sábado, 10 de dezembro de 2022

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12/12/2022 sexto diálogo com a turma da disciplina HG408A – aspectos gerais sobre a prática docente no EM e cuidados com o corpo, em especial a voz

A prática docente é muito prazerosa e satisfatória, porém exige muito esforço físico/mental para completar a jornada de 4, 5 ou 6 horas diárias.[1] As lesões mais comuns são na voz e no ombro, joelhos e punhos também sofrem. Por esse motivo vou apresentar, a partir da minha experiência e de amigos, algumas dicas gerais tanto para o cuidado físico como para a rotina de professor.

Cuidados com o corpo

·           Para a voz: alongamento (pescoço, face, língua), aquecimento (língua, garganta), emissão (treino com um lápis na boca), desaquecimento (bocejo).[2]

·           Para o diafragma: respirar usando o diafragma; método respiração de Wim Hof (inspiração e expiração 30x; prenda a respiração sem ar e depois com ar).[3]

·           Para o corpo: aquecer o corpo com caminhada leve, soltando e aumentando para um trote.

·           Beba água antes, durante e depois da aula

·           Quando for dar aula faça uma alimentação leve, se conseguir não coma nada.[4]

·           Atividades físicas: Pilates, yoga (saudação ao sol)[5].

·           Frequentar um quiropata.

·           Cuidado na tensão no corpo, com os nódulos, em especial nos ombros.[6]

·           Uso de microfone para falar numa altura confortável para sua voz.

 

Dicas sobre rotina do professor

·           Conheça a legislação sobre ensino de filosofia e prepare suas aulas a partir delas. As principais são: PCN (1999); PCN+ (2002); OCEM (2006); Enade (2005); Enem (2009); BNCC 1 versão (2015), 2 versão (2016), 3 versão (2018); Currículo Paulista (2018).[7]

·           Leia os livros didáticos aprovados pelo PNLD, entre outros: Figueiredo (org.) (2013; Gallo (2016); Chauí (2015); Aranha e Martins (2016).

·           Escreva suas aulas e publique em blogs, Facebook. Se possível grava vídeos, isso ajuda a selecionar o que é mais importante. Ouça o que os alunos e amigos pensam da sua aula.

·           Aprenda a montar uma lousa (tanto de giz com canetão). Muitos ainda acham que a aula acontece quando a lousa está cheia.

·           Faça impressões de partes importantes da sua aula, em especial as atividades e as provas (os ombros agradecem!)

·           Selecione trechos importantes dos filósofos para ler com os alunos.[8]

·           Tenha paciência com você, com os alunos e com o Brasil. Ninguém sabe o que é melhor para todos, precisamos construir o melhor em ritmo lento e coletivamente.

 

Comentário geral

Essas ideias e dicas são genéricas, cada um deve procurar aquilo que mais lhe gere saúde. Safatle em circuito dos afetos, a partir de Canguilhem, define saúde como a capacidade do organismo de se adaptar ao meio. Assim, esse processo de se adaptar ao meio ao mesmo tempo que se modifica o meio é o desafio do docente.[9] Penso que na docência e na vida temos que procurar o nosso espaço no mundo respeitando o espaço dos outros. Isso não é um processo simples e imediato, é algo que vai se constituindo. Assim, perceber como funciona o mundo, em especial a escola, e identificar a sua contribuição nesse universo é o desafio que nos espera.



[1] Normalmente a carga mínima são 20 horas, em geral sendo ¾ em sala de aula e ¼ em reuniões e preparação de aula. No Estado de SP a carga normal é 40 horas, sendo 32 em sala de aula. Para aqueles que estão iniciando sugiro que trabalhe poucos períodos (sugestão inicial três) e se possível com o mesmo ano para ir se acostumando com a rotina e preparando seu material.

[2] Há muitos vídeos de instruções, vou sugerir dois: https://www.youtube.com/watch?v=h6x2eZ7T2pw; https://www.youtube.com/watch?v=3TNjt56Lh_s. A Unicamp tem um local que atende professores, chama-se Cepre (https://www.fcm.unicamp.br/centros/centro-de-estudos-e-pesquisas-em-reabilitacao-cepre). O Cepre fica na saída para a rodovia Dom Pedro.

[3] Para uma instrução geral: Epifania Experiencia. Método Win Hof.  YouTube, 12 de mar. de 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PGmmzAdxtfg. Para uma instrução da respiração: Português - Método Wim Hof, YouTube, 02 de out. de 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FmIy3nB2eOU.

[4] O jejum é uma estratégia possível, mas precisa ser feito com muito cuidado. Já pratiquei o Ekadashi é uma possibilidade. Instrução geral e datas: https://www.youtube.com/watch?v=r9eMs3hmmZQ. Jejum intermitente também é um modo de começar, por exemplo, não comer nada na sexta a noite.

[5] Sugestão de vídeo para saudação ao sol: https://www.youtube.com/watch?v=g6_I43iF4k0.

