quinta-feira, 7 de agosto de 2014

3 anos (A e B) - 2 aula

aula de Platão

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http://www.umaconversasobrefilosofia.blogspot.com.br/2013/05/protagoras.html

República é o texto mais importante de platão

Uma introdução à República de Platão de Giovanni Casertano:
Casertano, logo no início aponta uma característica importante da República: ela é uma discussão sobre as formas de governo existentes em sua época, a saber, a oligarquia e a democracia. (na verdade Platão trabalha com os limites de cada uma delas e os governos intermediários entre elas)
“o ambiente no qual se recria a discussão é misto: estão presentes de forma significativa defensores quer da parte democrática quer da oligárquica, e ambos são criticados por Sócrates” (p.12)

Livro I
  • O velho Céfalo conversa com Sócrates sobre as vantagens e desvantagens da velhice. Eles discutem como a riqueza pode ajudar ou atrapalhar a vida justa.
Os alunos podem discutir isso ou as vantagens e desvantagens de ser jovens, ou de ser criança, ou mesmo de ser adultos. Podem também entrevistar crianças, adolescestes, jovens, adultos e velhos. Podem também pesquisar como eles vivem.
  • Céfalo diz que não se deve ficar em dívida com os deuses e com os homens. Sócrates dá o exemplo do louco para mostrar que nem sempre deve-se pagar uma dívida: um louco que te emprestou uma arma não deve tê-la de volta. Polemarco entra na conversa e diz que justiça é “fazer bem ao amigo e mal ao inimigo (327a-332b)”. Sócrates diz que é preciso discutir quem de fato é amigo, daquele que apenas se parece.
Podemos discutir a definição de justiça de Polemarco. Pode-se olhar retrospectivamente sua história individual e identificar quem foram seus amigos e seus inimigos. Como você se relacionou com cada um deles? Pode-se consultar os diálogos Lísias e Alcebíades I.
  • Trasímaco defini justiça como “’o útil do mais forte’, e por mais forte entende-se o governo que detém o poder numa cidade (332b-339b). Sócrates: o mais forte também pode enganar-se, por isso, obedecer-lhe pode significar prejudicá-lo e não fazer aquilo que lhe é útil.
Quem são as alteridades da nossa época? Quais são suas ordens e quais seus objetivos? Quando podemos discutir suas orientações? Faça uma retrospectiva da sua vida e lembre-se quando seus pais acertaram e quando eles erraram?
  • Trasímaco diz que como um artesão não erra também o governador não erra. Assim, cada técnica não visa a satisfação do executor, mas a perfeição daquilo que é executado.
A discussão aqui pode ir para a diferença entre o público e o privado. Olhe para sua vida e escreva: quais das suas atitudes se referem apenas a você e quais têm impacto nas pessoas a sua volta. Pode-se usar o diálogo Protágoras e Menon.
  • O I livro termina com Sócrates defendendo que o homem justo é feliz e o injusto é infeliz.
Pode-se pesquisar quem é feliz e quem não é e qual a relação da felicidade com a justiça na vida dessas pessoas.

