terça-feira, 16 de outubro de 2018

Resumo das atividades do Ano - Todas as turmas


Atividades de filosofia para o Ensino Médio. Robson Gabioneta. Algumas deles estão no blog: www.umaconversasobrefilosofia.blogspot.com.br e/ou no canal do youtube: https://www.youtube.com/channel/UCnC0JWETgZPd_wram69bdPA/vídeos
1 - Crie uma história (real ou inventada) e uma generalização a partir dela. Depois escolha uma palavra e siga a seguinte sequencia para analisa-la: 1. Observe com quais palavras esta palavra está ligada, a partir disso escreva os possíveis sentidos dessa palavra; 2. Faça perguntas para a palavra, para a frase e para a história a fim de entendê-la melhor (uma para cada); 3. Que ações a frase provoca se supusermos que ela é verdadeira; 4. Qual a opinião dos seus amigos e familiares sobre a frase.
2 – Repita o exercício com ditados populares e/ou com frases soltas de escritores (filósofos, sociólogos, historiadores).
3 – Repita o exercício da atividade 1 na análise de textos (ou imagens, ou filmes) mais longas: poema e/ou letra de música. Ache uma frase ou crie uma que sintetize o texto inteiro. Depois de analisar a frase, volte a ler o texto e compare a frase sintética com todas as outras.
4 – Conversem com seus parentes acerca das experiências da sua família: como seus pais e avós se conheceram; houve migração; eles sempre viveram na cidade ou vieram do campo para a cidade; como foi a adaptação; como eles aprenderam a profissão que exercem hoje.
http://umaconversasobrefilosofia.blogspot.com/2018/08/analise-de-uma-frase-qualquer-em.html
5 – Em dupla ou trio, escolha dois profissionais (pode ser algum parente) e conversem com eles sobre seus trabalhos. A conversa pode ser mais espontânea, mas tente saber o seguinte: 1. Qual o saber deste profissional; 2. Como adquiriu este saber; 3. Qual a função social dele. 4. Qual conceito ou conceitos este profissional convive no dia a dia. Exemplo: o médico sabe medicina e adquiriu estudando e praticando, sua função é cuidar das pessoas doentes, ele pode nos explicar acerca da saúde.
6 – Conversem de novo com o profissional, se possível visite o local de trabalho desse profissional. Pergunte a ele o seguinte: 1. Com quais profissionais ele depende para poder exercer sua profissão; quais os interesses que eles têm em comum; se possível conversem com eles; 2. Quais são as pessoas que dependem deste profissional; como é a relação entre eles; 3. Como este profissional se relaciona com o Estado; como o Estado interfere na atividade profissional deste profissional; quais são as leis que regulam sua atividade. Se for o caso, peça autorização para gravar a conversa e/ou para anotar num caderninho.
http://umaconversasobrefilosofia.blogspot.com/2018/08/conversa-com-profissionais.html
7 – Conversem de novo com o profissional e peça a ele três (3) frases acerca do conhecimento que ele possui sobre um conceito, uma frase que valha para todos, que tenha pretensão de universalidade. Por exemplo, os médicos falam sobre saúde, então uma frase que ele poderia formular seria: andar em dupla ou trio 15 minutos todos os dias conversando sobre filosofia faz bem para a saúde.
8 - Na República de Platão, entre outros, aparecem os seguintes conceitos: dívida, amizade, felicidade, inimizade, infelicidade, justiça, injustiça, educação, poesia (música), conhecimento, partes da alma, tipo de cidade, tipos de administração da cidade, bens que se desejam por si e por outro, ideias, coisa fabricada e imagem. Escolha dois (2) deles e: 1. Descreve como esses conceitos aparecem no texto (use as etapas de análise de uma frase do exercício 1); 2. Discuta como esse conceito altera a sua (e a nossa) vida.
9 – Os temas principais da República de Platão são: imagem, conhecimento, riqueza e guerra. Leia novamente o resumo e pesquise na internet e/ou no livro didático estes temas. Pense e escreva como esses conceitos alteram a discussão que vocês fizeram no exercício 8. Ver: Canção do senhor da guerra. http://umaconversasobrefilosofia.blogspot.com/2018/08/turmas-de-filosofia-resumo-da-republica.html
