Unesp-Historia.e.Filosofia.da.Educação.4semana
Sobre as atividades: semana que vem, 29/03, não teremos aula e, na semana seguinte, 05/04, está agendado as apresentações e entregas de resenhas dos grupos 01, 02 e 03. Se possível entreguem as resenhas alguns dias antes da apresentação. Lembrem-se também que aqueles que assistirem as apresentações deverão formular perguntas e fazer comentários, por isso procurem não faltar. Revejam os critérios de avaliação na postagem de 29/02: https://umaconversasobrefilosofia.blogspot.com/2024/02/unesp-historiaefilosofiadaeducacao1sema.html
Só destaco que as perguntas ao profissional precisam levar em consideração aquilo que estudamos, por isso, em alguns casos, é preciso explicar os conceitos que vocês estão usando. Além disso, é preciso considerar o profissional que vocês estão conversando a partir da sua especificidade. Até agora vou pedir a vocês: 3 questões inspiradas em Platão; 1 nos povos indígenas; 1 nos afrodescendentes; 2 refutações (ou objeções ou críticas, porém com cuidado).
Notem que em cada filosofia (Platão, Povos indígenas, afro-descendentes) há concepções educacionais distintas, às vezes elas se conectam, se cruzam, ou se contradizem.
Sobre as atividades: semana que vem, 29/03, não teremos aula e, na semana seguinte, 05/04, está agendado as apresentações e entregas de resenhas dos grupos 01, 02 e 03. Se possível entreguem as resenhas alguns dias antes da apresentação. Lembrem-se também que aqueles que assistirem as apresentações deverão formular perguntas e fazer comentários, por isso procurem não faltar. Revejam os critérios de avaliação na postagem de 29/02: https://umaconversasobrefilosofia.blogspot.com/2024/02/unesp-historiaefilosofiadaeducacao1sema.html
Só destaco que as perguntas ao profissional precisam levar em consideração aquilo que estudamos, por isso, em alguns casos, é preciso explicar os conceitos que vocês estão usando. Além disso, é preciso considerar o profissional que vocês estão conversando a partir da sua especificidade. Até agora vou pedir a vocês: 3 questões inspiradas em Platão; 1 nos povos indígenas; 1 nos afrodescendentes; 2 refutações (ou objeções ou críticas, porém com cuidado).
Notem que em cada filosofia (Platão, Povos indígenas, afro-descendentes) há concepções educacionais distintas, às vezes elas se conectam, se cruzam, ou se contradizem.
Na aula de hoje, 22/03, conversamos sobre algumas concepções do divino e depois sobre alguns modos de se contrapor a teses e argumentos.
A partir do Hibridos: estamos numa nova era onde é preciso a mentalidade de abundância (A Barquinha, Philippe Bandeira); o candomblé desperta o deus interior (Afoxé Alafin Oyó, Fabiano do Santos Silva); “ele está querendo acabar tudo, pois o homem branco está acabando com a natureza por ambição e dinheiro” (Chapada dos Veadeiros, Tanonè Kariri-Xocó); tudo é espiritual, tudo é sagrado; toda cultura vem do culto, a música brasileira, as comidas, vem dos terreiros ( Festa de Iemanjá na Bahia, Mateus Aleluia); a crise ambiental é uma crise espiritual (Centro Eclético Flor de Lótus Iluminado, Sérgio de Carvalho); no Círio de Nazaré, quando todos estamos juntos, todos são um (Círio de Nazaré, Gaby Amarantos); o sagrado é humano e vice-versa assim há um sagrado para cada humano, porém alguns tentam fixar o sagrado na tradição, no Br a abertura (miscigenação) é possível, porém nenhuma tradição é fixa; a tradição é híbrida (Fraternidade de Kayman, Adriano Bitarães); a Jurema é indigena onde o caboclo é o dono da terra; alguns candomblés cultuam o caboclo antes de Exu; a terra é uma divindade e é assim que os índios agem; os Europeus apagaram os saberes indígenas que é sustentável; a jurema (uma acácia) é sagrada; a jurema permite a cura e ela não se ensina; religião mais antiga do br (Quilombo Cultural Malunguinho, Alexandre L’Omi L’Odò & Ricardo Nunes).
