domingo, 5 de junho de 2016

Francisco Alvares (estágio de Sociologia)

aula de 06 de junho dada no colégio Francisco Álvares referente a estágio de sociologia realizado com o prof Cesar.
o link dos textos completos é:
https://unisantos.academia.edu/TFranco/Papers
quem quiser discutir comigo os textos pode me mandar um e-mail: robsongabioneta@yahoo.com.br
daqui a duas semanas estarei na escola

1 ano Francisco Álvares – Cultura: o que cultuar?

Sobre cultura  – o inicio: comunidade isolada
Uma comunidade (num primeiro momento vamos pensar nela isolada) cria seu modo de viver, seu modo de conviver em grupo, seu modo de se relacionar com o divino, seu modo de plantar, seu modo de construir casas e roupas (em alguns casos, sem roupas), seu modo de falar, de pensar, de dançar, de festejar, de permitir aos jovens se acasalar, de gerar e depois de cuidar dos seus filhos. Porém essas separações são para nós que discutimos a cultura (de outro), para quem as vivi - como se diz por ai - É TUDO JUNTO E MISTURADO. Não se separa a relação com o divino e o modo de se plantar, ou de se cuidar dos filhos.
Quando porém os seres humanos deslocam-se, interessam-se por mulheres e homens de outros lugares, as misturas culturais (e humanas pela geração) tornam-se inevitáveis. um ser que nasce de pais de diferentes culturas vive este conflito diariamente, e por mais que escolha uma delas, não pode fugir da mistura, da miscigenação. A cultura abandonada será sempre uma referencia, ela está no sangue do sujeito, na sua geração, na história da relação dos seus pais. Por mais que o indivíduo queira apagá-la, ela esta viva dento dele. O samba, como o Brasil, é uma mistura. O samba normalmente é descrito como uma mistura da rica melodia européia com a infinita rítmica africana.

Cantar: pensar o sentimento ou sentir o pensamento
Quando falamos de canto, temos três tipos de pessoas: o primeiro é o compositor; o segundo é o cantor; e o terceiro é o ouvinte. O primeiro e o segundo podem ser o mesmo; o primeiro e o terceiro também; o segundo e o terceiro também. Quando alguém canta uma música, ela pode estar falando dos seus sentimentos, dos seus pensamentos ou da sua história. Esses três elementos tornam-se seis quando estão combinados: sentimento de algum pensamento, sentimento da algo que aconteceu; pensamento de um sentimento, pensamento de algo acontecido; algo acontecido por causa de um sentimento ou pensamento. No caso da narração, temos alguns elementos importantes: o narrador, os personagens e o enredo. 

Qual é a nossa (cultura)?
Se fossemos descrever nossa vida (a vida de um ocidental padrão), talvez chegaríamos a essa descrição: nascemos, somos batizados, vamos para a escola, estudamos para se formar (cursos, universidades), trabalhamos, casamos, temos filhos, nos aposentamos e morremos. (para ouvir outra: nascer e florescer da velha guarda da Portela).
Darcy Ribeiro em seu livro (e documentário) o povo brasileiro diz que o Brasil é formado pelo europeu (português), o africano e o índio. O problema é para minimamente se aproximar desses dois últimos temos que ‘esquecer’ do nosso padrão ocidental. Tente fazer isso, procure seus ancestrais. Viaje pelo Brasil para conhecê-los.

Uma pergunta que pode ser feita é: quais são as coisas que nos obrigam a nos relacionar uns com os outros? Quais são os mediadores? Outra pergunta que pode ser feita é: o que produzimos coletivamente? Reunimos-nos para que? Outra seria: qual nosso desejo de continuarmos juntos? O que nos impulsiona?