10 – Pesquise na internet e/ou no livro didático algumas das grandes áreas da filosofia: teoria do conhecimento (epistemologia, ciência); ética (moral); estética (arte); ontologia (lógica, metafísica); divino (religião); política (Estado, sociologia, história, antropologia). Observem os principais autores de cada período (filosofia antiga, medieval, etc) e os principais conceitos.
11 – Em dupla ou trio voltem aos exercícios de um a sete (1 a 7) e liste as frases universais que vocês criaram. Classifique essas frases em um das grandes áreas da filosofia (epistemologia, arte, politica, etc). Depois observe como uma frase de relaciona com a outra: quais são opostas, quais são complementares, o que elas têm em comum. Junte aquelas que são complementares e confrontem aquelas que são opostas.
Ver pag. 42 do artigo O papel da maiêutica na luta de gigantes de nos gêneros supremos. Ele pode ser visto em: https://www.academia.edu/37517964/O_papel_da_mai%C3%AAutica_na_luca_de_gigantes_de_nos_g%C3%AAneros_supremos
12 – Escolham uma música antes da aula. Depois, em círculo, cada um apresenta a sua música. A ideia é todos tentarem acompanhar aquele que está conduzindo do seguinte modo: escute com atenção a música e tente ouvir o som que você está fazendo. No que tange a melodia, tente cantar baixinho junto para tentar aprender; quanto ao ritmo tente perceber a pulsação da música. Depois cada um lê a letra da música inteira e apresenta qual a ideia da música, o que ela diz e como. Por fim, todos discutem quais os movimentos (dança, comportamento) a música sugere.
13 – Andem pela sala (ou no pátio) conversando com seus amigos sobre o que estudaram durante o ano: como é a vida das suas famílias, quais são as áreas e conceitos que a filosofia discute que mais chamaram sua atenção e como  podemos discutir sobre nossa sociedade.
Sugestão de como vocês podem proceder para responder questões de múltipla escolha de filosofia (mas acho que isso pode ser usado para outras disciplinas), como são as provas do Enem:
Questão 1 – (Enem 2015)  A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?
A A tentativa de justificar a partir de elementos empíricos, o que existe no real
B O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.
C A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.
D A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.
1ª justificativa: a pergunta da questão é: Como Nietzsche caracterizava o surgimento da filosofia entre os gregos?
Identificada a pergunta, sugiro que vocês procurem no enunciado o que é dito sobre a pergunta. Nietzsche dá três razões para justificar porque a proposição 'a água é a origem e a matriz de todas as coisas': 1. pois ela enuncia algo sobre a origem; 2. ela enuncia a origem sem imagem ou fabulação; 3. nela está contida a frase: 'tudo é um' (de Parmênides) de maneira clara.
Com a pergunta e o que diz o enunciado sobre a pergunta, vamos para as alternativas:
a alternativa A está errado por causa da justificativa 1 (muitos tiverem dificuldade de entender o empírico. Empírico vem de empiria, aquilo que é resultado da experiência. É um conceito da filosofia moderna onde se isola um determinado evento e a partir dele o pesquisador constrói uma teoria).
a alternativa B está errado por causa da justificativa 2
a alternativa C está certa por causa das justificativa 1,2 e 3
a alternativa D está errada por causa da justificativa 3 (também aqui o examinador usou um conceito da filosofia moderna: método)
2ª justificativa: o examinador quer que você saiba que para Nietzsche a filosofia grega surgiu pela tentativa de explicar a origem de tudo sem recorrer as imagens criadas pelos poetas, mas recorrendo a razão. (para sacanear o Nietzsche podíamos perguntar se a razão não também um tipo de imagem?)
É muito importante que vocês fiquem atentos a esse procedimento. Temo que sem esse cuidado vocês terão muita dificuldade em revolver uma questão de filosofia do enem. É importante também vocês irem se apropriando dos exercícios que vocês forem fazendo, anotem as ideias gerais das questões e as palavras que vocês não entenderam.


quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Correção das provas - João Lourenço

Correção das provas para todas as turmas do João Lourenço Rodrigues 

Vou reproduzir e comentar a prova do 3 bimestre, na primeira questão vou sugerir como vocês podem proceder para responder questões de múltipla escolha de filosofia (mas acho que isso pode ser usado para outras disciplinas), como são as provas do enem.

Questão 1 – (Enem 2015)  A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos  nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?
A A tentativa de justificar a partir de elementos empíricos, o que existe no real
B O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.
C A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.
D A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.

1ª justificativa: a pergunta da questão é: Como Nietzsche caracterizava o surgimento da filosofia entre os gregos?

Identificada a pergunta, sugiro que vocês procurem no enunciado o que é dito sobre a pergunta. Nietzsche dá três razões para justificar porque a proposição 'a água é a origem e a matriz de todas as coisas': 1. pois ela enuncia algo sobre a origem; 2. ela enuncia a origem sem imagem ou fabulação; 3. nela está contida a frase: 'tudo é um' (de Parmênides) de maneira clara.
Com a pergunta e o que diz o enunciado sobre a pergunta, vamos para as alternativas:
a alternativa A está errado por causa da justificativa 1 (muitos tiverem dificuldade de entender o empírico. Empírico vem de empiria, aquilo que é resultado da experiência. É um conceito da filosofia moderna onde se isola um determinado evento e a partir dele o pesquisador constrói uma teoria).
a alternativa B está errado por causa da justificativa 2
a alternativa C está certa por causa das justificativa 1,2 e 3
a alternativa D está errada por causa da justificativa 3 (também aqui o examinador usou um conceito da filosofia moderna: método)
2ª justificativa: o examinador quer que você saiba que para Nietzsche a filosofia grega surgiu pela tentativa de explicar a origem de tudo sem recorrer as imagens criadas pelos poetas, mas recorrendo a razão. (para sacanear o Nietzsche podíamos perguntar se a razão não também um tipo de imagem?)

É muito importante que vocês fiquem atentos a esse procedimento. Temo que sem esse cuidado vocês terão muita dificuldade em revolver uma questão de filosofia do enem. É importante também vocês irem se apropriando dos exercícios que vocês forem fazendo, anotem as ideias gerais das questões e as palavras que vocês não entenderam.

Questão 2 – (Unicamp 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância. O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois
 a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir conhecimentos.
b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos.
c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas a partir de métodos rigorosos.
d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas abstratas.
1ª justificativa: a pergunta da questão é: O motivo que o “sei que nada sei” é um ponto de partida [para Sócrates].
2ª justificativa: o examinador quer que você saiba que para Sócrates o reconhecimento da própria ignorância, diante de um suposto sábio que não se reconhece como ignorante, torna-o sábio, permitindo a ele a busca por conhecimentos.

Questão 3 - (Enem 2015) Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios. Essa é uma narrativa de Platão cuja ideia central do ponto de vista filosófico evidencia:
A caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo.
B sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense.
C teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias.
D vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos.

1ª justificativa: a pergunta da questão é: Qual a ideia central da narrativa de Platão, alegoria ou mito da caverna?
2ª justificativa: o examinador quer quer você saiba que a ideia central do mito da caverna é a teoria do conhecimento, isto é, a alternativa D.

Questão 4 - (Enem 2014) No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a:




a) suspensão do juízo como reveladora da verdade.
b) realidade inteligível por meio do método dialético.
c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus.
d) essência das coisas sensíveis no intelecto divino. 






1ª justificativa: a pergunta da questão é: o que o gesto de Platão significa ao apontar para cima acerca de como o homem (no sentido da humanidade) encontra em outra instância (diferente da instância sensível que é a apontada por Aristóteles) a possibilidade para o conhecimento.
2ª justificativa: o examinador quer quer você saiba que o conhecimento para Platão se dá pela busca do inteligível por intermédio da dialética (dialética, em Platão e também na filosofia tem muitos sentidos, um deles é o diálogo, mas também pode ser o método de divisão e classificação das coisas)

Questão 5 – (Ufu 2010) Conforme o Dicionário de Filosofia de Nicola Abbagnano, Platão emprega a palavra silogismo para definir o raciocínio em geral. Aristóteles, por sua vez, o define como o tipo perfeito de raciocínio dedutivo, “um discurso em que, postas algumas coisas, outras se seguem necessariamente.” Considere que a premissa “Todo atleta treina”, sentença universal e afirmativa, é a premissa maior de um silogismo, cuja conclusão é: “Logo, Maria treina”.De acordo com tal definição, assinale a alternativa que indica, corretamente, a premissa menor:
a) Maria não é atleta.  
b) Maria não treina.  
c) Maria é atleta.  
d) Maria é atleta, mas não treina.  

1ª justificativa: a pergunta da questão é: tendo por base a definição acima de raciocínio dedutivo, qual a premissa menor que em conjunto com a sentença universal “Todo atleta treina” resultaria na conclusão: “Logo, Maria treina”
2ª justificativa: o examinador quer quer você saiba que para Aristóteles a única sentença que se encaixaria na primeira justificativa é a alternativa C.