Santo Agostinho (354-430): a alma vem e volta para deus, mas para isso o corpo deve obedecer a alma; o mal não existe é ‘apenas’ o afastamento de deus.
Santo Anselmo de Canterbory (1033-1109): Deus é justiceiro e castiga a humanidade pelo pecado original e pela morte de Cristo; só a Igreja e o Império, pela lei salva.
Santo Tomás de Aquino (1225-1274): a razão deve servir a fé; Suma de Teologia: 1. demonstrando os preâmbulos da fé; 2. aclarando as verdades da fé; 3. rebatendo as objeções; uso das 4 causas de Aristóteles: é preciso que aquele que primeiro móvel o mundo seja imóvel; a primeira causa eficiente é deus; deus é a causa necessária de si e dos outros; deus é causa de toda a perfeição; deus é inteligente e ordena todas as coisas.
Santo Agostinho:
a alma vem de deus e volta para deus (referência a tudo é um de Parmênides), porém para que essa volta aconteça é preciso que o homem deixa a soberba onde o corpo manda na alma. assim, controlando suas paixões os homens podem agir de maneira boa e voltando a deus.
o mal não existe; o mal é o afastamento de deus
Santo Anselmo de Canterbory: Anselmo nasceu em 1033 e morreu em 1109 na cidade Cantuária (Canterbory), onde hoje é a Inglaterra.
“Anselmo confunde, em primeiro lugar, o ‘resgate’ exigido por Satanás como uma ‘divida’ contraída pelo pecador. Em segundo lugar, inverte o destinatário que ‘cobra’ o ‘resgate’ ou ‘dívida’: de Satanás se passa ao Deus justiceiro da cristandade; do Pai de bondade do fundador do cristianismo se passa agora ao sádico que pede a morte do Filho. Em terceiro lugar, declara que a ‘dívida’ não pode ser perdoada, porque perdoá-la seria injusto. Em quarto lugar, mostra que a dívida é impagável, infinita. Em quinto lugar, embora a dívida seja impagável, é preciso pagá-la. Por isso, em sexto lugar, é necessário que o próprio Deus, o Filho, se ofereça em sacrifício de sangue ao Pai (e não a Satanás), para pagar a dívida com sua vida: nasce para morrer. Em sétimo lugar, uma vez sacrificado (sadicamente pelo Pai), o Filho produz, com o seu sangue, um ‘depósito’ e, por isso, ‘mediação necessária da salvação’, devia fazer conhecer explicitamente a mensagem cristã como condição de distribuição do ‘tesouro’. Em nono lugar, os ‘deveres’ ou pecadores se salvariam pelo cumprimento da ‘lei’ (de Deus, da Igreja e do Império; aparece, assim, uma teoria complexa da Lex) e ex opere operato, pela recepção dos sacramentos.” (Dussel, 2014, p.124).
Santo Tomás de Aquino - Tomás nasceu na região de Roccasecca, próximo a Roma, em 1225, foi frade católico, estudou e deu aulas em Paris e morreu em 1274 com apenas 49 anos.
Assim como Agostinho, Tomás procurou também conciliar a razão (filosofia) e a fé (revelação), porém com uma argumentação distinta. Para Tomás a razão deve servia a fé do seguinte modo: 1. demonstrando os preâmbulos da fé; 2. aclarando as verdades da fé; 3. rebatendo as objeções. Podemos ver esse procedimento na sua obra prima - Suma de Teologia - onde é apresentado uma pergunta (normalmente a um problema teológico); os argumentos em torno de possíveis respostas; os argumentos contrários e as respostas ao problema inicial (Nascimento, 2008, p.93, nota 1).
A partir do Hibridos: estamos numa nova era onde é preciso a mentalidade de abundância (A Barquinha, Philippe Bandeira); o candomblé desperta o deus interior (Afoxé Alafin Oyó, Fabiano do Santos Silva); “ele está querendo acabar tudo, pois o homem branco está acabando com a natureza por ambição e dinheiro” (Chapada dos Veadeiros, Tanonè Kariri-Xocó); tudo é espiritual, tudo é sagrado; toda cultura vem do culto, a música brasileira, as comidas, vem dos terreiros ( Festa de Iemanjá na Bahia, Mateus Aleluia); a crise ambiental é uma crise espiritual (Centro Eclético Flor de Lótus Iluminado, Sérgio de Carvalho); no Círio de Nazaré, quando todos estamos juntos, todos são um (Círio de Nazaré, Gaby Amarantos); o sagrado é humano e vice-versa assim há um sagrado para cada humano, porém alguns tentam fixar o sagrado na tradição, no Br a abertura (miscigenação) é possível, porém nenhuma tradição é fixa; a tradição é híbrida (Fraternidade de Kayman, Adriano Bitarães); a Jurema é indigena onde o caboclo é o dono da terra; alguns candomblés cultuam o caboclo antes de Exu; a terra é uma divindade e é assim que os índios agem; os Europeus apagaram os saberes indígenas que é sustentável; a jurema (uma acácia) é sagrada; a jurema permite a cura e ela não se ensina; religião mais antiga do br (Quilombo Cultural Malunguinho, Alexandre L’Omi L’Odò & Ricardo Nunes).
Santo Agostinho (354-430): a alma vem e volta para deus, mas para isso o corpo deve obedecer a alma; o mal não existe é ‘apenas’ o afastamento de deus.
Santo Anselmo de Canterbory (1033-1109): Deus é justiceiro e castiga a humanidade pelo pecado original e pela morte de Cristo; só a Igreja e o Império, pela lei salva.
Santo Tomás de Aquino (1225-1274): a razão deve servir a fé; Suma de Teologia: 1. demonstrando os preâmbulos da fé; 2. aclarando as verdades da fé; 3. rebatendo as objeções; uso das 4 causas de Aristóteles: é preciso que aquele que primeiro móvel o mundo seja imóvel; a primeira causa eficiente é deus; deus é a causa necessária de si e dos outros; deus é causa de toda a perfeição; deus é inteligente e ordena todas as coisas.
Santo Agostinho:
a alma vem de deus e volta para deus (referência a tudo é um de Parmênides), porém para que essa volta aconteça é preciso que o homem deixa a soberba onde o corpo manda na alma. assim, controlando suas paixões os homens podem agir de maneira boa e voltando a deus.
o mal não existe; o mal é o afastamento de deus
Santo Anselmo de Canterbory: Anselmo nasceu em 1033 e morreu em 1109 na cidade Cantuária (Canterbory), onde hoje é a Inglaterra.
“Anselmo confunde, em primeiro lugar, o ‘resgate’ exigido por Satanás como uma ‘divida’ contraída pelo pecador. Em segundo lugar, inverte o destinatário que ‘cobra’ o ‘resgate’ ou ‘dívida’: de Satanás se passa ao Deus justiceiro da cristandade; do Pai de bondade do fundador do cristianismo se passa agora ao sádico que pede a morte do Filho. Em terceiro lugar, declara que a ‘dívida’ não pode ser perdoada, porque perdoá-la seria injusto. Em quarto lugar, mostra que a dívida é impagável, infinita. Em quinto lugar, embora a dívida seja impagável, é preciso pagá-la. Por isso, em sexto lugar, é necessário que o próprio Deus, o Filho, se ofereça em sacrifício de sangue ao Pai (e não a Satanás), para pagar a dívida com sua vida: nasce para morrer. Em sétimo lugar, uma vez sacrificado (sadicamente pelo Pai), o Filho produz, com o seu sangue, um ‘depósito’ e, por isso, ‘mediação necessária da salvação’, devia fazer conhecer explicitamente a mensagem cristã como condição de distribuição do ‘tesouro’. Em nono lugar, os ‘deveres’ ou pecadores se salvariam pelo cumprimento da ‘lei’ (de Deus, da Igreja e do Império; aparece, assim, uma teoria complexa da Lex) e ex opere operato, pela recepção dos sacramentos.” (Dussel, 2014, p.124).
Santo Tomás de Aquino - Tomás nasceu na região de Roccasecca, próximo a Roma, em 1225, foi frade católico, estudou e deu aulas em Paris e morreu em 1274 com apenas 49 anos.
Assim como Agostinho, Tomás procurou também conciliar a razão (filosofia) e a fé (revelação), porém com uma argumentação distinta. Para Tomás a razão deve servia a fé do seguinte modo: 1. demonstrando os preâmbulos da fé; 2. aclarando as verdades da fé; 3. rebatendo as objeções. Podemos ver esse procedimento na sua obra prima - Suma de Teologia - onde é apresentado uma pergunta (normalmente a um problema teológico); os argumentos em torno de possíveis respostas; os argumentos contrários e as respostas ao problema inicial (Nascimento, 2008, p.93, nota 1).
Tomás de Aquino, Suma Teológica, vol. IV
521. Questão 90
Preâmbulo: o mal vem do diabo; o bem de Deus.
521-523. ARTIGO 1 A lei é algo da razão?
Negativas: 1. a lei não é racional pois há pessoas que não possuem leis; 2. não sendo razão a lei não é potência, hábito ou ato (atributos da razão); 3. cumprir a lei é um ato da vontade e não da razão.
Respostas: como a lei é uma regra e uma medida, ela é fruto da razão; 1. idem; 2. as ações práticas vem da razão, portanto da lei; 3. a vontade deve ser regulada pela razão.
523-525. ARTIGO 2 A lei ordena-se sempre ao bem comum?
Negativas: a lei não se ordena pelo bem comum; 1. os preceitos podem ser particulares (singulares); 2. como a ação é singular, a lei também pode visar um bem particular; 3. como a razão pode ser particular, também a lei pode ser particular.
Respostas: a lei é para a utilidade comum dos cidadãos. “O último fim da vida humana é a felicidade ou bem-aventurança”, e como diz o filósofo (Aristóteles), a cidade é a comunidade perfeita. 1. sendo a lei comum a todos ela também se aplica a particulares; 2. as ações particulares podem visar o bem comum; 3. a razão visa o fim último, o bem comum.
525-527. ARTIGO 3 A razão de qualquer um pode fazer leis?
Negativas: qualquer um pode fazer as leis. 1. Paulo diz que os gentios não têm lei; 2. se, como diz A., a lei deve induzir o homem a virtude, qualquer um pode fazê-las; 3. como o príncipe, o pai de família pode fazer a lei da sua casa.
Respostas: a lei é feita pelo povo ou por alguém que age em seu nome. 1. tanto para quem faz a lei como quem é regulado por ela devem seguir a lei, ela é para todos; 2. o particular não produz a virtude pois só pode se corrigir, apenas a multidão ou a figura pública pode; 3. como a casa não é o fim último do homem, mas apenas a cidade, este deve ordenar-se para o bem comum desta.
527-528. ARTIGO 4 A promulgação é da razão de lei?
Negativas: “e a promulgação não é da razão de lei”. 1. sendo a lei natural maior e não promulgada, todas não precisam ser promulgadas. 2. se a lei deve ser cumprida por quem estava presente e também os outros, sua promulgação não é razão. 3. se a lei vale para o futuro e sua promulgação é feita num momento pelos presentes, a promulgação não é necessária.
Resposta: "as leis se instituem quando são promulgadas". a promulgação precisa ser conhecida por todos. 1. a lei natural é promulgada por Deus nas mentes dos homens; 2. quando conhecida a lei deve ser cumprida; 3. depois de escrita a lei deve ser cumprida.
BIASOLI, L. F. Terceiras objeções feitas pelo Sr. Hobbes contra as seis meditações. Modernos & Contemporâneos - International Journal of Philosophy [issn 2595-1211], [S. l.], v. 5, n. 11, 2021. Disponível em: https://ojs.ifch.unicamp.br/index.php/modernoscontemporaneos/article/view/4481. Acesso em: 15 mar. 2024.
288. 1 Objeção de Hobbes (H): Descartes (D) está correto em dizer não há critério para distinguir o sono da vigília, só por meio dos sentidos, como diz Platão e outros, o sensível traz incertezas (ou seja, D só repetiu)
288-289. Resposta de D a 1 obj.: usei os antigos para preparar para meditações seguintes, distinguindo as coisas corporais das intelectuais.
289-290. 2 Objeção de H: do mesmo modo que não se segue que quando estou caminhando eu sou uma caminhada, também por eu pensar não se segue que eu sou “ um espírito, uma alma, um entendimento, uma razão”. “O Sr. Descartes, então, toma a coisa inteligente e a intelecção, que é seu ato, por uma mesma coisa”. “porque um ente é uma coisa, e outra coisa é sua essência;”. Aquilo que pensa também é corporal, é material.
288-289. Resposta de D a 2 obj: o pensamento, diferente de caminhada, pode significar: a ação mesma, a faculdade ou o local. Um pensamento pode ser sujeito de outro pensamento.
292. 3 Objeção de H: D caiu no linguajar escolástico: “o entendimento entende, a vista vê, a vontade quer; e por uma justa analogia, a caminhada ou, ao menos, a faculdade de caminhar, caminha: todas as coisas que são obscuras, impróprias e muito indignas da nitidez ordinária”.
292. Resposta de D a 3 obj: diz que os modos de pensar “não podem ter alguma existência fora de mim”.
293. 4 Objeção de H: D não explicou a diferença entre imaginar (ter uma ideia) e entender (concluir). Da sequência de palavras aleatórias não se conclui nada. “o espírito não é nenhuma outra coisa, senão um movimento em certas partes do corpo orgânico”.
293. Resposta de D a 4 obj: o que importa não é o nome, mas o que ele significa. Se nossas palavras são arbitrárias, H se refuta a si mesmo uma vez que usa essas palavras. O movimento e o espírito são coisas diferentes.
294-295. 5 Objeção de H: não adoramos a imagem de Deus pois ela é inconcebível. “Agora, dá muito suspeita premissa: que temos em nossa alma a ideia de Deus, Descartes vem provar este teorema: que Deus (um ser onipotente, muito sábio, criador do universo, etc.) existe. Ele deve conseguir explicar melhor como temos a ideia de Deus em nossa alma, e disso como podemos concluir não apenas sua existência, mas, também, a criação do mundo.”
295. Resposta de D a 5 obj: H não entendeu o sentido que dou as minhas palavras. Sendo Deus poderoso, se há mundo, ele foi criado por Deus.
295-296. 6 Objeção de H: D não explica direito quando diz que algum pensamentos geram outras coisas, como o querer, o ter, o medo, a afirmação e a negação.
296. Resposta de D a 6 obj: ver um leão não é o mesmo que ter medo. Não preciso responder.
296-297. 7 Objeção de H: Como D não provou a ideia de Deus, também não pode dizer que possui uma ideia inata de si.
297. Resposta de D a 7 obj: temos ideia de deus e a alma é inferida pela razão.
297. 8 Objeção de H: às ideias da astronomia não estão internas (mas foram adquiridas ao longo dos séculos?)
297. Resposta de D a 8 obj: D reclama que H não está de acordo com o nome que ele dá a ideia.
297-298. 9 Objeção de H: H crítica que as ideias de substâncias são maiores, pois não há ideia de deus nem de alma nem de substância. No caso da substância H defende que se elas não alteradas por acidentes não é possível uma ideia
298. Resposta de D a 9 obj: “denomino ideia isto mesmo que a razão nos faz conhecer”. Para D o infinito e o independente tem mais realidade que o finito e o dependente.
299-300. 10 Objeção de H: como somos finitos e do dependentes não podemos conceber o infinito e o independente. Do mesmo modo para os atributos soberanamente inteligente e poderoso. Não há ideias inatas.
300-301. Resposta de D a 10 obj: “pois não há nada em Deus de semelhante às coisas exteriores, ou seja, às coisas corporais”. [...] “pois por ideia, quero dizer qualquer coisa que seja a forma de alguma percepção”.
301. 11 Objeção de H: nem a ideia de Deus nem a criação foi demonstrada.
301. Resposta de D a 11 obj: D defende que Deus é perfeito e total.
301-302. 12 Objeção de H: para H é contraditório o que D diz: o erro vem da faculdade de conhecer e do livre-arbítrio. Este último em particular ele recorre ao calvinismo (o homem não é parâmetro para deus, mas o contrário).
302. Resposta de D a 12 obj: as objeções não são bem deduzidas sobre os princípios. Não é o mesmo vontade (voluntário) e liberdade (livre). Não irei discutir o calvinismo.
302-303. 13 Objeção de H: a verdade e o consentimento não dependem da vontade.
303. Resposta de D a 13 obj: o conhecimento precisa da clareza para acontecer.
302-303. 14 Objeção de H: se não existissem triângulos não haveria ideia dele; do mesmo modo se ele deixasse de existir, não existiria sua forma. Só há essência onde há existência.
303. Resposta de D a 14 obj: D diz que rejeita nome, conceitos ou ideias eternas.
304-305. 15 Objeção de H: que deus não me pode enganar não se conclui que coisas corpóreas existem.
305. Resposta de D a 15 obj: Deus, por sua essência, não pode nos enganar, ainda que o erro é possível.
305. 16 Objeção de H: o conhecimento de Deus não pode ser critério para o conhecimento de estar acordado pois um ateu pode saber se está acordado.
306. Resposta de D a 16 obj: um ateu não pode estar certo de que não está enganado sem admitir que foi criado por Deus e que Deus não o engana.
288. 1 Objeção de Hobbes (H): Descartes (D) está correto em dizer não há critério para distinguir o sono da vigília, só por meio dos sentidos, como diz Platão e outros, o sensível traz incertezas (ou seja, D só repetiu)
288-289. Resposta de D a 1 obj.: usei os antigos para preparar para meditações seguintes, distinguindo as coisas corporais das intelectuais.
289-290. 2 Objeção de H: do mesmo modo que não se segue que quando estou caminhando eu sou uma caminhada, também por eu pensar não se segue que eu sou “ um espírito, uma alma, um entendimento, uma razão”. “O Sr. Descartes, então, toma a coisa inteligente e a intelecção, que é seu ato, por uma mesma coisa”. “porque um ente é uma coisa, e outra coisa é sua essência;”. Aquilo que pensa também é corporal, é material.
288-289. Resposta de D a 2 obj: o pensamento, diferente de caminhada, pode significar: a ação mesma, a faculdade ou o local. Um pensamento pode ser sujeito de outro pensamento.
292. 3 Objeção de H: D caiu no linguajar escolástico: “o entendimento entende, a vista vê, a vontade quer; e por uma justa analogia, a caminhada ou, ao menos, a faculdade de caminhar, caminha: todas as coisas que são obscuras, impróprias e muito indignas da nitidez ordinária”.
292. Resposta de D a 3 obj: diz que os modos de pensar “não podem ter alguma existência fora de mim”.
293. 4 Objeção de H: D não explicou a diferença entre imaginar (ter uma ideia) e entender (concluir). Da sequência de palavras aleatórias não se conclui nada. “o espírito não é nenhuma outra coisa, senão um movimento em certas partes do corpo orgânico”.
293. Resposta de D a 4 obj: o que importa não é o nome, mas o que ele significa. Se nossas palavras são arbitrárias, H se refuta a si mesmo uma vez que usa essas palavras. O movimento e o espírito são coisas diferentes.
294-295. 5 Objeção de H: não adoramos a imagem de Deus pois ela é inconcebível. “Agora, dá muito suspeita premissa: que temos em nossa alma a ideia de Deus, Descartes vem provar este teorema: que Deus (um ser onipotente, muito sábio, criador do universo, etc.) existe. Ele deve conseguir explicar melhor como temos a ideia de Deus em nossa alma, e disso como podemos concluir não apenas sua existência, mas, também, a criação do mundo.”
295. Resposta de D a 5 obj: H não entendeu o sentido que dou as minhas palavras. Sendo Deus poderoso, se há mundo, ele foi criado por Deus.
295-296. 6 Objeção de H: D não explica direito quando diz que algum pensamentos geram outras coisas, como o querer, o ter, o medo, a afirmação e a negação.
296. Resposta de D a 6 obj: ver um leão não é o mesmo que ter medo. Não preciso responder.
296-297. 7 Objeção de H: Como D não provou a ideia de Deus, também não pode dizer que possui uma ideia inata de si.
