Banquete de Platão
texto introdutório: http://revistacult.uol.com.br/home/2010/05/amor-platonico/
download do diálogo Banquete:
http://livrosfilosofiadownload.blogspot.com.br/2012/06/o-banquete-fedon-sofista-e-politico-os.html
download do diálogo Banquete:
http://livrosfilosofiadownload.blogspot.com.br/2012/06/o-banquete-fedon-sofista-e-politico-os.html
Amor platônico é
comumente entendido como um amor irrealizável. Mas não achamos algo que
corresponda a isso nos diálogos de Platão. Platão falou sobre amor em vários
textos, os mais evidentes são três: Banquete, Fedro e Lísias.
No banquete há um
encontro de vários homens que revolvem elogiar Eros, o deus grego que
traduzimos por amor.
Fedro diz que o
amor é o primeiro dos deuses
Pausânias diz que
há dois Eros: um celeste e outro terrestre
Erixímaco diz que
Eros liga-se aos seres vivos, dando-lhes a vida.
Aristófanes faz o
famoso mito do andrógeno que diz que inicialmente o homem era homem e mulher ao
mesmo tempo, com este voltou-se contra os deuses, Zeus os dividiu ao meio, por
isso homem e mulher buscam a sua metade.
Agatão acha que
Eros é o mais jovem e mais belo dos deuses
Sócrates e diotima
dizem que amor não é belo nem feio, mas algo entre os dois, o amor é
intermediário. Isso porque amor é desejo e quem deseja não tem, logo amor não
pode ser bom. Eles contam o mito do nascimento de Eros. E depois falam sobre a
ascensão dialética.
Organizei no meio dos
discursos tese que podem ser discutidas sobre o amor.
Teses sobre o amor no
banquete
178d
Afirmo eu então que todo
homem que ama, se fosse descoberto a fazer um ato vergonhoso, ou a sofrê-lo de
outrem sem se defender por covardia, visto pelo pai não se envergonharia tanto,
nem pelos amigos nem por ninguém mais, como se fosse isto pelo bem-amado. E
isso mesmo é o que também no amado nós notamos, que é sobretudo diante dos
amantes que ele se envergonha, quando surpreendido em algum ato vergonhoso.
Tese: o amante sente vergonha diante do amado
179ª
e quando lutassem um ao
lado do outro, tais soldados venceriam, por poucos que fossem, por assim dizer
todos os homens.
Tese: o amor faz com que os homens vencem as guerras
181e
Seria preciso haver uma
lei proibindo que se amassem os meninos, a fim de que não se perdesse na
incerteza tanto esforço;
Tese: é preciso proibir os jovens de se amarem
182d
A quem, com efeito,
tenha considerado que se diz ser mais belo amar claramente que às ocultas,
Tese: deve-se amar às claras
183e
E é mau aquele amante popular,
que ama o corpo mais que a alma; pois não é ele constante, por amar um objeto
que também não é constante.
Tese: deve-se amar a alma mais que o corpo
186a
que porém não está ele apenas
nas almas dos homens, e para com os belos jovens, mas também nas outras partes,
e para com muitos outros objetos, nos corpos de todos os outros animais, nas
plantas da terra e por assim dizer em todos os seres
Tese: o amor está em tudo
187c
E assim, também a
música, no tocante à harmonia e ao ritmo, é ciência dos fenômenos amorosos.
189d
Mito do andrógeno
Tese: os amantes buscam as suas metades
192e
é portanto ao desejo e
procura do todo que se dá o nome de amor.
Tese: amor é desejo
193c
que é assim que nossa
raça se tornaria feliz, se plenamente realizássemos o amor, e o seu próprio
amado cada um encontrasse, tornado à sua primitiva natureza.
Tese: o amor sacia o desejo
195d
seus pés são delicados;
pois não sobre o solo se move, mas sobre as cabeças dos homens ela anda.
196e
Da justiça portanto, da
temperança e da coragem do deus, está dito; da
sua sabedoria porém
resta dizer;
Tese:
200a
— E é quando tem isso
mesmo que deseja e ama que ele então deseja e ama, ou quando não tem?
— Quando não tem, como é
bem provável — disse Agatão.
Tese: amor é desejo
201b
— Não está então admitido
que aquilo de que é carente e que não tem é o
que ele ama?
— Sim — disse ele.
— Carece então de beleza
o Amor, e não a tem?
— É forçoso.
— E então? O que carece
de beleza e de modo algum a possui, porventura
dizes tu que é belo?
— Não, sem dúvida.
— Se portanto o Amor é
carente do que é belo, e o que é bom é belo,
também do que é bom
seria ele carente.
Tese: amor é desejo, então quem ama não tem aquilo que ama, logo amor
não pode ser belo ou bom, mas algo intermediário.
202a
E eu então: — Que dizes,
ó Diotima? É feio então o Amor, e mau?
E ela: — Não vais te
calar? Acaso pensas que o que não for belo, é forçoso ser feio?
— Exatamente.
— E também se não for
sábio é ignorante? Ou não percebeste que existe algo entre sabedoria e
ignorância?
Tese: amor está entre a sabedoria e a ignorância
203b e seg. mito do
nascimento de Eros
204 d-e (quem adquire
o amor fica feliz)
204c-d
— Todavia — continuou
ela — tu sabes que estes não são denominados poetas, mas têm outros nomes,
enquanto que de toda a "poesia" uma única parcela foi destacada, a
que se refere à música e aos versos, e com o nome do todo é denominada. Poesia
é com efeito só isso que se chama, e os que têm essa parte da poesia, poetas.
— É verdade — disse-lhe.
— Pois assim também é
com o amor. Em geral, todo esse desejo do que é bom e de ser feliz, eis o que é
"o supremo e insidioso amor, para todo homem", no entanto, enquanto
uns, porque se voltam para ele por vários outros caminhos, ou pela riqueza ou
pelo amor à ginástica ou à sabedoria, nem se diz que amam nem que são amantes,
outros ao contrário, procedendo e empenhando-se numa só forma, detêm o nome do
todo, de amor, de amar e de amantes.
207e
E não é que é só no corpo,
mas também na alma os modos, os costumes, as opiniões, desejos, prazeres, aflições,
temores, cada um desses afetos jamais permanece o mesmo em cada um de nós, mas
uns nascem, outros morrem.
No diálogo Fedro o
personagem Fedro lê o discurso de Lisias que defende que deve-se entregar a
quem não se ama uma vez que aquele que ama quer exclusividade do seu amado não
querendo que esse conviva com outras pessoas. Sócrates, por sua vez, faz um
discurso corroborando com essa tese. Para tanto usa o seguinte exemplo: um belo
jovem tinha vários admiradores, um deles, para ganhar a disputa, convence-o de
que deve-se amar aquele que não se ama, a justificativa é a mesma, o amante
quer o amado apenas para ele. Logo em seguida, para se retratar, Sócrates faz
outro discurso para corrigir o anterior. Ele diz que sem Eros as coisas ficam
mecânicas e sem valor. Diz também que os maiores benefícios da cidade foram
feitos por homens apaixonados. Um poeta, por exemplo, sem amor, apenas com a
técnica produz uma poesia sem valor.
Trecho forte: 255d
“ele também ama, porém
não sabe a quem ama por não perceber que ele se vê no seu amante como num
espelho: junto dele esquece-se, longe deseja-o”
No lisias é dito que
para se conquistar o amado deve-se não elogiá-lo, mas ao contrario diminuí-lo.
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