[6] Sugestão de vídeo para liberação miofascial: https://www.youtube.com/watch?v=Z4VaGLz4gcs.

[8] Gosto muito da playlist História da Filosofia do canal Unboxing Philosophy: https://www.youtube.com/watch?v=flOJubw6SG0&list=PL8PEFpPr13IjdUUstP-VgS84q_chQwCcp. Gosto também Stanford Encyclopedia of Philosophy: https://plato.stanford.edu/contents.html. Pretendo fazer um capítulo da tese para ajudar nessa seleção.


Sintese.documentos.ensino.de.filosofia

Síntese dos Documentos sobre Ensino de Filosofia

Ensino de Filosofia: documentos internacionais

Unesco, libertad pela filosofia, 2011a (2007 em Fr). 69. Falsa dicotomia entre história e problemas, o 2º depende do 1ª [história mundial vem antes e é ela que o Estado precisa garantir o conhecimento]. 74. Interdisciplinaridade (fís, mat, bioqui, música, artes visuais) [as disciplinas possuem elementos de fil]. 78.histórico fil no br: p.78. Koan (2000): quadro da filosofia no brasil: desde 1553 ensinada pelos jesuítas (doutrina); 1971 intervenção militar substituição; 1982 optativa; 1996 ldb fil e soc para o exercício da cidadania; 2006 obrigatória. 84. Tozzi: paradigmas de tendências didáticas europeia: dogmático-ideológico (Estado), histórico-patrimonial (passagem do mythos ao logos e tradição), problematizante (exemplos de modelos de pensamento racional), democrático-discursivo, prático-lógico-ético (atuação no mundo com valores). 89. Olimpíadas de filosofia ocorrem deste de 1995 [modelo da matemática]. 123. Escolas variantes: europeias e norte-americanas. 132. Unificação com processo de Bolonha. 134. avaliação por experts: publicações, referencias, exames, prof doutores, mulheres no departamento. 141. Missão francesa em Tunez [como na USP].

Unesco, 2011b: p.65. Questão com a orientação marxista-leninista na Alemanha. A filosofia da Europa precisa de identidade, de textos canônicos. 71. Ideologia é inimigo da filosofia.

Critica a Unesco: falta historicidade nesses documentos, em especial a colonização (ou roubo) praticada por eles. 

Histórico do ensino de filosofia no Brasil: USP e UFRJ: missão francesa (método estrutural de leitura); 1961 torna-se optativa; 1971 substituída por moral e cívica; dec. 70 coleção os pensadores Abril; 1982 volta a ser optativa (Fávero et al., 2004); 2000 a 2014 cresce o número de pos graduação em filosofia (Carvalho, 2015); luta legal para volta da obrigatoriedade: 1997 PL 3178/19971 é vetada por FHC em 2001; 2003 PL 1.641 aprovado em 2008 por José de Alencar (nº 11.684/2008), para aplicação em 2010 (Azevedo, 2017, 2019). Legislação: 1999 PCN-EM competências e habilidades; 2002 PCN+EM sugestão de eixos temáticos; 2005 Enade 30 tópicos; 2006 OCEM idem Enade; 2009 Enem matriz de referencias e objetos do conhecimento das Ciências Humanas; BNCC 1ª e 2ª versão proposta de currículo para os 3 anos; BNCC 3ª versão categorias para Ciências Humanas (como Enem); 2020 Currículo Paulista Conteúdo para cada disciplina. 2012 PNLD  começa a selecionar livros didáticos de filosofia: 2012 Martins e Aranha e Fernandes e Cotrim; 2015 Gallo; 2018 Figueiredo; foram comprados pelo menos um livro para cada aluno. A partir de 2012 Enem começa a cobrar filosofia de maneira constante: 6 a 8 questões por ano.

Ldb art. 36 aparecia que fil e soc são necessárias para exercício da cidadania (foi revogado). No art. 35-A torna-se obrigatória no EM o ensino de fil e soc em 2008, para entrar em vigor em 2010, sai em 2016 e volta em 2017, em 2021, no novo EM tem sua carga diminuída, como história e geografia.

