quinta-feira, 12 de março de 2020

Música Brasileira no Mascarenhas - Introdução e minha trajetória

Música Brasileira no Mascarenhas

A música é algo muito abrangente e complexo, mas pretendo nesse curso iniciar aqueles que nunca estudaram música e conversar com aqueles que já estudam. Do mesmo modo que caminhamos e falamos, também fazemos música. Com isso quero dizer que a música é algo inato a todos. Todos nós fazemos música o tempo todo. Assim não precisamos de professores para nos ensinar algo que nos é natural. Porém, há muitas tradições na música, daí necessitamos de pessoas que nos ajude no entendimento dessas tradições. Pretendo fazer isso: ajuda-los no entendimento da música produzida no Brasil (se der tempo podemos conversar sobre as músicas produzidas fora do Brasil). Pretendo também conversar com vocês sobre as formas de ouvir, produzir sons e tocar juntos. Assim, foi sugerir exercícios e atividades para fazermos isso.
Antes é preciso nos atentarmos para algumas coisas: eu, Robson Gabioneta, tenho 40 anos, gosto de músicas da minha geração (samba, rap, funk, axé, mpb), vocês possuem entre 13 e 15 anos, evidente que teremos gostos diferentes, por isso é preciso paciência mútua.
Minha trajetória musical é a seguinte: aos 15 anos minha família comprou para meu pai um violão, como ele só brincava com o instrumento eu peguei para aprender (canto a música Naquela mesa para lembrar essa experiência). Pedi dicas para vários amigos e aos 17 anos fiz aula com o Breno Lopes por 4 meses. Tenho um tio em São Paulo que também me ajudou. Nessa época comecei a compor. Ouvia todas as músicas que passavam nas rádios e na TV, em especial na radio 105,1 e na MTV. Nessa época comecei a trabalhar, a estudar e a ser catequista de crisma da Igreja católica, assim comecei a tocar menos, mas continuava ouvindo com atenção. Em 2009 um grupo de amigos começou a fazer toda a semana uma roda de samba na Unicamp (onde fiz os cursos de Filosofia, Sociologia, Mestrado em Filosofia e agora Doutorado em Educação). Meu irmão tinha um repique que estava parado e peguei para aprender e tocar. Em 2011 fiz cursos de samba no pé com Henrique Carioca. Em 2011 e 2012 fiz um curso de roda de samba com Eduardo Fiorussi. Com ele aprendi a tocar tamborim. Em 2014 comecei a tocar cavaquinho. Em 2017 participei das oficinas de pandeiro do Raul Pinheiro. Em 2019, junto Claudinei e Nico, tivemos algumas conversas teóricas com Douglas Ferreira.
Em 2013, quando os encontros eram menos regulares, um amigo, Thiago Franco, propôs que escrevêssemos sobre Samba e filosofia/sociologia. Chamamos para escrever conosco: Fernando, Raul e Lucas. Assim escrevemos textos sobre: Vinícius de Moraes, Adoniran Barbosa, Bezerra da Silva e Fundo de Quintal. Fizemos os textos até 2016. Em 2017, junto com o músico Otávio, demos três cursos na Unicamp a partir desses textos no Programa UniversIDADE (cursos livres para pessoas com mais de 50 anos). Uma introdução desses textos podem ser vistas no meu canal no Youtube (lá também estão os links para os textos):
https://www.youtube.com/channel/UCnC0JWETgZPd_wram69bdPA/videos
Destaco desses textos o grupo Fundo de Quintal. Esse grupo, antes de gravar e mudar a história do samba, assim como nós, se reunia toda a semana para tocar samba. Inicialmente gostaria de fazer isso como vocês: toda a semana, as sextas-feiras vamos nos encontrar para ouvir e tocar as músicas que gostamos.

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