quarta-feira, 9 de agosto de 2017

7 aula – filosofia moderna sec.XVIII-XIX

7 aula – filosofia moderna sec.XVIII-XIX
Montesquieu – 1689-1755
Divisão do poderes: executivo, legislativo, judiciário.
p.328 David Hume (1711 – 1776).
Vai continuar a discussão sobre propriedade de Locke. Discute a criação das instituições: a estabilidade da posse; a transferência por consentimento; realização dos contratos.
Port. P. 355. Jean Jacques Rousseau (1712-1778)
Rousseau pertence a classe dos pequenos proprietários de terras rurais, também por isso irá criticar a revolução industrial e a cidade grande.
As ciências e as artes traz o vício, por isso é preciso voltar as virtudes guerreiras (como a frente defenderá Nietzsche). Diferente de Smith, a desigualdade é fruto de um processo histórico, onde alguns desfrutam do prejuízo de outros.
Critica o EN de Hobbes pois ele usa categorias da sociedade civil. O homem no EN (o selvagem americano?) é bom moralmente, quer e precisa da paz. Para acabar com o EN os homens criaram as leis.
Todo contrato é revogável e não se pode fazer contrato sobre a vida ou a liberdade, eles não podem ser possuídos. A desigualdade traz as revolução que alimentam ainda mais a desigualdade.
p.362 “o exercício da força pura não tem continuidade a longo prazo e por isso, para ser factível, “a força deve transformar-se em direito e a obediência em dever”. “quanto mais as intenções se aproximam da unanimidade, mais também a vontade geral é dominante”. Os homens fazem contrato em prol da VG e por isso criam instituições. Para tanto, deve se reunir em assembleia em busca do consenso.
Adam Smith (1723-1790)
p.346 os ricos agindo por amor próprio, promovem o bem da sociedade ampliando o mercado, assim, basta que as instituições (o Estado) regule o mercado (protegendo a propriedade e o contrato). Desse modo ocorrerá na sociedade, tal como acontece com todo corpo físico, o MUH (movimento uniformemente Harmónico). No Estado de Natureza não há: divisão do trabalho, propriedade e contrato. Ou seja, cada homem produz para si. O preço natural dos produtos vem do: salário, renda e lucro.
Para Smith o Estado deve estar a serviço da burguesia (comerciantes), além disso deve usar o exército contra as revoltas populares. É preciso acabar com a escravidão e deixar as pessoas serem responsáveis por si próprias. Os escravos são caros.
p. 369 Kant (1724-1804)
Kant e Fiche serão contrários a burguesia inglesa e seus pensadores.
Etapas da sua obra: 1. Racionalista; 2.empirista; 3. Critica; 4. Completa a anterior com a critica do juízo.
Para kant o homem procura as leis a partir de sua finalidade e ao fazer isso para si próprio, está fazendo sua moral. Sendo o homem o único animal que faz isso, ele é a finalidade do universo.
Kant justifica o sofrimento da humanidade em favor do progresso (ciência, arte). Propõe a paz perpetua pois só nela pode-se propor uma moralidade fixa, e não no EN.
Kant acredita que o comercio é feito em paz e induz a comunicação amigável, Dussel porém lembra (nota 1103) que as guerras do sec. XVIII e XIX (e também XX e XXI) são feitas justamente para manter um comercio desigual.
Metafísica em kant é a ciência do a priori, dos conceitos puros.
O EN não é um estado injusto, é um Estado sem direito, portanto sem filosofia. O Estado é a união da multidão em torno da lei que vem da vontade geral. Só é cidadão quem é independente, excluindo assim, a mulher, o servo e o trabalhador.