MEC, PCN-EM, 1999. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciah.pdf. Pagina 44. Dilthey: educação humanista tira a alienação. Art. 36 LDB: fil e soc para cidadania que foi retirado em 2017. Valores da LDB: democracia, bem comum, cidadania, tolerância.  49. Ethos: estético (conhecer-se); ético (solidariedade e liberdade); política (direitos humanos, acesso aos bens naturais e culturais). [acesso a produção de todos os povos]. 49. Competências e habilidades: 1 e 2 hab.: ler filosoficamente (reflexão, pressupostos, apropriação) textos de filosofia (conceitos, problemas, métodos) e outros textos [antes identificar a filosofia da sua existência]. 51. História da filosofia como centro ou referencial [qual é a produção brasileira, o que faz a Anpof?] [ainda não organizamos traduções e sua difusão]. Propostas: história como referencial, temas, autores (ou combinações destes). O Estado precisa formar e continuar essa formação. 53. 3hab. Competência da leitura filosófica: análise, interpretação, reconstrução racional e crítica ou problematização [método de leitura estrutural de texto]. Textos filosóficos e não filosóficos [essa distinção é equivocada: textos ‘comuns’ tem elementos ‘filosóficos’]. 55. Filosofia e outros saberes. modernidade: catolicismo perde o poder; ciência, direito e arte autônomos; nota Nascimento e Botelho: história: ref. Protestante, francesa, industrial, iluminismo; sociológico: Estado-nação e burocracia; filosófico: homem progresso; único processo civilizatório [falta a união entre eles feita pelo projeto colonial dos Estados]. 57. 4 hab. Contextualizar o conhecimento filosófico: a) conhecimento pessoal; b) abandonar a) para ir ao texto; [responsabilidade do Estado em organizar estudo sobre o mundo] c) fazer a síntese. [minha proposta: 1. Filosofia da existência pessoal e familiar; 2. Suspensão de 1 sem negar na leitura; 3. Retomada de 1 com 2]. Com isso o aluno pode se situar no mundo [porém não se fala de que o Estado bloqueia outras existências]. 60. 5 hab. Escrever o que foi apropriado na hab.4. [não há referências de textos]. 61. 6 hab. Debater e mudar com argumento, como na Grécia [Dussel (2014) haviam em outros lugares escolas filosóficas; o Br não é a Grécia; escola como espaço de vivencia] 

PCN+EM, 2002. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CienciasHumanas.pdf. 42. Educação na alegoria da caverna é a boa condução da vista. 44. Filosofia é a reflexão crítica sobre a ação e conhecimento [atuação consciente no mundo]. 45. Acerca do conhecimento, a filosofia investiga: instrumentos do pensar (lógica e metodologia); distingue e compara formas do saber (religião, ciência, etc); possiblidades e limites [fil. Moderna: método Descartes; distinção Hegel; limites Locke e Kant; idealização da filosofia]. 46. Ênfase em competências gerais e não no conteúdo, aprender a aprender para se adaptar [competência é pedir junto (Machado, 2006), deslocamento da responsabilidade do Estado para o indivíduo]. 52-53. Sugestão de eixos temáticos: 1. Democracia e poder: democracia grega, moderna (Montesquieu: divisão dos poderes e Rousseau: soberania do povo), contemporânea (liberalismo, socialismo), antidemocracia (totalitarismo, fundamentalismo); 2. A construção do sujeito moral: autonomia, liberdade, reconhecimento ou recusa do outro, Maquiavel (moral e política), público e privado; 3. O que é Filosofia: mito, nascimento da filosofia, ciência, tecnologia, bioética, estética. Críticas: idealização da Grécia; privilégio da moralidade individual em detrimento a coletiva; arte, ciência e tecnologia em abstrato.

OCEM CH 2006. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_03_internet.pdf. Diretrizes para o curso de filosofia 2004: matérias básicas para bacharel e licenciado: História da Filosofia, Teoria do Conhecimento, Ética, Lógica e Filosofia Geral: Problemas Metafísicos; Licenciatura: 400 horas de prática e 400 horas de estágio. Enade 2005: linguagem e ciência de tradição aristotélica-kantiana [exclusão da dialética, da filosofia: latina, africana, indígena, oriental; e seus problemas, como a colonialidade]. 32. Enade 2005 (2008) habilidade e competências: a) interação com outros campos do conhecimento; b) discutir a realidade; c) interpretação de textos; d) compreensão da própria existência (cultura); e) integração com a ciência, arte, política; f) promoção da cidadania e dos direitos humanos. 34/35. Reproduz 30 conteúdos do Enade, com pequenas alterações do 1-5.

Enade, 2005. P.3. Conteúdos: 1. Validade e verdade; 2. Falácias; 3. Oposições categóricas; 4. Tabela verdade; 5. Calculo de predicados; 6. Pré-socráticos; 7. Teorias das ideias Platão; 8. Política antiga; 9. Ética antiga; 10. Metafísica Aristóteles; 11. Ceticismo; 12. Universais e transcendentais; 13. Tempo e eternidade; 14. Conhecimento T. Aquino; 15. Virtudes medievais; 16. Provas da existência de Deus; 17. T. conhecimento moderno: causalidade, indução, método; 18. Vontade divina, liberdade humana; 19. Sujeito na fil moderna; 20. Contratualismo; 21. Razão, entendimento, sensibilidade; 22. Ética do dever, fund. moral, autonomia do suj.; 23. Idealismo alemão; 24. Vontade, belo e sublime na fil alemã; 25. Critica a met. Nietzsche, Wittgenstein, Heidegger; 26) Fenomenologias, Existencialismos; 27) Filosofia analítica; 28) Marxismo e Escola de Frankfurt; 29) Epistemologias contemporâneas; 30) Foucault, Deleuze.

Avaliação dos cursos de filosofia, 199x?. p.19. Bibliografia básica: Os pensadores; Revistas: brasileiras, latinas, inglesa, francesa, alemã; Pré-socráticos, Platão, Aristóteles, Rodolfo Mondolfo; S. Agostinho, T. Aquino, Dante, Maquiavel, Ockam, E. Gilson; Descartes, Montesquieu, J. Locke, Rousseau, Leibniz, Pascal, D. Hume, Bacon, Hobbes, Kant, Hegel, Fichte, Schelling, A.Conte, Marx, Kierkegaard, Nietzsche; M. Weber, Brentano, Whiteherd, B. Russell, Wittgenstein, A. J. Ayer, M. Heidegger, Sartre, M. Ponty, G. Bachelard, M. Foucault, P. Riccouer, C. S. Peirce, W. James, S. Mill, R. Rorty, K. Popper, T. Kuhn, P. Feyerabend, I. Lakatos, Austin, Escola de Frankfurt, J. Habermas. 

Enem, 2009. Começou em 1998 e vai sendo referencia para as UF (não para Estaduais de SP). Poucas questões até 2012; 2012-2018: 7 ou 8 questões. Matriz de referências: competências e habilidades: cultura, espaços geográficos, história das instituições sociais e técnicas de produção, cidadania e democracia, sociedade e natureza; [generalidades, exigências de documentos (OCEM) não aparece, filosofia como abertura]; objetos CH: diversidade cultural, organização social e Estado; transformações produtivas; natureza e homem; representação espacial [nada da OCEM, de fil., povos indígenas e povos africanos são citados na cultura e não no conhecimento; URSS e China também; destaque ao Ocidente; conselho do BC não produzir material didático].

MEC, BNCC, 2018. 1 versão 2015, 2 2016, 3 2018. Nas três versões há indicações para o ensino religioso no fundamental (facultativo). 1 e 2 versão há conteúdo: 1 ano: introdução; 2 ano: conhecimento científico; 3 ano: condição humana: Estado, trabalho. Nomes dos consultores na 2 e 3 versão. 3 versão filosofia não é disciplina específica, mas das CH; Categorias: Tempo e Espaço; Territórios e Fronteiras; Indivíduo, Natureza, Sociedade, Cultura e Ética; e Política e Trabalho. Semelhante ao Enem, porém sem objetos do conhecimento. 

MEC, BNCC 1ª versão, 2015, p.295/296: 1 ano: introdução ao filosofar: diferenciar a filosofia de outros saberes e diálogo com o pensamento não ocidental; identificar a origem, as principais obras, contextos e questões; cotidiano: sofrimento, prazer, justiça, violência, religião, erro. 2 ano: opinião, conhecimento e gosto: lógica; método científico; opiniões de artistas, mídia, propaganda, educação e religião; apreciação das artes. 3 ano: condição humana e responsabilidade pelo mundo: sentido da vida e da morte; ética; organizações políticas; tecnologia; importância da filosofia. Consultores: Eduardo Salles de Oliveira Barra (PR/UFPR), Patrícia Del Nero Velasco (SP/UFABC), Elisete Medianeira Tomazetti (RS/UFSM), Filipe Ceppas de Carvalho e Faria (RJ/UFRJ), Carlos Benedito de Campos Martins (DF/UnB), Diogo Tourino de Sousa (RS/UFSM), Helena Maria Bomeny Garchet (RJ/UERJ).

MEC, BNCC 2ª versão, 2016, p.646-648: 1. Introdução ao pensar filosófico, seus caminhos e culturas: diferenciar a filosofia de outros saberes; cotidiano: sofrimento, felicidade, justiça, violência, certeza e erro; filosofia grega: mito e sofistica, dialogo com pensamento não ocidental; reconhecer as principais obras e momentos da história da filosofia; extrair filosofia de vários gêneros textuais. 2. Opinião, discurso e conhecimento: opiniões de artistas, mídia, propaganda, educação e religião; conhecimento científico; ética; apreciação das artes; lógica. 3. Condição humana e responsabilidade pelo mundo: ética e regulação da conduta; organização social e Estado; trabalho: emancipação ou alienação; tecnologia; sentido da vida e da morte; importância da filosofia.

Currículo paulista, 2020. CH:  apresenta os objetos do conhecimento de geografia, história, sociologia e filosofia. Quadro sintético: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2022/01/1.-TEMPLATE-Divis%C3%A3o-Habilidades-Ci%C3%AAncias-Humanas-_revisado.pdf. Segue o PCN+ de 2002: intr. A fil., origem na fil grega, segue DH, democracia, diálogos com ciência, arte e política; novidades: fil africana e indígena, questões ambientais, políticas públicas. Filosofia: Competência Específica 1 (Comp. Esp.) (Tempo e Espaço):  101. Origem da filosofia; periodização e campos; 102. Civilização, modernidade e pós-modernidade; 103. Ciência e tecnologia; 104. Arte. 105. Ciências x tradições; 106. Ética na história. Comp. Esp. 2 (território e Fronteira).: 201. Ética moderna, contemporânea, DH; 202. Bioética para conter a ciência e tecnologia, desafios ambientais. 203. Relações de poder, democracia. 204. Indivíduo e coletividade. 205. Infância, juventude e velhice. 206. Indivíduo e Estado, contratualistas. Comp. Esp. 3 (indivíduo, natureza, sociedade, cultura e ética): 303. Escola de Frankfurt: indústria cultural, reprodutibilidade técnica, cultura de massa e cultura popular; 304. Estímulos ao consumo, bioética. Comp. Esp. 5 (indivíduo, natureza, sociedade, cultura e ética): 501. DH, Global e o local; 502. Filosofia iluminista e contemporânea: liberdade e DH; 503. Opressão e violência; 504. Empirismo, ciência, tecnologia, ciências humanas. Comp. Esp.6 (indivíduo, natureza, sociedade, cultura e ética). 601. Filosofia africana e latino-americana. 605. DH e vida digna. Comp. Esp. 3 (política e trabalho): 301. Produção e descarte de mercadorias; alienação do trabalho. 302; Razão instrumental, progresso, homem e natureza (modos de vida: consumo, cultura produção); 305. Ciência e decisões políticas; manter a vida na terra; 306. Indivíduo e coletividade; filosofia sec. XIX e XX. Comp. Esp. 4 (política e trabalho):  401. liberalismo, anarquismo, socialismo e comunismo; 402. Capitalismo, classe, inclusão social; 403. Seguridade social, desigualdades, DH; 404. Trabalho, alienação. Comp. Esp. 6 (política e trabalho): 602. Pensamento político moderno, liberalismo, Estado e instituições; 603. Público e privado; 604. Organismos internacionais; 606. Sociedade prospera e inclusiva, democracia e cidadania. 

PNLD 2012, 2015, 2018. 

Críticas gerais aos documentos: não há identificação dos autores; possuem uma visão iluminista restrita a Europa; não levam em consideração a história mundial; defende a democracia e os direitos humanos sem mais; temem a ‘ideologia’ marxista; desloca o centro para as competências que o aluno precisa adquirir e pouco fala do conteúdo, deslocando a responsabilidade do Estado para o indivíduo.


sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Pratica4.HG408A.direitos.humanos

Pratica4.HG408A.direitos.humanos
Sugestão de sequência: 1. escolha um dos artigos e aponte os principais conceitos; 2. como esse artigo aparece na constituição brasileira (pelo menos um artigo); 3. faça uma breve apresentação de como a história da filosofia discute pelo menos um dos conceitos (pelo menos um filosofo(a)); 4. identifique uma política pública que tenha esse direito como referencias; 5. pense numa política pública que poderia ser aplicada para a conquista deste direito. Outras ideias que podem ajudar na discussão: quais são os pressupostos do direito e/ou dos conceitos; quais são as críticas cabíveis a eles.
Aqueles que quiserem, o exercício pode ser em dupla. Peço que vocês escolham um artigo e digam qual que escolheu para que não haja repetição de artigo.
O texto pode ser corrido ou em tópicos, a critério de vocês, com um máximo de duas folhas com frente e verso, (ou seja 4 partes). Não faço questão que vocês sigam a sequencia, mas gostaria que vocês se atentassem para a presença de três itens: como um dos conceitos nos direitos humanos é discutido na história da filosofia; como a constituição brasileira se refere a esse direito; e como esse direito aparece na prática, ou seja, em políticas públicas.

Para ajudar na discussão fiz alguns vídeos. O título é: conversa sobre filosofia - a era dos direitos de Noberto Bobbio. 
https://www.youtube.com/playlist?list=PLlIk4Ooyn_19zhmclnJ46_kLLVxzt-VFZ

O Jornal Nacional fez recentemente uma série de vídeos (Brasil em constituição) tratando de aspectos da constituição brasileira. Fiquem a vontade para usa-lo no texto
https://www.youtube.com/watch?v=Jqgaza-M4XM&list=PLZzehl8G_OAuCmJu45Bqn9owe0b9BMdul

Constituição Brasileira
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Umas das constituições mais debatidas recentemente é a Constituição do Chile (e também da Bolívia) que inclui os povos originários da América (e a própria Natureza) como sujeitos de direito. Aquele que quiser ver como o artigo escolhido aparece nessa constituição segue abaixo o link:

Declaração Universal dos Direitos Humanos
Em 2018 a ONU publicou 30 artigos comentando os Direito Humanos em comemoração aos 70 anos de sua publicação, segue abaixo os link em ingles e espanhol (em português o site foi tirado do ar)

https://www.ohchr.org/EN/UDHR/Pages/Language.aspx?LangID=por
Artigo 1°. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
Artigo 2°. Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.
Artigo 3°. Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4°. Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.
Artigo 5°. Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.
Artigo 6°. Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, da sua personalidade jurídica.
Artigo 7°. Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8°. Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as jurisdições nacionais competentes contra os atos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.
Artigo 9°. Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10°. Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida.
Artigo 11°. Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-se inocente até que a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em que todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas. Ninguém será condenado por ações ou omissões que, no momento da sua prática, não constituíam ato delituoso à face do direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o ato delituoso foi cometido.
Artigo 12°. Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito a proteção da lei.
Artigo 13°. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um Estado.
Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.
Artigo 14°. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros países.
Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime de direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas.
Artigo 15°. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo 16°. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.
O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros esposos.
A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção desta e do Estado.
Artigo 17°. Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 18°. Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.
Artigo 19°. Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão. Artigo 20°. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.
Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21°. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do seu país, quer diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções públicas do seu país.
A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos: e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.
Artigo 22°. Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país.
Artigo 23°. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o desemprego.
Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de proteção social.
Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses.
Artigo 24°. Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e as férias periódicas pagas.
Artigo 25°. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.
A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma proteção social.
Artigo 26°. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito.
A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos.
Artigo 27°. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que deste resultam.
Todos têm direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria.
Artigo 28°. Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional, uma ordem capaz de tornar plenamente efetivos os direitos e as liberdades enunciadas na presente Declaração.
Artigo 29°. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.
No exercício deste direito e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar numa sociedade democrática.
Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente e aos fins e aos princípios das Nações Unidas.
Artigo 30°. Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a alguma atividade ou de praticar algum ato destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados

Pratica3.HG408A.questoes.de.multipla.escolha

Questões de filosofia de múltipla escola para a disciplina HG 408A. Cada um deve escolher uma questão de modo a que não haja questões repetidas. A resolução deve seguir a seguinte sequência:

a) com suas palavras escreva a pergunta da questão

b) escreva o significado da principal palavra da pergunta

c) escreva o que o enunciado diz dessa pergunta

d) pesquisa no dicionário e na internet os possíveis sentidos das palavras que vocês não conhecem. Caso tenham dúvidas anotem

e) em cada uma das alternativas, a partir das etapas anteriores, diga o porquê de uma questão estar certa e uma outra estar errada

O vídeo que fiz para explicar essa atividade chama-se: Uma conversa sobre filosofia - Sugestão para resolver questões do Enem: https://www.youtube.com/watch?v=KWgcPQPyyHU

Abaixo também fiz um modelo com a questão 1


 FILOSOFIA ANTIGA

1. ENEM2015. “A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.” O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?

a. O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.

b. A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.

c. A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.

d. A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.

 

Exemplo de resolução:

a) o que para Nietzsche caracteriza o surgimento da filosofia grega

b) caracteriza. Ela significa descrever, dizer o que a coisa é

c) para Nietzsche a filosofia grega começa pela frase de Tales que diz que a agua é origem de tudo por três motivos: 1. Enuncia a origem; 2. Fala sobre a origem sem imagem; 3. Pois na frase está contido o pensamento (de Parmênides) tudo é um

d) crisálida: estado latente; metáfora: explicação de algo por meio de imagens; empírico: baseado na experiencia, na empiria.

e) a alternativa a está errada pois para Nietzsche a filosofia grega começou por falar da origem sem usar uma metáfora (ou uma imagem); b está correta pois racional para Nietzsche é dar as razões, caracterizar; c está errada pois não há descrição de método na formulação da frase, além do que quando Nietzsche diz que na frase está contido o pensamento de que tudo é um, o que ele está caracterizando é a unidade (a semelhança) e não a diferença; d está errada pois não há empiria na frase atribuída a tales.

as questões estão nos drives:

https://drive.google.com/file/d/13w2mXdaIwETIGHHo5E1kJIUKHgxrGpbN/view?usp=sharing

https://docs.google.com/document/d/18JEHvlEvBgJKkvFLp-naS1Sedd7agREM/edit?usp=sharing&ouid=118224875224168023890&rtpof=true&sd=true



Pratica2.HG408A.comentario.letras.de.musica

Atividade com letras de músicas para dia 19/09.
Escrever um texto dissertativo relacionando três letras de músicas: uma entre aquelas do Cartola que a Unicamp irá cobrar no vestibular, uma de sua preferência e uma da preferência dos seus pais. As letras podem ter relação ou não. Antes de fazer o texto sugiro que vocês façam um resumo das três músicas. Identifique o acontecimento da história, o eu lírico e para quem ele está falando. Para provar seus apontamentos utilize trechos das letras. Lembrem-se, o texto não pode depender da sua presença, ou seja, o leitor do texto precisa entender o que você está escrevendo.
Esse exercício, entre outros coisas, pretende auxiliar alunos para a redação do Enem e dos vestibulares em geral, como o da Unicamp. Vocês podem ou não usar o modelo do Enem (introdução, desenvolvimento, conclusão) e/ou o modelo da Unicamp, o que me importa é o exercício de tirar conclusões (deduções) a partir das letras das músicas e do contextos criados por elas.

Sobre a interpretação de história (ou mitos)
Vou apresentar alguns apontamentos sintéticos sobre a relação entre filosofia e mito (ou literatura ou histórias). Fiquem a vontade para usar essas teorias para relacionar as letras de músicas. 
  • Platão: discuti o papel da poesia na educação do jovens na República (livro II e III); apresenta e se apropria de recursos linguísticos usados pelos poetas, entre outros no Banquete (Santoro, F. Máscaras de Dionísio...., 2014)
  • Aristóteles na Poética: Classificação do que é trágico e cômico; regras para a poesia; funções da poesia; teoria da recepção (Santoro, F. Arte no Pensamento.... 2006). Puente, Fernando Rey. A "Katharsis" em Platão e Aristóteles, 2002. 
  • Vários outros autores discutiram as obras poéticas, talvez os mais conhecidos tenham sido Hegel,  Nietzsche e a escola de Frankfurt.
  • Nos últimos séculos a área que se dedica aos estudos das narrativas poéticas é a Teoria Literária. Vou destacar dois autores que trabalho: Bakhitin: distinção entre o autor e os personagens; história a partir de jogos de espelho (Problemas da poética de Dostoievski); Suzi Sperber: a literatura revela jogos sociais (Identidade e Alteridade)
  • Uma outra área que discuti as narrativas poéticas são aquelas que as discutem os mitos. Nesse sentido, destaco dois autores: Vernant: os mitos gregos antecedem a filosofia (As origens do pensamento grego); Levi-Strauss: os mitos pensam os homens (mitológicas)
  • Eu e alguns amigos produzimos alguns textos tentando aproximar letras de músicas (em geral samba) e teorias da filosofia/sociologia. Esses textos estão no meu Academia.edu (https://unicamp.academia.edu/RobsonGabioneta). Destaco o texto Sobrevivendo no Inferno onde na introdução tento sintetizar essa teoria. A discussão de letras de músicas na filosofia é uma área pouco explorada, acho que vale a pena nos dedicarmos a ela. Duas pessoas eu sei que tem trabalhado com esse tema: a Graziele, veterana de vocês e Luís Thiago Freire Dantas, um prof da UERJ que pesquisa filosofia Africana.
Também como atividade prática sugeri para o prof Rafael para tentarmos tocar a música Alvorada do Cartola. Se possível tentem ouvir. O podcast que o prof Rafael postou é bem legal. 
https://open.spotify.com/episode/0TvlXwklQvRovnXqXjDrQl?si=d7fc98cc0fd1440d&nd=1

Em 2020 ofereci uma eletiva numa escola em Paulínia e preparei algumas aulas, elas estão no meu blog, fiquem a vontade para vê-las: 
http://umaconversasobrefilosofia.blogspot.com/2020/03/musica-brasileira-no-mascarenhas-aula-1.html

Aqueles que tiverem dificuldade de acessar a bibliografia solicite por e-mail: robsongabioneta@yahoo.com.br 

outras sugestões

Sugestões Bibliográficas
Sugeri para vocês a leitura do cap. 2: A explicação de texto (e também o cap. 3: O comentário de texto) do livro: FOLSCHEID, Dominique; WUNENBURGER, J.-J. Metodologia filosófica. 2.ed. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 2001. Gosto muito dele, apresenta de forma clara o método estrutural de leitura de texto. (está no drive)
Conversamos sobre o Eros e o amor Platônico vou sugerir alguns textos: 
Banquete do Platão. Apesar de não ser o único diálogo onde o amor aparece (os outros  onde o amor aparece de maneira direta são Fedro e Lísias), o Banquete é um texto maravilhoso e vale colocar na lista de futuras leituras.
Texto introdutório sobre o Banquete: MARQUES, M. P. . Amor platônico?. Cult (São Paulo), São Paulo, p. 46 - 48, 01 maio 2010. link: https://revistacult.uol.com.br/home/amor-platonico/
Fiz um texto com Franco fazendo relações entre o Amor em Platão e em Vinícius de Moraes (foi a primeira vez que fiz esse exercício que estamos fazendo, depois fizemos esse exercício com outros compositores): https://www.academia.edu/29214713/O_AMOR_NA_VIDA_E_NOS_VERSOS_DE_VINICIUS_DE_MORAES
Palestra maravilhosa sobre o Banquete de Platão de Marcos Sidnei Pagotto-Euzebio: https://www.youtube.com/watch?v=iMdOuYOtDpM
Uma boa semana a todos

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Pratica1.HG408A. historia.e.frase.filosofica

Pratica1.HG408A. historia.e.frase.filosofica

Conversei com o Prof. Rafael Garcia e combinamos para semana que vem, 29/08, a seguinte sequência: 1. Conversa inicial sobre a maiêutica; 2. Apresentação de exercício prático 1: criação ou recuperação de uma história e frase filosófica; 3. Avaliação do exercício prática 1

Antes de detalhar melhor a aula de 29/08 vou comentar aquilo que acho que não discutimos do texto do Gallo e colocar as indicações que fiz na conversa de ontem:

Texto do Gallo

No meu entender duas coisas do texto do Gallo poderíamos conversar mais: 1. Acerca da defesa da filosofia no ensino médio, Gallo argumenta que esse é talvez o único espaço onde os jovens tem acesso ao conhecimento filosófico. Eu acho que ele tem razão, mas acho que isso é um problema do nosso Estado (e de outros também) que não consegue criar espaços de convivência ‘filosófica’. Na França são os cafés, no Rio de Janeiro os bares, em Barão Geraldo os bares; 2. O que ele, a partir de Deleuze, define como conceito e filosofia, até onde entendi conceito é a nomeação de algo significativo na experiência vivida. Nas nossas próximas conversas, a partir de Platão e outros autores, gostaria de propor outras, como a intervenção consciente no mundo.

Sobre as indicações (me lembrem se esqueci de algo)

·      Sobre Astronomia e satélite:

o   o curso sobre Revolução astronômica do prof. da USP Valter Alvis Bezerra que em 2020 disponibilizou suas aulas e a bibliografia pertinente (https://bit.ly/fhcm2020https://sites.google.com/site/filosofiadacienciausp/home/fhcm-2020

o   Professor da Unicamp que trabalha com satélite: Jurandir Zullo Junior

o   sobre a relação Brasil/China nas décadas de 80 a 2000: BIATO JR, Oswaldo. A parceria estratégica sino-brasileira: origens, evolução e perspectivas (1993-2006). Brasília: Ministério das Relações Exteriores; Fundação Alexandre Gusmão, 2010. Disponível em: <http://funag.gov.br/loja/download/899-A_Parceria_Estrategica_Sino-Brasileira.pdf>.    

·      indicações de Platão:

o   texto do Fernando Santoro sobre como Platão criou o mito de Androgeno: SANTORO, Fernando . Máscaras de Dioniso no Banquete de Platão. O que nos faz pensar, [S.l.], v. 23, n. 34, p. 47-62, mar. 2014. Disponível em: http://www.oquenosfazpensar.fil.puc-rio.br/index.php/oqnfp/article/view/404/403

o   sobre Sócrates: MAGALHÃES-VILHENA, V. O problema de Sócrates – o Sócrates histórico e o Sócrates de Platão. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1984, 596p.

·      História das Relações Internacionais com Peter Demant: Playlist de 90 aulas: https://www.youtube.com/watch?v=VPDYz07-iJ8&list=PLxI8Can9yAHde0-EG990R6IyJAaTksojr

 

1.    Conversa inicial sobre a maiêutica

    A maiêutica socrática com ‘união’ de teorias no Teeteto. Disponível em: https://revista.classica.org.br/classica/article/view/326

    Obstetrícia socrática (anotações de Marcelo Marques em 2014). Disponível em: http://umaconversasobrefilosofia.blogspot.com/2022/08/obstetriciasocratica-marcelomarques2014.html

·      Vou colocar o Teeteto no drive para aqueles que tem interesse. A descrição da maiêutica vai de 148e-151d

 

2.    Atividade prática 1: criação ou recuperação de uma história e frase filosófica

Vamos no dia 29 realizar três exercícios: 1: criação ou recuperação de uma história e uma análise seguinte 7 etapas; 2. Em dupla fazer o mesmo exercício com a história do(a) amigo (a); 3. avaliação da atividade. Todos os três para entregar dia 29/02. Aqueles que puder fazer o exercício 1 em casa, podem fazer.

A atividade 1 venho fazendo desde de 2018 e há várias versões, gostaria que vocês fizessem a versão de 2021 (postada no meu blog em 22/02/2021).

http://umaconversasobrefilosofia.blogspot.com/2021/02/turmas-do-1-ano-do-porphyrio-1-semana_22.html

Na primeira parte do texto: Duas propostas para ensino propedêutico da filosofia a partir de Platão apresento alguns elementos teóricos, porém ele está incompleto: https://periodicos.ufsm.br/refilo/article/view/35264

 

3.    Avaliação do exercício prática 1

Depois de cada um realizar o exercício completo (fazer a sequencia na sua história e na do (a) amigo (a)) vamos fazer por escrito (e também oralmente) uma avaliação da atividade 1, como sugestão inicial proponho: os objetivos foram alcançados? Quais os possíveis problemas para aplicar o exercício no Ensino Médio? E em outros níveis de ensino? Quais os possíveis desdobramentos do exercício? Proponha uma atividade similar.

4. Por fim vou propor algo para vocês irem matutando: pensar em cursos livres nos quais o departamento de filosofia tem dificuldade em oferecer. Penso que o levantamento inicial deve conter: Nomes, instituição e localização de pesquisadores, temas, dias e horários com o menor número de aula e eventos para não chocar as datas, indicação bibliográfica inicial, custos, formas de financiamento.

 

Todos os textos são de minha autoria estão no meu Academia.edu: https://unicamp.academia.edu/RobsonGabioneta

Caso não encontrem me solicitem por um e-mail: robsongabioneta@yahoo.com.br