Questão 6 – Crie uma história (real ou inventada) e uma generalização a partir dela. Depois escolha uma palavra e siga a seguinte sequencia para analisa-la: 1. Observe com quais palavras esta palavra está ligada, a partir disso escreva os possíveis sentidos dessa palavra; 2. Faça perguntas para a palavra, para a frase e para a história a fim de entendê-la melhor (uma para cada); 3. Que ações a frase provoca se supusermos que ela é verdadeira.

ver postagem anterior

Questão 7 –  No nosso mundo contemporâneo os profissionais se relacionam de muitas formas. Escolha um profissional de sua preferencia para dizer: 1. Qual o saber deste profissional; 2. Como adquiriu este saber; 3. Qual a função social dele. 4. Qual conceito este profissional tem maior condições de explicar. Exemplo: o médico sabe medicina e adquiriu estudando e praticando, sua função é cuidar das pessoas doentes, ele pode nos explicar acerca da saúde.

ver postagem anterior

Comentários gerais: gente, a filosofia antiga [e toda a filosofia] é muito mais complicado do que se costuma cobrar nos vestibulares e no enem, de todo o modo é importante que vocês saibam o 'senso comum' da filosofia, o que os examinadores querem que vocês respondam. 

correção das provas - turmas do Anibal de Freitas

Correção das provas para todas as turmas do Anibal de Freitas

Vou reproduzir e comentar a prova do 3 bimestre, na primeira questão vou sugerir como vocês podem proceder para responder questões de múltipla escolha de filosofia (mas acho que isso pode ser usado para outras disciplinas), como são a do enem


Questão 1 –  (Enem 2015) Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas. O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no dialogo A República de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de:
A determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
B verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
C mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
D convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.

1ª justificativa: a pergunta da questão é: O que sustentava Trasímaco acerca da correlação entre justiça e ética?
Identificada a pergunta, sugiro que vocês procurem no enunciado o que é dito sobre Trasímaco. Três coisas são ditas: 1. Trasímaco negava que a justiça era algo real e importante como pensava Sócrates e seus amigos; 2. No entender de Trasímaco o certo e o errado provem da obediência às regras sociais; para ele essas regras eram invenções humanas.
Com a pergunta e o que diz o enunciado sobre a pergunta, vamos para as alternativas:
a alternativa A está errado por causa da justificativa 2
a alternativa B está errado por causa da justificativa 1
a alternativa C está errado por causa da justificativa 3
a alternativa D está certa por causa da justificativa 2
2ª justificativa: o examinador quer quer você saiba que para Trasímado, sofista criado por Platão, a justiça e a ética decorrem das convenções sociais dadas de maneira contingente. 

É muito importante que vocês fiquem atentos a esse procedimento. Temo que sem esse cuidado vocês terão muita dificuldade em revolver uma questão de filosofia do enem. É importante também vocês irem se apropriando dos exercícios que vocês forem fazendo, anotem as ideias gerais das questões e as palavras que vocês não entenderam.

Questão 2 – (Enem 2015) Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios. Essa é uma narrativa de Platão cuja ideia central do ponto de vista filosófico evidencia:

A caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo.
B sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense.
C teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias.
D vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos.

1ª justificativa: a pergunta da questão é: Qual a ideia central da narrativa de Platão, alegoria ou mito da caverna?
2ª justificativa: o examinador quer quer você saiba que a ideia central do mito da caverna é a teoria do conhecimento, isto é, a alternativa D.

Questão 3 – (Enem 2015) Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente. O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação?
A Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.
B Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não
C Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis.
D Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.

1ª justificativa: a pergunta da questão é: Como Platão formula a relação entre sensação e razão a partir da doutrina das Ideias?
2ª justificativa: o examinador quer quer você saiba que para Platão o conhecimento está na razão e não na sensação, isto é, a alternativa B.

Questão 4 - (Uel 2011) Para esclarecer o que seja a imitação, na relação entre poesia e o Ser, no Livro X de A República, Platão parte da hipótese das ideias, as quais designam a unidade na pluralidade, operada pelo pensamento. Ele toma como exemplo o carpinteiro que, por sua arte, cria uma mesa, tendo presente a ideia de mesa, como modelo. Entretanto, o que ele produz é a mesa e não a sua ideia. O poeta pertence à mesma categoria: cria um mundo de mera aparência. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria das ideias de Platão, é correto afirmar:
a) Deus é o criador último da ideia, e o artífice, enquanto co-participante da criação divina, alcança a verdadeira causa das coisas a partir do reflexo da ideia ou do simulacro que produz.
b) A participação das coisas às ideias permite admitir as realidades sensíveis como as causas verdadeiras acessíveis à razão.
c) Os poetas são imitadores de simulacros e por intermédio da imitação não alcançam o conhecimento das ideias como verdadeiras causas de todas as coisas.
d) As coisas belas se explicam por seus elementos físicos, como a cor e a figura, e na materialidade deles encontram sua verdade: a beleza em si e por si. 

