Filosofia moderna –
sec.XV-XVII
Maquiavel (1469-1527)
Maquiavel
pretende estudar as causas da instabilidade, da falta de governabilidade dos
governos das cidades renascentistas italianas...
E virtu é o carisma político
Dussel
p.189. se a virtù é esse fazer-se digno da admiração do povo por sua “astúcia
afortunada”, não somente ser amado, mas, também, não ser odiado, o ator
carismático deverá cuidar de sua “imagem mítica” diante do povo e dos grandes
de dentro e diante dos inimigos de fora.
Ginès de Sepúlveda (1489-1573)
Dussel
p.208. O “pai” da filosofia política moderna: Ginès de Sepúlveda (nasceu em
1489, traduziu a política de Aristóteles, apoiou a colonização na américa
contra Frei Bartolomé de las Casas, falecido em 1573).
Eis
o silogismo será tautológico e autorreferente: A. nos temos regras da razão; b.
o outro não tem nossas regras, logo ele é bárbaro; c. o bárbaro não tem
direitos e é um perigo para nossa civilização; d. o perigo deve ser eliminado.
Francisco Suárez (1548-1617) - Dussel p.233.
“eu
tenho consciência de estar consciente”. A obra Disputationes Metaphysicae teve
dezenove edições entre 1597 e 1751, incluenciando Descartes, Spinoza, Leibniz,
Vico, Christian Wolff, kant, Shopenhauer, Heidegger, entre outros.
Por natureza, todos os seres humanos nascem livres [mas em
comunidade], e por isso, ninguém tem jurisdição política sobre o outro (De
legibus, III, 3, p.3)
247.
em primeiro lugar o poder.... reside no povo ou comunidade, que o recebe do
Criador....
Por natureza, todos os seres humanos nascem livres [mas em
comunidade], e por isso, ninguém tem jurisdição política sobre o outro (De
legibus, III, 3, p.3)
Dussel
diz que o primeiro consenso é a noção de pertencimento a uma comunidade
política.
249.
nota 662. ... o segundo ato consensual de transferir o poder originário,
condicionadamente, a uma autoridade particular...
Dussel
apresenta a argumentação de Las Casas: 1. Os portugueses roubam quem não estava
em guerra contra eles; 2. Tratam-no como mercadoria; 3. Pregam o cristianismo como
se fossem cristãos
Thomas
Hobbes (1588-1679)
-
estado de natureza: anterior ao pecado original:
No estado de natureza, todos os homens tem o desejo e a
vontade de fazer dano... no estado de natureza, o benefício [próprio] é a
medida do direito. (Hobbes, 2000, de cive, cap. 1, p.4) [para conservação da
própria vida].
- no
EM, sem um poder, há guerra de todos contra todos
... durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum
que os atemorize a todos, se encontram na condição ou estado que se denomina
guerra; uma guerra tal que é a de todos contra todos. (leviatã, parte I,
cap.13,8;1998, p.102)
Dussel
diz que hobbes usa os conceitos da física da sua época para caracterizar o ser
humano: “cada ser humano é como uma mônada (um móvel newtoniano com força que
se move por inércia) que, ao mover-se, pode ser atraída por outros móveis,
chocar-se contra eles ou sofrer repulsão de outros.
280-281.
etapas da a sociedade civil:
1.
Cada indivíduo exerce, transfere ou renuncia ao
poder
2.
Todos (menos o rei) devem tender à paz. Mas,
para alcança-la, devem negar-se a si mesmos.
3.
A restrição que o indivíduo se impõe a si mesmo
aparece como uma transferência, enquanto a renúncia se deposita na vontade de
outro eleito, o soberano (o rei). Dussel completa dizendo que essa
transferência é negativa, é um negar-se, não oferecer resistência.
Port.
P.310. Looke (1632-1704)
Atuou
na revolução inglesa. Foi o teórico da elite vencedora. Justificou a pirataria.
Só são iguais os homens que: 1. Tem propriedade; 2. Não trabalham; 3. Não são
escravos. Justifica que o trabalho deve ser vendido como propriedade. Dussel,
usando Marx, critica essa formulação.
“Deus
deu o mundo aos homens em comum” (Locke, 1960, §34, p.29). e, agora, a
exceção: “podem, apesar de tudo, encontrar-se ainda grande extensões de terras
cujos habitantes não se uniram ao resto do gênero humano [leia-se: o liberal
burguês inglês] no acordo para o emprego do dinheiro comum e que permanecem
incultas”. Ocupar estas terras, então, não é usurpar o direito de ninguém, já que
estavam “vazias”, “não cultivadas”.
268...
a Europa se impôs ... pela violência das armas. Mas, isto não se pode aceitar
publicamente numa sociedade “civilizada” europeia ... era preciso dar-lhe uma
“aparência” moral.
Silogismo
totalitário:
1.
No estado de natureza todos são iguais e livres
2.
Quem não cumpri isso é fora da lei e inimigo.
Nasce o estado de guerra
3.
O juiz só existe no estado civil e não entre as
nações
4.
Só deus pode julgar a injustiça ou o ódio que
uma nação tem contra outra.
5.
O vencedor tem direito de ser despótico para com
o vencido e cobrar as perdas e o ressarcimento
Spinoza (1632-1677)
A
peregrinação que a família de
Spinoza sofreu por ser judia deu o mote
para suas investigações. Ele iniciou algo que séculos depois Shleiermacher
chamou de Hermenêutica. Defendeu que tudo é vida. Diz também que o mercado é o que funda a sociedade e que para a sua
existência é preciso que o Estado garanta os contratos.
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