Aristóteles –
19/04
Daqui para
frente o conteúdo da filosofia começará a ficar sequencial e um tanto mais
complicado, por isso, é importante que vocês façam revisões regulares para não
esquecer aquilo que já vimos. Vocês podem simplesmente ler os textos das aulas
anteriores, mas também podem lê-los em voz alta e até caminhar lendo.
Hoje iremos
ver alguns elementos da filosofia de Aristóteles.
Aristóteles
foi aluno da Academia de Platão por 20 anos. Apesar de ser um dos destaques da
escola, não assumiu o lugar de Platão quando este morreu. Por isso, abriu uma
outra escola chamada Liceu. Aristóteles também foi tutor de Alexandre, O
grande.
De Aristóteles
para frente, em geral, os filósofos ou estarão preocupados com a política e/ou
com o conhecimento (científico), e também com a religião (que não deixa de ser
política).
Os textos
que nos chegaram de Aristóteles são na sua maioria anotações de aula. É dito
que ele, assim como Platão, escreveu em forma de diálogo, porém esses textos
não chegaram até nós. Bom, Aristóteles revisou toda a filosofia anterior a ele,
por isso é considerado o primeiro historiador da história da filosofia. Ele também
inventou a lógica e também é considerado o precursor da ciência.
Aristóteles diz
que a filosofia deve se ocupar de discutir os princípios de tudo. Para ele o
primeiro princípio é o princípio da não-contradição (PNC). Esse princípio diz “o
mesmo atributo não pode, ao mesmo tempo, pertencer e não pertencer ao mesmo
sujeito com a relação à mesma coisa” (Aristóteles, Livro IV, cap. 3, 1005b 19 –
21). Outros dois princípios são conseqüência deste: princípio de identidade
(PI) (uma coisa é idêntica a si mesmo) e princípio do terceiro excluído (PTE)
(ou o sujeito tem um atributo ou tem o seu contrário, não há uma terceira
opção). Com esses princípios podemos conhecer as coisas, isto é, podemos
construir frases que falem sobre como as coisas são. Para que as frases com pretensão
de conhecimento, elas precisam ter uma determinada forma, o silogismo. O silogismo
é uma frase onde a conclusão decorre necessariamente de premissas. Por exemplo:
Todos os
homens são mortais
Sócrates é
homem
Logo, Sócrates
é mortal
Geralmente isso
é representado assim:
A é B
C é A
C é B
Ou
Para conseguir
identificar o sujeito (que tem substancia) Aristóteles se vale de dois
recursos: as categorias e as quatro causas:
As categorias
são duas: a substancia (essência, o que o ser é sendo) e os acidente
(qualidade, quantidade, relação, ação realizada, ação sofrida, estado, tempo,
lugar, posição).
As quatro
causas são: material (do que uma coisa é feita); formal (qual a forma); motor
(o autor da mudança) e a final (a finalidade da substancia). Ex: uma estátua de
bronze tem como causa material o bronze, formal a figura da estátua, o motor o
escultor, a finalidade para enfeitar uma praça ou representar algum importante.
Tudo isso
tem relação com a linguagem ou com a epistemologia (teoria do conhecimento),
também chamada de metafísica aristotélica. Vejamos algumas outras áreas.
Física: para Aristóteles todo o corpo tendo ao seu
lugar natural, assim, cada um dos quatro elementos, agua, ar, fogo, terra,
possui o seu lugar natural, assim, quando se tira essa substancia do seu lugar
natural, ela naturalmente vai para esse lugar.
Política: para Aristóteles o homem é naturalmente um
animal político, pois possui linguagem e portanto consegue distinguir o bom do mal.
Ética: entre outras coisas Aristóteles diz que
ninguém pode se considerar virtuoso até o fim da vida, pois algo pode acontecer
e mudar essa opinião. Diz que para conseguir a virtude é necessário identificar
a mediania em cada situação, por exemplo: o corajoso precisa identifica o meio
entre a audácia e a covardia. Do mesmo jeito para a prudência, a temperança, o
pudor, a justiça.
Estética: Aristóteles escreveu um tratado sobre as
poesias gregas, em especial, sobre as tragédias. O que ele descreveu sobre elas
passou a ser por um certo tempo (e em alguns lugares ainda é) referencia de
como deveria ser uma obra de arte (e também como tem que ser classificada,
começando assim, algo que ficou conhecido como teoria literária). Basicamente
ele qualifica as tragédias (a referencia é Édipo Rei) assim: a imitação do
acontecimento tem que ocorrer em um dia, num único lugar e possuir uma só ação,
tem que ter uma reviravolta na vida do herói (isto é, mudança de máximo de
felicidade para o máximo de infelicidade, ou vice-versa), tem que haver catarse
(isto é, purgação, eliminação do sentimento ‘ruim’). Outras informações ver: http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0589#notae
Vídeos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário