Síntese
dos diálogos de Platão com vista a título de doutorado em ensino de filosofia
pela FE Unicamp. Autor: Robson Gabioneta
Apologia
21a. Sócrates narra que Querofonte foi ao oráculo para saber se há alguém mais sábio do que Sócrates em Atenas. Pítia responde negativamente. Sócrates ao ouvir isso foi procurar sábios. Achou um político que era reputado como sábio, mas percebeu que era mais sábio que ele pois julgava que não sabia nada.
21d.Ao demostrar que o político não era sábio Sócrates gerou muito ódio contra si.
22b. Do mesmo modo com os poetas. Eles não têm sabedoria, mas inspiração.
23ab. Já os artesões sabem de fato algo, mas julgam transferir esse saber para outras questões. Por essa prática Sócrates adquiriu inimigos.
Comentário: é possível fazer o mesmo que Sócrates? Se fizermos corremos o risco de sermos julgados e condenados.
Eutífrone
2a. Sócrates encontro Eutífrone no pórtico rei e lhe comunica a acusação que sofrera: corromper a juventude e inserir novos deuses na cidade.
4b-d. Eutífone vai acusar o próprio pai (como recomendado no Gorgias). Um trabalhador de Eutífrone matou outro bêbado, seu pai o acorrentou e jogou num buraco e enviou um mensageiro para um juiz. Quando ele voltou o homem estava morto.
5cd. Pedido de Sócrates a Eutifrone: ensine o que é piedade. Ele é igual a si mesma e contraria ao ímpio.
5de. Eutífrone: piedade é perseguir os criminosos, seja ele quem for. Como Zeus fez com seu pai que devorava os filhos.
6a-e. Sócrates diz estar sendo denunciado porque não concorda em descrever os deuses como em guerra. Não quer exemplos de atos, mas a definição que, ao contemplá-la sirva de paradigma. Os deuses são modelos.
7a-8a. Eutífrone: agradar os deuses é piedade. Sócrates os deuses divergem.
12e-13c. Sócrates: piedade é uma parte da justiça; os homens podem tornar os deuses melhores.
14b. Eutífrone: saber o que agrada os deuses, em oração ou sacrifício, para salvar a cidade.
14c. Sócrates: é um comércio entre deuses e homens. Estamos andando em círculos (acrescentando elementos nas ideias anteriores).
15c. Eutífrone vai embora
Critão
43a-45c. Critão acha que é o ultimo dia de Sócrates, pois o navio deve vir de Delos para comemorar a vitória de Teseu sobre o Minotauro. Critão acerta a fuga com o vigia e diz que Sócrates está sendo covarde se não fugir.
48b-49c. Sócrates estabelece princípios: ouvir os que merecem consideração; é preciso viver bem; não se deve responder o mal com mal, nem injustiça com injustiça.
50a-54b. As leis e o governo da cidade dialogam com Sócrates sobre a hipótese da fuga: se fugir irá nos destruir; foi por nós que tua mãe e pai se casaram e gerou você; a pátria deve ser mais venerável que os pais; se fugir seus familiares também serão exilados; dê valor a justiça.
Comentário: Platão está mostrando que a cidade está corrompida e por isso precisa ser punitiva.
179c-183e. Três pais (Lisímaco, Melésias e Nícias) e dois de seus filhos (dois Laquetes) procuram Sócrates para questioná-lo sobre a preparação para a guerra (diferente do que é dito na Apologia). Lisímaco conta os feitos dos antepassados na paz e na guerra; Laquete a hoplomaquia (combate com armas) só pode ser ensinada se for conhecimento (epistemi).
185c-186a. Sócrates: numa doença aos olhos, se investiga os olhos e não o remédio, ou, a pesquisa é sobre o objeto de estudo e não aquilo que entre em relação com ele; antes de estudar a hoplomaquia é preciso saber se há professor que educa a alma, se não houver, quais são os feitos e aqueles que convivem com ele.
187e-188a. Nícias: Sócrates nos obriga a prestar contas do passado.
188d. Laquete: é preciso comparar as palavras e as ações das pessoas.
Comentário hipotético: a doença seria a guerra, o remédio a hoplomaquia e o doente a cidade?
190e. Laquete: definição de coragem: não abandonar o posto no campo de batalha. (como as Leis recomendam a Sócrates em Critão 50a-54b) (1ª def.)
191a-192b. Sócrates: há corajosos que abandonam o posto lutando; procurar a coragem em outras situações, em busca dos elementos comuns; procuremos a coragem em outras situações a partir do modelo da definição de velocidade: força realizada em pouco tempo.
192bc. Laquete e Sócrates: coragem é a perseverança da alma com logos e episteme. (2ª def.)
195a. Nícias e Sócrates: coragem é o conhecimento do que se deve temer e confiar no presente, passado e futuro, no tocante as virtudes (temperança, justiça, piedade) (3ª def.)
Comentário acerca do procedimento socrático: uso do mesmo procedimento em busca da contradição a partir de um exemplo; busca de elementos comuns nas definições; buscar definições como modelo de definição; acréscimos de palavras nas definições; investigação conjunta daquilo que é da mesma família.
Síntese do
Líside
206-207. Sócrates vai ao Liceu, encontra Hipótales e Menéxeno, pergunta se há algum belo jovem; ao perceber o amor de Hipótales a Líside, Sócrates se propõem a ensiná-los, pois é inspirado (como os poetas) pela divindade.
207c-209a. Sócrates questiona a forma como os pais de Líside o amam: deixando seus bens a outros administrarem (amor aqui é a transmissão de saberes de uma geração a outra). Se Líside não pode fazer o que bem entender não é livre.
212b. retribuição do amor, ou, o que querem os apaixonados.
215b-216b. a partir de Hesíodo, Sócrates conclui que a amizade ocorre entre diferentes, logo os opostos são amigos.
218ab. Sócrates: não é amigo da sabedoria que é inteiro bom ou quem é inteiro mal, mas apenas aqueles que admitem ignorar, tornando-se nem bom nem mal.
Comentário: para que a filosofia ocorra, aqui entendida como busca pelo saber, é preciso admitir o que não se sabe.
Cármides
153a-155b. Sócrates volta da guerra da Potidéia, encontra amigos (entre eles Querofonte e Crítias), conta a eles (e não a nós) sobre a guerra, procura jovens de destaque. Crítias inventa que Sócrates é médico para curar as dores de cabeça do seu parente Cármides.
Hipóteses: a guerra é o centro das investigações, em especial sobre as virtudes; Sócrates busca jovens para o substituir na guerra? Platão precisa conhecer a juventude antes de leva-la a sua academia?
156e. Sócrates: uma folha com uma formula mágica pode curar da dor de cabeça; para curar a dor de cabeça é preciso curar a alma, pois o a parte depende do bem estar do todo. O cuidado com a alma exige belos discursos que geram a temperança, que antes, precisa ser definida.
159b. Cármides define a temperança o como uma espécie de moderação. (1ª def.)
159b-160d. Sócrates: se a temperança é bela e rapidez ao tocar é belo, temperança não poder ser uma moderação lenta. O que a temperança faz dentro de nós e como produz isso. (o que sua presença causa, qual seu efeito)
160e. Cármides: a temperança causa vergonha. (2ª def.)
161ab. Sócrates: como a vergonha as vezes é boa e outras má, ela não pode ser a definição de temperança.
161b. Cármides: temperança é cuidar do que é próprio (3ª def.)
161b-162e. Sócrates: a cidade ninguém produz para si, mas para o outro.
163a. Cármides: os temperantes compõem e fazem aquilo que é dos outros (4ª def.)
163e. Cármides: temperança é a prática do bem (5ª def.)
165b. Crítias: temperança é o conhecimento de si, do que se sabe e do que não se sabe (6ª def.)
Comentários: a 3ª e a 4ª são importantes principalmente nos momentos de guerra; a 6ª def. de Crítias recupera o ‘só sei que nada sei’.
Síntese do
Alcibíades
103a-104b. Sócrates em particular diz ao Alcibíades: que o amo, não o abandonou, é o mais belo dos atenienses, é de nobre família.
104d. Alcibíades: porque me persegues.
105bc. Sócrates: Alcibíades é escutado pela assembleia; pode dominar os helenos e os povos da redondeza.
106d-107d. Sócrates: Alcibíades não pode aconselhar a cidade na: ortografia, música, navegação; mas pode aconselhar na guerra e na paz.
109b. Alcibíades diz os motivos da guerra: ser enganado, ser tratado com violência ou alguém se tira algo.
Comentários: diferente de outros diálogos, a conversa é particular: assunto: como aconselhar a cidade na guerra; Sócrates se propõe a ajudar Alcibíades.
109d-110a. Alcebíades diz ter aprendido sozinho a distinção entre o justo e o injusto, porém não sabe quando não sabia. Sócrates diz que há coisas que o vulgo sabe e coisas que só especialistas; sobre a guerra os antigos não sabem sua causa, pois continuam praticando, inclusive o pai de Alcibíades, Clínias.
Comentários: Sócrates acha importante o histórico sobre a passagem do não saber ao saber (Apologia); distinção entre vulgo e especialistas; causa da guerra é a discordância sobre o justo e injusto; outro motivo da guerra é a morte de familiares, como no caso do pai de Alcibíades.
113a-114d. na troca de perguntas e respostas quem é quem; qual a diferença entre convencer uma assembleia e uma pessoa.
117-118. três elementos que indicam o não conhecimento: respostas contraditórias; a presunção de saber o que não se sabe; a incapacidade de transmissão.
121de-122b. Sócrates explica como é educado o primogênito do rei da Lacedemônia ou da Pérsia: se endireita seus membros na primeira infancia; aos 7 anos inicia a equitação e a caça; aos 14 recebe aulas com o mais sábio, o mais justo, o mais moderado e o mais valente. Já Alcibíades, a mando de Péricles, foi educado por um escravo velho.
124b-134. Conhece-te a ti mesmo: para se aperfeiçoar junto, o que vale para um vale para o outro; cuidar dos negócios da cidade, em especial o que gera a amizade, evitando o ódio; virtudes e conhecimentos, tal como o olho para se ver precisa de outro olho, precisa de outras virtudes e outros conhecimentos.
Hípias
Maior
281ac. Sócrates pergunta a Hípias o motivo de sua ausência em Atenas. Hípias diz que são os conflitos com outras cidades, sendo ele embaixador de Élide.
282-284. Sócrates pergunta o motivo dos antigos se absterem dos negócios da cidade. Para Hípias é porque não sabem conciliar o público com o privado, ele faz isso cobrando para ensinar quando precisa viajar, dando dinheiro ao pai. Sócrates chama Hípias de sofista por desenvolver a arte dos antigos e pergunta se ensina os Lacedemônios. Hípias diz que eles proíbem o ensino externo.
286c-288a. Como Crítias no Carmides (165ab) Sócrates diz que alguém um dia lhe perguntaou o que é o belo e o feio. Hípias que é uma bela jovem (1ª def.). Sócrates: uma bela jovem é feia se comparada com uma deusa; meu interlocutor quer saber o que é o belo em si.
291de. Hípias: belo é o que adorna as coisas que agrega, ou seja, o outro (2ª def.). Sócrates: não refuta a primeira parte mais a segunda pela ideia de adequação do material, ex. panela.
Comentário: Sócrates usa esse interlocutor desconhecido para criticar Hípias e a si mesmo. Definições suspensas do belo: o divino; o que torna as coisas belas; o uso adequado.
291d-293a. Hípias: belo é ser rico, ter saúde, ser honrado, sepultar os pais e ser seputado pelos filhos (3ª def.). Sócrates: para os deuses e heróis não é belo sepultar os pais e ser sepultado pelo filhos.
2915c-296a. Sócrates e Hípias: belo é a utilidade pela aptidão, entre eles a capacidade de comandar a cidade (4ª def.).
Comentário: junção entre filosofia e sofística.
296a-300d. Sócrates: as pessoas erram e fazem mal as coisas porque: 1. Possui essa capacidade; 2. Não possui o belo; 3. As duas coisas; a causa é diferente do causado pois a causa não pode ser causa da causa; são diferentes: o bem, o bom, o útil e o vantajoso; por outro lado, tem que haver alguma participação entre essas coisas, como o belo no exercício da função dos olhos e ouvidos. Hípias: o conjunto não possui qualidades que o individual não possui. Sócrates: há coisas que só existem quando as pessoas se juntam.