2 ano Francisco Álvares - Industria cultural Escola de Frankfurt
Indústria cultural é um conceito, uma ideia, apresentada por filósofos marxistas da escola de Frankfurt. Adorno, Horkheimer, Beijamin. Marx, autor que os inspira, pensa que o capitalismo, cujo o centro é a produção de mercadorias, só foi (e é) possível por que houve a expropriação de terras em torno das grandes cidades que ele chamou de expropriação originária.
No que tange a mercadoria, Marx diz que ela possui duas características fundamentais: ela é aquilo que seu uso permite, o valor de uso, e a troca que ela lhe possibilita no mercado, valor de troca. Assim a mercadoria chega no mercado, lugar onde se realiza as trocas, com o valor que o uso lhe possibilita e com a possibilidade de troca que lhe é pertinente.
O uso é limitado, mas a troca não, pode-se trocar qualquer objeto por qualquer outro objeto, porém como determinar o valor deles? Quanto vale uma casa cujo seu terreno foi expropriado? Quanto vale um saco de arroz que foi produzido numa fazenda roubada? Quanto vale uma roupa que é produzida por pessoas escravizadas? E pensando na nossa discussão, em especial, quanto vale realmente uma produção artística: uma música, um CD, uma hora de um músico para animar uma festa, uma banda que toca num bar para as pessoas dançarem?
Para facilitar as trocas, foi inventado o dinheiro. Ele é o equivalente universal. Com ele pode-se comparar tudo. Mas quem produz o dinheiro? Quem determina o valor de cada coisa? É o Estado ou o mercado? Ou os dois? Mas eles conseguem mensurara quanto tempo as pessoas gastam para produzir cada produto? E as coisas imateriais (intangíveis)? Como uma música, um quadro, uma aula de filosofia, uma consulta espiritual, uma consulta médica?
Marx não se preocupa com a cultura, ou melhor, para ele só será possível uma verdadeira arte, e consequentemente uma verdadeira cultura, depois que superarmos o capitalismo e atingirmos o comunismo. Aqui entra a escola de Frankfurt, para eles o capitalismo conseguiu se armar (blindar) de um jeito que não é mais possível a revolução do operariado (classe social que seria o principal agente do comunismo). Só é possível fazer a crítica. Renato Ortiz (p.9) aponta o que para eles são os elementos de crítica: a arte, a cultura e a teoria crítica. Os elementos que se opõem a eles são: a arte a cultura de massa, a cultura a civilização e a teoria crítica o positivismo.
Para eles então a cultura de massa, na qual está dentro a cultura popular, seriam uma degeneração da arte ou da verdadeira arte.
Para eles, assim como para na oferta de uma simples mercadoria existem agenciadores que super-valorizam seu produto, há também ‘mecenas’ que fabricam hits, sucessos. Para isso eles controlam a distribuição e a reprodução dos meios de comunicação. Um dos modos de se criar um sucesso é a repetição. Toca-se a música, apresenta-se a imagem, a propaganda, o filme, até as pessoas aprenderem. Assim, o sucesso não é algo que descreva o que as pessoas sentem ou descrevem algo que aconteceu com elas, as pessoas simplesmente decoram. As pessoas possuem a ilusão que gostam do artista, da música, do filme, quando na verdade, elas apenas estão reconhecendo o que já ouviram.
Uma característica importante da cultura de massa para Adorno, segundo Ortiz é: “ela se realizaria como entretenimento; o público, ao se divertir, seria captado pelo fetichismo do produto, se afastando de qualquer atitude reflexiva”.  Basta a diversão, não importa a letra da música, o conteúdo do filme, da novela, basta que façam as pessoas rirem. Ortiz (p.19) e
"Divertir-se significa estar de acordo" (Adorno, 1969, p. 180).
Assim, por um lado, divertir-se é ocupar-se com algo enquanto não está no mundo do trabalho, por outro lado ao diverti-se se preocupar com sua vidas, com seus problemas, e se entregam a alienação, ou seja, deixa de viver suas vidas para serem escravas do sistema. De algum modo, as pessoas continuam trabalhando mesmo fora do trabalho.

3 ano Francisco Álvares - Estado: uma invenção quase real
Podemos começar discutindo Estado com um definição simples: Estado é um tipo de associação (organização) humana onde um grupo de pessoas ‘cuidam’ (administram) aquilo que é coletivo.  A partir da quantidade de pessoas que formam este grupo temos os nomes que classicamente conhecemos para distinguir um governo do outro. Assim, quando uma só pessoa governa, temos a monarquia; quando poucos, a aristocracia; quando muitos, a democracia; quando todos governam, ainda não temos um nome para representar essa utopia. Uma questão importante é que esse grupo, seja lá qual for o tamanho, sucedeu outro, ou seja, quando um grupo começa a administrar aquilo que é de todos, isso, o cuidado com o que é de todos, já acontecia. Em outros termos, antes de existir Estado, o seres humanos, homens e mulheres, já viviam juntos. Os modernos, com a abstração estado de natureza, naturalizaram o Estado.
dicionário de Abbgnano classifica em três: ‘podem ser distinguidas três concepções fundamentais: 1ª a concepção organicista, segundo a qual o Estado é independente dos indivíduos e anterior a eles; 2ª a concepção atomista ou contratualista, segundo a qual o Estado é criação dos indivíduos; 3ª a concepção formalista, segundo a qual o Estado é uma formação jurídica.’ (2007, p.423)
Distinção do que é público e privado
História: Pré-Estados históricos: cidades gregas (polis), Roma (império romano), cristianismo (criador de uma unificação (as vezes forçada) da Europa). Surgimento do Estado Moderno, revoluções, surgimento do capitalismo. Divisão dos poderes estatais: Executivo, Judiciário e Legislativo. Necessitamos de mais algum? Como os Estados formaram seus exércitos.
Estados dentre de um Estado mais. Marx: Estado: uma invenção da burguesia. Legião Urbana: ‘nosso estado que não é nação’. ‘pra seu governo, o meu estado, é independente’. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário