terça-feira, 24 de abril de 2018

Questões de filosofia antiga (todas as turmas)


na última aula fizemos um exercício a partir das questões de filosofia antiga do Enem e da Unicamp
fizemos até a questão 8, mas inicialmente iremos discutir até a 4


FILOSOFIA ANTIGA NO ENEM E UNICAMP
1- (UEL/PR) Mito e Filosofia, a segunda se desvincula da primeira.
"Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos puseram a serviço do seu problema último - da origem e essência das coisas - as observações empíricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas próprias, bem como no modo de submeter ao pensamento teórico e casual o reino dos mitos, fundado na observação das realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo." Fonte: JAEGER, W. Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia na Grécia, é correto afirmar:
a) Em que pese ser considerada como criação dos gregos, a filosofia se origina no Oriente sob o influxo da religião e apenas posteriormente chega à Grécia.
b) A filosofia representa uma ruptura radical em relação aos mitos, representando uma nova forma de pensamento plenamente racional desde as suas origens.
c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula dos mitos de forma gradual.
d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma vez que o pensamento filosófico necessita do mito para se expressar.
e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava respostas para problemas que até hoje são objeto da pesquisa filosófica.
2 - (PUC/SP-2007) Mito e Filosofia
“No caso da Grécia, a evolução intelectual que vai de Hesíodo (séc. VIII a.C.) a Aristóteles (séc. IV a.C.) pareceu-nos seguir, no essencial, duas orientações: em primeiro lugar, estabelece-se uma distinção clara entre o mundo da natureza, o mundo humano, o mundo das forças sagradas, sempre mais ou menos mesclados ou aproximados pela imaginação mítica, que às vezes confunde esses diversos domínios” (…) (Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos, 1990). A partir da citação acima e de seus conhecimentos, pode-se afirmar que, no período indicado, os gregos:
a) Separavam completamente a razão do mito, diferenciando a experiência humana de suas crenças irracionais .
b) Acreditavam em seus mitos, relacionando-os com acontecimentos reais e usando-os para entender o mundo humano.
c) Definiram o caráter irracional do ser humano, garantindo plena liberdade de culto e crença religiosa.
d) Privilegiavam o mundo sagrado em relação ao humano e natural, recusando-se a misturar um ao outro.
e) Defendiam a natureza como um reino intocável, tomando o homem como um risco para o bem-estar do mundo.
3 – (Enem 2015) Nietzsche, pré-socráticos, Tales e Parmênides: tudo vem da água, pois tudo é um.
A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos  nela e levá-la a sério? Sim, e por três rações: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999. O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?
A o impulso para transformar os elementos sensíveis em verdades racionais.
B O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.
C A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.
D A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.
E a tentativa de justificar a partir de elementos empíricos, o que existe no real.
4 - (UFU-MG) Pré-Socráticos, Heráclito: tudo é fluxo; Parmênides: tudo é um
Leia os seguintes fragmentos, atribuídos, respectivamente, a Heráclito de Éfeso e a Parmênides de Eléia:
Frag.51: Não compreendem como o divergente consigo mesmo concorda; harmonia de tensões contrárias, como de arco e lira. os pré-socráticos. são paulo: abril cultural, 1973, p. 84. (col. os pensadores)
Frag. 8, 26-28,34-36: Por outro lado, imóvel em limites de grandes liames é sem princípio e sem pausa, pois geração e perecimento bem longe afastaram-se, rechaçou-os fé verdadeira (...) (...) O mesmo é pensar e em vista do que é pensamento. Pois não sem o que é, no qual é revelado em palavra, acharás o pensar (...). sobre a natureza, vv. 8, 26-28; 34-36. os pré-socráticos. são paulo: abril cultural, 1973, p. 149. (col. os pensadores)
Tomando os fragmentos citados como referência, assinale com (V) as afirmativas verdadeiras e com (F) as afirmativas falsas.
1- ( ) Para Heráclito, a guerra entre contrários, como as tensões do arco e das cordas de uma lira, geram uma unidade. Tal unidade expressa a harmonia segundo a qual o kosmos é ordenado num equilíbrio dinâmico de sucessão de opostos, movimento contínuo e pluralidade, cujo Logos é Um.
2 - ( ) O ser parmenidiano é ingênito, incorruptível e, por conseguinte, imóvel, imutável e uno. Sempre idêntico a si mesmo, o ser não admite diferenciações. Ser e pensamento coincidem, se há ser, então o não-ser é impossí- vel e impensável, por isso, os opostos não podem coexistir ou alternar-se um ao outro.

3 - ( ) Heráclito, ao contrário de Parmênides, concebe toda a physis como um fluxo incessante e como multiplicidade que exclui a possibilidade de alternância de opostos no kosmos. A afirmação de que ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio indica que o movimento contínuo das coisas sensíveis ocorre num sentido que não admite a contradição.
4 -( ) Parmênides, ao identificar o ser imutável, incorruptível e imóvel com o pensamento, mostra que o "caminho da verdade" surge a partir do devir e da multiplicidade que caracterizam a physis. O pensamento e o logos formamse a partir dos sentidos e da percepção do múltiplo, já que o pensamento depende da existência de algo real.

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