300-3004. Sócrates e Hípias não entram em acordo.
304ad.
21a. Sócrates narra que Querofonte foi ao oráculo para saber se há alguém mais sábio do que Sócrates em Atenas. Pítia responde negativamente. Sócrates ao ouvir isso foi procurar sábios. Achou um político que era reputado como sábio, mas percebeu que era mais sábio que ele pois julgava que não sabia nada.
21d.Ao demostrar que o político não era sábio Sócrates gerou muito ódio contra si.
22b. Do mesmo modo com os poetas. Eles não têm sabedoria, mas inspiração.
23ab. Já os artesões sabem de fato algo, mas julgam transferir esse saber para outras questões. Por essa prática Sócrates adquiriu inimigos.
Comentário: é possível fazer o mesmo que Sócrates? Se fizermos corremos o risco de sermos julgados e condenados.
2a. Sócrates encontro Eutífrone no pórtico rei e lhe comunica a acusação que sofrera: corromper a juventude e inserir novos deuses na cidade.
4b-d. Eutífone vai acusar o próprio pai (como recomendado no Gorgias). Um trabalhador de Eutífrone matou outro bêbado, seu pai o acorrentou e jogou num buraco e enviou um mensageiro para um juiz. Quando ele voltou o homem estava morto.
5cd. Pedido de Sócrates a Eutifrone: ensine o que é piedade. Ele é igual a si mesma e contraria ao ímpio.
5de. Eutífrone: piedade é perseguir os criminosos, seja ele quem for. Como Zeus fez com seu pai que devorava os filhos.
6a-e. Sócrates diz estar sendo denunciado porque não concorda em descrever os deuses como em guerra. Não quer exemplos de atos, mas a definição que, ao contemplá-la sirva de paradigma. Os deuses são modelos.
7a-8a. Eutífrone: agradar os deuses é piedade. Sócrates os deuses divergem.
12e-13c. Sócrates: piedade é uma parte da justiça; os homens podem tornar os deuses melhores.
14b. Eutífrone: saber o que agrada os deuses, em oração ou sacrifício, para salvar a cidade.
14c. Sócrates: é um comércio entre deuses e homens. Estamos andando em círculos (acrescentando elementos nas ideias anteriores).
15c. Eutífrone vai embora
43a-45c. Critão acha que é o ultimo dia de Sócrates, pois o navio deve vir de Delos para comemorar a vitória de Teseu sobre o Minotauro. Critão acerta a fuga com o vigia e diz que Sócrates está sendo covarde se não fugir.
48b-49c. Sócrates estabelece princípios: ouvir os que merecem consideração; é preciso viver bem; não se deve responder o mal com mal, nem injustiça com injustiça.
50a-54b. As leis e o governo da cidade dialogam com Sócrates sobre a hipótese da fuga: se fugir irá nos destruir; foi por nós que tua mãe e pai se casaram e gerou você; a pátria deve ser mais venerável que os pais; se fugir seus familiares também serão exilados; dê valor a justiça.
Comentário: Platão está mostrando que a cidade está corrompida e por isso precisa ser punitiva.
179c-183e. Três pais (Lisímaco, Melésias e Nícias) e dois de seus filhos (dois Laquetes) procuram Sócrates para questioná-lo sobre a preparação para a guerra (diferente do que é dito na Apologia). Lisímaco conta os feitos dos antepassados na paz e na guerra; Laquete a hoplomaquia (combate com armas) só pode ser ensinada se for conhecimento (epistemi).
185c-186a. Sócrates: numa doença aos olhos, se investiga os olhos e não o remédio, ou, a pesquisa é sobre o objeto de estudo e não aquilo que entre em relação com ele; antes de estudar a hoplomaquia é preciso saber se há professor que educa a alma, se não houver, quais são os feitos e aqueles que convivem com ele.
187e-188a. Nícias: Sócrates nos obriga a prestar contas do passado.
188d. Laquete: é preciso comparar as palavras e as ações das pessoas.
Comentário hipotético: a doença seria a guerra, o remédio a hoplomaquia e o doente a cidade?