1ª justificativa: a pergunta da questão é: O que é correto afirmar acerca da teoria das ideias?
Essa questão é mais capciosa (que pode nos enganar). Então é preciso ir ao enunciado e ver o que é dito: primeiro é dito que para esclarecer o que seja imitação, Platão parte da teoria das ideias que busca a unidade na multiplicidade; segundo, diz que tanto o carpinteiro como o poeta imitam a ideia de mesa. Vamos as alternativas:
a alternativa A está errado porque Platão não atribui a Deus nem ao artífice (o artista) a criação das ideias. Que aliais não são criadas por ninguém, mas que pode ser conhecida pelo filósofo (isso é discutido na República)
a alternativa B está errado por aquilo que é dito na questão 3.
a alternativa C está certa pois esta de acordo com o enunciado.
a alternativa D  está errado de acordo com o enunciado.
2ª justificativa: o examinador quer quer você saiba que para Platão as obras dos poetas não permitem chegar ao conhecimento das coisas, consequentemente o poeta não é um sabedor.

Questão 5 - (Ifsp 2011) “– Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princípio que de entrada estabelecemos que devia observar-se em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me parece, ou ele ou uma das suas formas, a justiça. Ora nós estabelecemos, segundo suponho, e repetimo-lo muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-se de uma função na cidade, aquela para qual a sua natureza é mais adequada.” Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção platônica de justiça, na cidade ideal, assinale a alternativa correta.
a) Para Platão, a cidade ideal é a cidade justa, ou seja, a que respeita o princípio de igualdade natural entre todos os seres humanos, concedendo a todos os indivíduos os mesmos direitos perante a lei.
 b) Platão defende que a democracia é fundamento essencial para a justiça, uma vez que permite a todos os cidadãos o exercício direto do poder.
c) Na cidade ideal platônica, a justiça é o resultado natural das ações de cada indivíduo na perseguição de seus interesses pessoais, desde que esses interesses também contribuam para o bem comum.
d) Para Platão, a formação de uma cidade justa só é possível se cada cidadão executar, da melhor maneira possível, a sua função própria, ou seja, se cada um fizer bem aquilo que lhe compete, segundo suas aptidões. 

1ª justificativa: a pergunta da questão é: Qual a alternativa correta que se equivale a concepção platônica de justiça na cidade justa?
2ª justificativa: o examinador quer quer você saiba que para Platão a justiça na cidade justa se dá quando cada um cumpre sua função na cidade.

Comentários gerais: gente, Platão é muito mais complicado do que se costuma cobrar nos vestibulares e no enem, de todo o modo é importante que vocês saibam o 'senso comum' da filosofia, o que os examinadores querem que vocês respondam. Vejam os links anteriores e os vídeos que postei no youtube sobre Platão, mas uma coisa gostaria que vocês gravassem: antes de tudo Platão foi um investigador da sua cidade, Atenas, e ele usa o texto, a linguagem, para discutir, pensar e propor soluções para sua cidade. Sugiro que olhemos ele desse modo. 

Questão 6 – Na República de Platão, entre outros, aparecem os seguintes conceitos: dívida, amizade, felicidade, inimizade, infelicidade, justiça, injustiça, educação, poesia (música), conhecimento, partes da alma, tipo de cidade, tipos de administração da cidade, bens que se desejam por si e por outro, ideias, coisa fabricada e imagem. Escolha um (1) deles e: 1. Descreve como esse conceito aparece no texto; 2. Discuta como esse conceito altera a sua (e a nossa) vida. 

Muitos tiveram dificuldades para fazer essa questão, então para estes sugiro o seguinte exercício:
acesse o link:
1. escolha uma frase com algum conceito;
2. identifique os possíveis sentidos do conceito a partir das palavras que estão ligadas a esse conceito
3. faça perguntas para o conceito e para a frase, observando em que contexto ela aparece
4. que ações a frase provoca
5. o que seus amigos, parentes e familiares pensam dela

Questão 7 – No nosso mundo contemporâneo os profissionais se relacionam de muitas formas. Escolha um profissional de sua preferencia para dizer: 1. Qual a função social deste profissional; 2. Com quais profissionais ele se relaciona; 3. Quais os principais conflitos:

A maioria conseguiu fazer essa questão.