297. Resposta de D a 7 obj: temos ideia de deus e a alma é inferida pela razão.
297. 8 Objeção de H: às ideias da astronomia não estão internas (mas foram adquiridas ao longo dos séculos?)
297. Resposta de D a 8 obj: D reclama que H não está de acordo com o nome que ele dá a ideia.
297-298. 9 Objeção de H: H crítica que as ideias de substâncias são maiores, pois não há ideia de deus nem de alma nem de substância. No caso da substância H defende que se elas não alteradas por acidentes não é possível uma ideia
298. Resposta de D a 9 obj: “denomino ideia isto mesmo que a razão nos faz conhecer”. Para D o infinito e o independente tem mais realidade que o finito e o dependente.
299-300. 10 Objeção de H: como somos finitos e do dependentes não podemos conceber o infinito e o independente. Do mesmo modo para os atributos soberanamente inteligente e poderoso. Não há ideias inatas.
300-301. Resposta de D a 10 obj: “pois não há nada em Deus de semelhante às coisas exteriores, ou seja, às coisas corporais”. [...] “pois por ideia, quero dizer qualquer coisa que seja a forma de alguma percepção”.
301. 11 Objeção de H: nem a ideia de Deus nem a criação foi demonstrada.
301. Resposta de D a 11 obj: D defende que Deus é perfeito e total.
301-302. 12 Objeção de H: para H é contraditório o que D diz: o erro vem da faculdade de conhecer e do livre-arbítrio. Este último em particular ele recorre ao calvinismo (o homem não é parâmetro para deus, mas o contrário).
302. Resposta de D a 12 obj: as objeções não são bem deduzidas sobre os princípios. Não é o mesmo vontade (voluntário) e liberdade (livre). Não irei discutir o calvinismo.
302-303. 13 Objeção de H: a verdade e o consentimento não dependem da vontade.
303. Resposta de D a 13 obj: o conhecimento precisa da clareza para acontecer.
302-303. 14 Objeção de H: se não existissem triângulos não haveria ideia dele; do mesmo modo se ele deixasse de existir, não existiria sua forma. Só há essência onde há existência.
303. Resposta de D a 14 obj: D diz que rejeita nome, conceitos ou ideias eternas.
304-305. 15 Objeção de H: que deus não me pode enganar não se conclui que coisas corpóreas existem.
305. Resposta de D a 15 obj: Deus, por sua essência, não pode nos enganar, ainda que o erro é possível.
305. 16 Objeção de H: o conhecimento de Deus não pode ser critério para o conhecimento de estar acordado pois um ateu pode saber se está acordado.
306. Resposta de D a 16 obj: um ateu não pode estar certo de que não está enganado sem admitir que foi criado por Deus e que Deus não o engana.
Descartes (1596-1650). Conhecer para possuir a natureza (como Bacon) e não para especular (p.322). Projeto: metafísica é base para a medicina, a mecânica e a moral. Assim, antes da experimentação e das hipóteses, é preciso o método e a dúvida. O primeiro: evidência, análise, síntese e enumeração; o segundo: duvidar de tudo e suspender o juízo (p.323-324). A dúvida permite a Descartes chegar na certeza: penso, logo existo. Assim, as ideias que estão em mim existem, entre elas a ideia de Deus (notem que é o eu pensante que dá existência a Deus, e não o contrário, além do mais o Deus de Descartes é um Deus que ordena tudo matematicamente) (p.325). Moral provisória: obedecer às leis e à religião; ser firme nas ações; modificar-se a si mesmo e não o mundo.
Hobbes (1588-1679). Adota as leis do movimento de Galileu e a tese dos estóicos de que só há corpos, assim, pela lei da inércia, o desejo, busca satisfação infinitamente. O ser humano busca o prazer e foge da dor (em especial a morte violenta). O homem não tem a concórdia recíproca, mas o temor recíproco; este é o Estado de Natureza, um momento sem governo, nele ocorre a guerra de todos contra todos (p.307-308). Só há um jeito de evitar a guerra: ceder sua violência para um terceiro, o Leviathan (o Estado), que usará para mediar as relações (p.309)
Kant, um tempo depois, vai dizer que deus, alma e mundo, não podem ser discutidos na teoria do conhecimento, mas na teoria moral e estética.
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