos gregos. Estudavam todas as tragédias e comédias, e também compunham para mostrar ao mestre Eurípides. Estudavam a medicina para saber como funciona o corpo humano. Estudavam todas as atividades corporais (ginástica) para saber qual o limite de um corpo saudável. Estudavam todas as religiões para saber como funciona a alma humana e sua ligação com o divino. Estudavam todas as constituições das cidades gregas para saber como o homem se organiza politicamente. Por fim, escreviam tratados sobre: poesia, leis, justiça, beleza, piedade, temperança, amizade, alma, deuses, etc.. Os mais 'adiantados' transformavam esses tratados em diálogos. Claro, com a supervisão Platão.
O hoje, se fossemos alunos de Platão, como seriam nossos estudos?