terça-feira, 2 de maio de 2017

4 aula Proceu - 19/04 - Aristóteles

Aristóteles – 19/04

Daqui para frente o conteúdo da filosofia começará a ficar sequencial e um tanto mais complicado, por isso, é importante que vocês façam revisões regulares para não esquecer aquilo que já vimos. Vocês podem simplesmente ler os textos das aulas anteriores, mas também podem lê-los em voz alta e até caminhar lendo.
Hoje iremos ver alguns elementos da filosofia de Aristóteles.
Aristóteles foi aluno da Academia de Platão por 20 anos. Apesar de ser um dos destaques da escola, não assumiu o lugar de Platão quando este morreu. Por isso, abriu uma outra escola chamada Liceu. Aristóteles também foi tutor de Alexandre, O grande.
De Aristóteles para frente, em geral, os filósofos ou estarão preocupados com a política e/ou com o conhecimento (científico), e também com a religião (que não deixa de ser política).
Os textos que nos chegaram de Aristóteles são na sua maioria anotações de aula. É dito que ele, assim como Platão, escreveu em forma de diálogo, porém esses textos não chegaram até nós. Bom, Aristóteles revisou toda a filosofia anterior a ele, por isso é considerado o primeiro historiador da história da filosofia. Ele também inventou a lógica e também é considerado o precursor da ciência.
Aristóteles diz que a filosofia deve se ocupar de discutir os princípios de tudo. Para ele o primeiro princípio é o princípio da não-contradição (PNC). Esse princípio diz “o mesmo atributo não pode, ao mesmo tempo, pertencer e não pertencer ao mesmo sujeito com a relação à mesma coisa” (Aristóteles, Livro IV, cap. 3, 1005b 19 – 21). Outros dois princípios são conseqüência deste: princípio de identidade (PI) (uma coisa é idêntica a si mesmo) e princípio do terceiro excluído (PTE) (ou o sujeito tem um atributo ou tem o seu contrário, não há uma terceira opção). Com esses princípios podemos conhecer as coisas, isto é, podemos construir frases que falem sobre como as coisas são. Para que as frases com pretensão de conhecimento, elas precisam ter uma determinada forma, o silogismo. O silogismo é uma frase onde a conclusão decorre necessariamente de premissas. Por exemplo:
Todos os homens são mortais
Sócrates é homem
Logo, Sócrates é mortal
Geralmente isso é representado assim:

A é B
C é A
C é B
Ou
A                     B
C                     A
C                     B

Para conseguir identificar o sujeito (que tem substancia) Aristóteles se vale de dois recursos: as categorias e as quatro causas:
As categorias são duas: a substancia (essência, o que o ser é sendo) e os acidente (qualidade, quantidade, relação, ação realizada, ação sofrida, estado, tempo, lugar, posição).
As quatro causas são: material (do que uma coisa é feita); formal (qual a forma); motor (o autor da mudança) e a final (a finalidade da substancia). Ex: uma estátua de bronze tem como causa material o bronze, formal a figura da estátua, o motor o escultor, a finalidade para enfeitar uma praça ou representar algum importante.
Tudo isso tem relação com a linguagem ou com a epistemologia (teoria do conhecimento), também chamada de metafísica aristotélica. Vejamos algumas outras áreas.
Física: para Aristóteles todo o corpo tendo ao seu lugar natural, assim, cada um dos quatro elementos, agua, ar, fogo, terra, possui o seu lugar natural, assim, quando se tira essa substancia do seu lugar natural, ela naturalmente vai para esse lugar.
Política: para Aristóteles o homem é naturalmente um animal político, pois possui linguagem e portanto consegue distinguir o bom do mal.
Ética: entre outras coisas Aristóteles diz que ninguém pode se considerar virtuoso até o fim da vida, pois algo pode acontecer e mudar essa opinião. Diz que para conseguir a virtude é necessário identificar a mediania em cada situação, por exemplo: o corajoso precisa identifica o meio entre a audácia e a covardia. Do mesmo jeito para a prudência, a temperança, o pudor, a justiça.
Estética: Aristóteles escreveu um tratado sobre as poesias gregas, em especial, sobre as tragédias. O que ele descreveu sobre elas passou a ser por um certo tempo (e em alguns lugares ainda é) referencia de como deveria ser uma obra de arte (e também como tem que ser classificada, começando assim, algo que ficou conhecido como teoria literária). Basicamente ele qualifica as tragédias (a referencia é Édipo Rei) assim: a imitação do acontecimento tem que ocorrer em um dia, num único lugar e possuir uma só ação, tem que ter uma reviravolta na vida do herói (isto é, mudança de máximo de felicidade para o máximo de infelicidade, ou vice-versa), tem que haver catarse (isto é, purgação, eliminação do sentimento ‘ruim’). Outras informações ver: http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0589#notae
Vídeos:

Nenhum comentário:

Postar um comentário