p. 396. Fichte (1772-1814)
pensa que é preciso proteger os mercados internos da Alemanha contra o capitalismo Inglês, por isso é preciso organizá-lo. O livre comércio impede que países menos desenvolvidos desenvolvam sua tecnologia pois não precisa buscar o conhecimento. Ele é contra a competição desigual.
Há duas classes (de pessoas) fundamentais: 1. A que cuida da extração de produtos naturais; 2. A que manipula esses produtos. Outras classes: comerciantes, professores, militares, governo.
F.G. Schelling (1775-1854)
Schelling diz que kant e Fichte se esqueceram da natureza. Momentos políticos: 1. Revolução do povo; 2. Gênio do artista; 3. O estado deve garantir a cultura e não o comercio.
Hegel (1770-1831)
Dussel classifica Hegel como aquele que mais representa a modernidade europeia vinda da revolução industrial. Inventou a história mundial europeia com a sequencia: grecia, roma, cristianismo (sem o oriente). A vida é tema do jovem Hegel, porém ela aparece nas obras de maturidade de maneira tímida.
p.404. a morte dos progenitores é o começo do estado. O primeiro ethos é a família com o homem como chefe. Nota 1182. A identidade precisa da guerra, da luta com o outro. Na posse surge a primeira determinação, finaliza no produto, na fabricação e se aliena na venda, sendo superada pelo contrato.
Hegel diferencia as classes pelo: trabalho, consumo, cultura, ética.
Há três esferas: 1. A material, da necessidade; 2. A esfera formal, do direito; 3. A esfera estratégica.
401-411. Hegel viu a contradição do capitalismo: a riqueza traz (gera) a pobreza, com o rico ficando cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre.[1] Então Hegel identifica duas soluções: polícia contra as revoltas e colonialismo, jogando a contradição para outro lugar. Desse modo o Estado precisa convencer aqueles que são operários na metrópole a ser aristocrata na colônia (é a eterna busca do butim de guerra).
Negações de Hegel: 1. O povo é indeterminado e por isso sem razão; 2. Os ‘heróis’ fundadores do Estado estão aquém (antes) do direito por isso não precisam estar sujeitados a ele. Além disso os outros povos, por não ter Estado, são dependentes daqueles que tem.
Para Hegel, o Estado (não absolutista) precisa ter duas preocupações, interna (seu povo) e externa. O Estado é divinizado, é a estrutura política máxima, é a última, a mais acabada. Por isso, os países capitalistas são “os missionários da civilização em todo o mundo”, é o espirito universal que engloba os espíritos particulares.
419. Marx (1818-1883)
Interessa-se por política, mas suas maior contribuição foi na economia. Critica a associação entre o Estado e o Cristianismo, como se o estado fosse a manifestação de deus, por isso, marx propõe a secularização da política.
A partir da modernidade o sujeito é livre para ser individual e assim, pelo seu trabalho, pode criar a sua cultura, religião, política, sociabilidade.
A totalidade é a ordem vigente. No capitalismo há uma despolitização do povo e uma superpolitização do Estado.
Marx, no manifesto comunista, explicita rapidamente o surgimento do Estado Burguês: navegação, colonização, comercio, produção, organização administrativa.
p.429, nota 1281. Assim como marx, dussel diz que o objetivo de sua teoria é a libertação dos oprimidos, isto é, fazer justiça. Para tanto, os oprimidos precisam se organizar-se enquanto povo para assim agir politicamente.





[1] Eis que na américa do sul, brasil, Bahia, umas meninas dizem: https://www.letras.mus.br/as-meninas/44262/.

cont. 6 aula - Filosofia moderna – sec.XV-XVII

Filosofia moderna – sec.XV-XVII
Maquiavel (1469-1527)
Maquiavel pretende estudar as causas da instabilidade, da falta de governabilidade dos governos das cidades renascentistas italianas...
E virtu é o carisma político
Dussel p.189. se a virtù é esse fazer-se digno da admiração do povo por sua “astúcia afortunada”, não somente ser amado, mas, também, não ser odiado, o ator carismático deverá cuidar de sua “imagem mítica” diante do povo e dos grandes de dentro e diante dos inimigos de fora.
Ginès de Sepúlveda (1489-1573)
Dussel p.208. O “pai” da filosofia política moderna: Ginès de Sepúlveda (nasceu em 1489, traduziu a política de Aristóteles, apoiou a colonização na américa contra Frei Bartolomé de las Casas, falecido em 1573).
Eis o silogismo será tautológico e autorreferente: A. nos temos regras da razão; b. o outro não tem nossas regras, logo ele é bárbaro; c. o bárbaro não tem direitos e é um perigo para nossa civilização; d. o perigo deve ser eliminado.
Francisco Suárez (1548-1617) - Dussel p.233.
“eu tenho consciência de estar consciente”. A obra Disputationes Metaphysicae teve dezenove edições entre 1597 e 1751, incluenciando Descartes, Spinoza, Leibniz, Vico, Christian Wolff, kant, Shopenhauer, Heidegger, entre outros.
Por natureza, todos os seres humanos nascem livres [mas em comunidade], e por isso, ninguém tem jurisdição política sobre o outro (De legibus, III, 3, p.3)
247. em primeiro lugar o poder.... reside no povo ou comunidade, que o recebe do Criador....
Por natureza, todos os seres humanos nascem livres [mas em comunidade], e por isso, ninguém tem jurisdição política sobre o outro (De legibus, III, 3, p.3)
Dussel diz que o primeiro consenso é a noção de pertencimento a uma comunidade política.
249. nota 662. ... o segundo ato consensual de transferir o poder originário, condicionadamente, a uma autoridade particular...
Dussel apresenta a argumentação de Las Casas: 1. Os portugueses roubam quem não estava em guerra contra eles; 2. Tratam-no como mercadoria; 3. Pregam o cristianismo como se fossem cristãos
Thomas Hobbes (1588-1679)
- estado de natureza: anterior ao pecado original:
No estado de natureza, todos os homens tem o desejo e a vontade de fazer dano... no estado de natureza, o benefício [próprio] é a medida do direito. (Hobbes, 2000, de cive, cap. 1, p.4) [para conservação da própria vida].
- no EM, sem um poder, há guerra de todos contra todos
... durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum que os atemorize a todos, se encontram na condição ou estado que se denomina guerra; uma guerra tal que é a de todos contra todos. (leviatã, parte I, cap.13,8;1998, p.102)
Dussel diz que hobbes usa os conceitos da física da sua época para caracterizar o ser humano: “cada ser humano é como uma mônada (um móvel newtoniano com força que se move por inércia) que, ao mover-se, pode ser atraída por outros móveis, chocar-se contra eles ou sofrer repulsão de outros.
280-281. etapas da a sociedade civil:
1.       Cada indivíduo exerce, transfere ou renuncia ao poder
2.       Todos (menos o rei) devem tender à paz. Mas, para alcança-la, devem negar-se a si mesmos.
3.       A restrição que o indivíduo se impõe a si mesmo aparece como uma transferência, enquanto a renúncia se deposita na vontade de outro eleito, o soberano (o rei). Dussel completa dizendo que essa transferência é negativa, é um negar-se, não oferecer resistência.
Port. P.310. Looke (1632-1704)
Atuou na revolução inglesa. Foi o teórico da elite vencedora. Justificou a pirataria. Só são iguais os homens que: 1. Tem propriedade; 2. Não trabalham; 3. Não são escravos. Justifica que o trabalho deve ser vendido como propriedade. Dussel, usando Marx, critica essa formulação.
“Deus deu o mundo aos homens em comum” (Locke, 1960, §34, p.29). e, agora, a exceção: “podem, apesar de tudo, encontrar-se ainda grande extensões de terras cujos habitantes não se uniram ao resto do gênero humano [leia-se: o liberal burguês inglês] no acordo para o emprego do dinheiro comum e que permanecem incultas”. Ocupar estas terras, então, não é usurpar o direito de ninguém, já que estavam “vazias”, “não cultivadas”.
268... a Europa se impôs ... pela violência das armas. Mas, isto não se pode aceitar publicamente numa sociedade “civilizada” europeia ... era preciso dar-lhe uma “aparência” moral.
Silogismo totalitário:
1.       No estado de natureza todos são iguais e livres
2.       Quem não cumpri isso é fora da lei e inimigo. Nasce o estado de guerra
3.       O juiz só existe no estado civil e não entre as nações
4.       Só deus pode julgar a injustiça ou o ódio que uma nação tem contra outra.
5.       O vencedor tem direito de ser despótico para com o vencido e cobrar as perdas e o ressarcimento
Spinoza (1632-1677)
A peregrinação que a  família de Spinoza  sofreu por ser judia deu o mote para suas investigações. Ele iniciou algo que séculos depois Shleiermacher chamou de Hermenêutica. Defendeu que tudo é vida. Diz também que o mercado  é o que funda a sociedade e que para a sua existência é preciso que o Estado garanta os contratos.