Livro II
  • É preciso discutir o que é justiça. Gláucon diz que há três espécies de bens: “os que se desejam por si mesmos, como, por exemplo, a alegria e os prazeres que dão só alegria; os que se desejam quer por si mesmos, quer pelas vantagens que nos dão, como, por exemplo, a saúde e a inteligência; os que se desejam não por si mesmos, mas pelas vantagens que nos dão, como,  por exemplo, ser curados em caso de doença e exercer as atividades que dão riqueza material.” (p.15) A justiça está onde? Sócrates acha que é na segunda, Gláucon na terceira.
Você concorda com quem? Argumente. Quais são os bens que você quer ter? tente listar e depois usar a  classificação de Gláucon para caracterizar os bens que você quer.
  • Adimanto diz que a maioria e os poetas pensam que ser justo é difícil e cansativo e por outro lado a injustiça é fácil e agradável, assim é melhor a injustiça mascarada do que a injustiça. Sócrates pede para parar com a abstração e dizer qual o efeito da justiça e da injustiça.
O que dizem os poetas (artistas, músicos, pintores, etc.) da nossa época sobre a justiça? E sobre nossa organização social? Quais as características das pessoas justas e injustas? Quais suas ações? O que aparenta a justiça e a injustiça? Quais seus efeitos?
  • Sócrates propõe que examinem a justiça num quadro maior: em vez de procurar a justiça no individuo, eles devem procurá-la na cidade. Nenhum homem basta-se a si mesmo. Suas necessidades são: comida, habitação e vestimenta. Cada cidadão pode fazer uma atividade.
Quais são suas necessidades básicas? Quais as pessoas que suprem estas suas necessidades? Como você se relaciona com elas?
  • Gláucon quer uma cidade mais rica, isso implica que teve haver outros tipos de pessoas. Sócrates diz que é preciso que haja guerreiros para guardar a cidade. Eles devem ser educados e entre eles, o melhor, deve ser filósofo e ter uma excelente educação. Este que será o melhor deverá aprender poesia, música, ginástica, retórica, enfim tudo.
Quais são as profissões da nossa época? Quais são as características das pessoas da nossa época a partir das profissões que exercem? Como cada uma delas é educada? Como são educados nossos governantes? O que eles sabem de diferente das outras pessoas?
  • Para educar esses homens é preciso que os poetas não falem mentiras e que os heróis não tenham vícios, apenas virtudes para que os melhores dos homens possam imitá-los.
Quais são os poetas que nos educam? O que eles nos ensinam? Quais são os poetas (as personalidades) que você admira? O que você aprende com eles? Quais suas semelhanças e diferenças em relação aos seus ídolos?
Livro III
  • Para educar os guardiões na coragem é preciso eliminar da poesia aquilo que causa o medo da morte, bem como as representações dos heróis que choram, sofrem e mentem. Só os médicos e os governantes podem mentir para o bem dos pacientes ou dos governados.
Quais são os valores morais da nossa época? O que precisaria ser eliminado da nossa arte para que aqueles que fossem educados com ela pudessem ter essa virtude? Exemplo: hoje se diz que ser um bom cidadão é fundamental, o que uma obra de arte precisa ter para ensinar isso? O que ela não pode ter?
Discuta sobre a mentira e a verdade na educação, na medicina, na política.
  • Há três formas de narrativas: o simples, a imitativa e a mista. Exemplos: 1ª poesia lírica; 2ª tragédias e comédias; 3ª poemas homéricos (também os próprios diálogos de Platão). Os guardiões só devem imitar homens virtuosos. “em suma, todos os artistas e os poetas devem imitar só o bem e o belo, e toda a educação se deverá adequar a um ideal de beleza, honestidade, harmonia e elegância, porque o fim último da educação musical é precisamente o amor pelo belo (396e-403c)” (p.18). assim o poeta que não se adequar a essa exigência deve ser expulso da cidade.
O tema da expulsão dos poetas da cidade justa é polêmico e extenso dentro da história da filosofia. Aqueles que quiserem podem pesquisar o tema. Mas o que acho pertinente é pensar na força da arte na modelação de nossa alma. Pesquise músicas infantis e comente-as pensando no impacto na estrutura psíquica delas cada frase, cada melodia, cada ritmo.
  • Mito dos nascidos da terra: “a mãe terra deu à luz todos os homens de uma cidade, e que portanto são todos irmãos, mas os deuses misturaram ouro junto com a terra para a geração dos que têm disposição para defender a cidade, ou misturaram ferro e bronze para os agricultores e os artesões.” (p.19) aqueles que tem ouro ou prata são os guardiões da cidade e não deve ter propriedade privada. “a propriedade privada é causa de submissão, cria senhores e súditos, em vez de irmãos e aliados” (414b-417b)
Quais as divisões de classes que há em nossa sociedade? Qual a função de cada um? como se dá a manutenção dessa sociedade a partir da educação?
A propriedade privada é muito discutida por Marx, um filósofo do sec. XIX, pesquise este assunto. Hoje em dia discute-se muito o problema da propriedade intelectual, pesquise também isso.

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