190e. Laquete: definição de coragem: não abandonar o posto no campo de batalha. (como as Leis recomendam a Sócrates em Critão 50a-54b) (1ª def.)
191a-192b. Sócrates: há corajosos que abandonam o posto lutando; procurar a coragem em outras situações, em busca dos elementos comuns; procuremos a coragem em outras situações a partir do modelo da definição de velocidade: força realizada em pouco tempo.
192bc. Laquete e Sócrates: coragem é a perseverança da alma com logos e episteme. (2ª def.)
195a. Nícias e Sócrates: coragem é o conhecimento do que se deve temer e confiar no presente, passado e futuro, no tocante as virtudes (temperança, justiça, piedade) (3ª def.)
Comentário acerca do procedimento socrático: uso do mesmo procedimento em busca da contradição a partir de um exemplo; busca de elementos comuns nas definições; buscar definições como modelo de definição; acréscimos de palavras nas definições; investigação conjunta daquilo que é da mesma família.
206-207. Sócrates vai ao Liceu, encontra Hipótales e Menéxeno, pergunta se há algum belo jovem; ao perceber o amor de Hipótales a Líside, Sócrates se propõem a ensiná-los, pois é inspirado (como os poetas) pela divindade.
207c-209a. Sócrates questiona a forma como os pais de Líside o amam: deixando seus bens a outros administrarem (amor aqui é a transmissão de saberes de uma geração a outra). Se Líside não pode fazer o que bem entender não é livre.
212b. retribuição do amor, ou, o que querem os apaixonados.
215b-216b. a partir de Hesíodo, Sócrates conclui que a amizade ocorre entre diferentes, logo os opostos são amigos.
218ab. Sócrates: não é amigo da sabedoria que é inteiro bom ou quem é inteiro mal, mas apenas aqueles que admitem ignorar, tornando-se nem bom nem mal.
Comentário: para que a filosofia ocorra, aqui entendida como busca pelo saber, é preciso admitir o que não se sabe.
153a-155b. Sócrates volta da guerra da Potidéia, encontra amigos (entre eles Querofonte e Crítias), conta a eles (e não a nós) sobre a guerra, procura jovens de destaque. Crítias inventa que Sócrates é médico para curar as dores de cabeça do seu parente Cármides.
Hipóteses: a guerra é o centro das investigações, em especial sobre as virtudes; Sócrates busca jovens para o substituir na guerra? Platão precisa conhecer a juventude antes de leva-la a sua academia?
156e. Sócrates: uma folha com uma formula mágica pode curar da dor de cabeça; para curar a dor de cabeça é preciso curar a alma, pois o a parte depende do bem estar do todo. O cuidado com a alma exige belos discursos que geram a temperança, que antes, precisa ser definida.
159b. Cármides define a temperança o como uma espécie de moderação. (1ª def.)
159b-160d. Sócrates: se a temperança é bela e rapidez ao tocar é belo, temperança não poder ser uma moderação lenta. O que a temperança faz dentro de nós e como produz isso. (o que sua presença causa, qual seu efeito)
160e. Cármides: a temperança causa vergonha. (2ª def.)
161ab. Sócrates: como a vergonha as vezes é boa e outras má, ela não pode ser a definição de temperança.
161b. Cármides: temperança é cuidar do que é próprio (3ª def.)
161b-162e. Sócrates: a cidade ninguém produz para si, mas para o outro.
163a. Cármides: os temperantes compõem e fazem aquilo que é dos outros (4ª def.)
163e. Cármides: temperança é a prática do bem (5ª def.)
165b. Crítias: temperança é o conhecimento de si, do que se sabe e do que não se sabe (6ª def.)
Comentários: a 3ª e a 4ª são importantes principalmente nos momentos de guerra; a 6ª def. de Crítias recupera o ‘só sei que nada sei’.
103a-104b. Sócrates em particular diz ao Alcibíades: que o amo, não o abandonou, é o mais belo dos atenienses, é de nobre família.
104d. Alcibíades: porque me persegues.
105bc. Sócrates: Alcibíades é escutado pela assembleia; pode dominar os helenos e os povos da redondeza.
106d-107d. Sócrates: Alcibíades não pode aconselhar a cidade na: ortografia, música, navegação; mas pode aconselhar na guerra e na paz.
109b. Alcibíades diz os motivos da guerra: ser enganado, ser tratado com violência ou alguém se tira algo.
Comentários: diferente de outros diálogos, a conversa é particular: assunto: como aconselhar a cidade na guerra; Sócrates se propõe a ajudar Alcibíades.
109d-110a. Alcebíades diz ter aprendido sozinho a distinção entre o justo e o injusto, porém não sabe quando não sabia. Sócrates diz que há coisas que o vulgo sabe e coisas que só especialistas; sobre a guerra os antigos não sabem sua causa, pois continuam praticando, inclusive o pai de Alcibíades, Clínias.
Comentários: Sócrates acha importante o histórico sobre a passagem do não saber ao saber (Apologia); distinção entre vulgo e especialistas; causa da guerra é a discordância sobre o justo e injusto; outro motivo da guerra é a morte de familiares, como no caso do pai de Alcibíades.
113a-114d. na troca de perguntas e respostas quem é quem; qual a diferença entre convencer uma assembleia e uma pessoa.
117-118. três elementos que indicam o não conhecimento: respostas contraditórias; a presunção de saber o que não se sabe; a incapacidade de transmissão.
121de-122b. Sócrates explica como é educado o primogênito do rei da Lacedemônia ou da Pérsia: se endireita seus membros na primeira infancia; aos 7 anos inicia a equitação e a caça; aos 14 recebe aulas com o mais sábio, o mais justo, o mais moderado e o mais valente. Já Alcibíades, a mando de Péricles, foi educado por um escravo velho.
124b-134. Conhece-te a ti mesmo: para se aperfeiçoar junto, o que vale para um vale para o outro; cuidar dos negócios da cidade, em especial o que gera a amizade, evitando o ódio; virtudes e conhecimentos, tal como o olho para se ver precisa de outro olho, precisa de outras virtudes e outros conhecimentos.
281ac. Sócrates pergunta a Hípias o motivo de sua ausência em Atenas. Hípias diz que são os conflitos com outras cidades, sendo ele embaixador de Élide.
282-284. Sócrates pergunta o motivo dos antigos se absterem dos negócios da cidade. Para Hípias é porque não sabem conciliar o público com o privado, ele faz isso cobrando para ensinar quando precisa viajar, dando dinheiro ao pai. Sócrates chama Hípias de sofista por desenvolver a arte dos antigos e pergunta se ensina os Lacedemônios. Hípias diz que eles proíbem o ensino externo.
286c-288a. Como Crítias no Carmides (165ab) Sócrates diz que alguém um dia lhe perguntaou o que é o belo e o feio. Hípias que é uma bela jovem (1ª def.). Sócrates: uma bela jovem é feia se comparada com uma deusa; meu interlocutor quer saber o que é o belo em si.
291de. Hípias: belo é o que adorna as coisas que agrega, ou seja, o outro (2ª def.). Sócrates: não refuta a primeira parte mais a segunda pela ideia de adequação do material, ex. panela.
Comentário: Sócrates usa esse interlocutor desconhecido para criticar Hípias e a si mesmo. Definições suspensas do belo: o divino; o que torna as coisas belas; o uso adequado.
291d-293a. Hípias: belo é ser rico, ter saúde, ser honrado, sepultar os pais e ser seputado pelos filhos (3ª def.). Sócrates: para os deuses e heróis não é belo sepultar os pais e ser sepultado pelo filhos.
2915c-296a. Sócrates e Hípias: belo é a utilidade pela aptidão, entre eles a capacidade de comandar a cidade (4ª def.).
Comentário: junção entre filosofia e sofística.
296a-300d. Sócrates: as pessoas erram e fazem mal as coisas porque: 1. Possui essa capacidade; 2. Não possui o belo; 3. As duas coisas; a causa é diferente do causado pois a causa não pode ser causa da causa; são diferentes: o bem, o bom, o útil e o vantajoso; por outro lado, tem que haver alguma participação entre essas coisas, como o belo no exercício da função dos olhos e ouvidos. Hípias: o conjunto não possui qualidades que o individual não possui. Sócrates: há coisas que só existem quando as pessoas se juntam.
300-3004. Sócrates e Hípias não entram em acordo.
304ad.
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