terça-feira, 29 de março de 2016

1 ano - comentários dos pré-socráticos

1 ano - comentários dos pré-socráticos

coloquei entre dois parênteses e em negrito meus comentários que seja aquelas indicações (entender, estender e aplicar em outros contextos) e outras.

Tales, o fundador de tal filosofia, ((Filosofia cujas as causas são explicação pela physis, corrigir o livro))  diz ser água [o princípio] ((Acrescentado pelo tradutor, a tradução do grego é muito importante)) (é por este motivo também que ele declarou que a terra está sobre água) ((Como a água é o princípio, é por ela que se começa a investigação. Por isso, sob essa perspectiva, a terra está em cima da água)), levado sem dúvida a esta concepção por ver que o alimento de todas as coisas é úmido, e que o próprio quente dele procede e dele vive (ora, aquilo de que as coisas vêm é, para todos, o seu princípio) ((Principio, é entendido por Aristóteles como da onde as coisas vem)). Por tal observar adotou esta concepção, e pelo fato de as sementes de todas as coisas terem a natureza úmida; ((como foi essa observação? Será que é possível provar isso?)) e a água é o princípio da natureza para as coisas úmidas.
Comentários:

3. E afirmam alguns que ela (a alma) está misturada com o todo. ((E a água? A alma seria como a água, ou a água seria a alma?)) É por isso que, talvez, também Tales pensou que todas as coisas estão cheias de deuses. ((se deus é alma, basta ter alma para ser deus? Deus é água?)) Parece também que Tales, pelo que se conta, supôs que a alma é algo que se move, se é que disse que a pedra (ímã) tem alma, porque move o ferro.

Anaximandro.
Dentre os que afirmam que há um só princípio, móvel e ilimitado, Anaximandro, filho de Praxíades, de Mileto, sucessor e discípulo de Tales, disse que o ápeiron (ilimitado) ((O que essa palavra significa? Dicionário- indeterminado. Seria próxima  a aporia: sem caminho? )) era o princípio e o elemento das coisas existentes. Foi o primeiro a introduzir o termo princípio. ((Isso é recorrente na história da filosofia, o primeiro que apresentou algo, depois vai para o segundo, como ele entendeu o primeiro e usou seu conceito, e assim sucessivamente))
Anaxímenes de Mileto, filho de Eurístrates, companheiro de Anaximandro, afirma também que uma só é a natureza subjacente, e diz, como aquele, que é ilimitada, não porém indefinida ((outra tradução)), como aquele (diz), mas definida, dizendo que ela é ar.

Xenófanes de Colofão.
Tudo aos deuses atribuíram Homero e Hesíodo, tudo quanto entre os homens merece repulsa e censura, roubo, adultério e fraude mútua. ((essa frase é completada pelas frases abaixo))
Mas os mortais acreditam que os deuses são gerados, que como eles se vestem e têm voz e corpo.
15. Mas se mãos tivessem os bois, os cavalos e os leões e pudessem com as mãos desenhar e criar obras como os homens, os cavalos semelhantes aos cavalos, os bois semelhantes aos bois, desenhariam as formas dos deuses e os corpos fariam tais quais eles próprios têm. 16. Os egípcios dizem que os deuses têm nariz chato e são negros, os trácios, que eles têm olhos verdes e cabelos ruivos. ((Cada ser faz a imagem dos deuses a partir da sua própria imagem, ou cada ser acha que é semelhante aos deuses  - há diferença entre essas frases?))
Sobre a Natureza (DK 21 B 23-41) ((título de livro recorrente entre os pré-socráticos, mais um dos motivos para chamá-los de físicos))
23. Um único deus, entre deuses e homens o maior, em nada no corpo semelhante aos mortais, nem no pensamento. ((para ele, e depois para Platão e para o cristianismo, os deuses – e deus – são diferentes das pessoas. Porém também para os poetas os deuses são diferentes?))
24.Todo inteiro vê, todo inteiro pensa, todo inteiro ouve. ((parece que essa é a descrição do deus de Xenófanes))
25. Mas sem esforços ele tudo agita com a força do pensamento. ((semelhante a Parmênides que depois vai dizer que pensamento é ser))
26. Sempre permanece no mesmo lugar sem nada mover, e não lhe convém ir ora para lá, ora para cá. ((idem, e semelhante a Aristóteles que diz que o primeiro motor é imóvel))

Heráclito
49. Nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos.  ((Talvez essa frase seja explicada pela 91))
50. Não de mim, mas do logos ((Logos é palavra, discurso, história, fala.)) tendo ouvido ((Quem ouviu?)) é sábio homologar tudo é um. ((O que é esse tudo? O que é um?)) ((normalmente – por causa de Platão - Heráclito e Parmênides são vistos como opostos, porém nessa frase eles se aproximam))
51. Não compreendem como o divergente consigo mesmo concorda; harmonia de tensões contrárias, como de arco e lira.
53.  O combate é de todas as coisas pai, de todas rei, e uns ele revelou deuses, outros, homens; de uns fez escravos, de outros livres. ((as coisas – o fogo, o ar, a terra, a água – combatem?)) ((os deuses – e os reis - são livres, e os escravos não?))
68.E por isso Heráclito com razão os chamou (a alguns ritos) de remédios, como se fossem para curar os males e afastar as almas das desgraças da geração.
76. Vive fogo a morte de terra, ar vive a morte de fogo, água vive a morte de ar, terra a de água. Morte de fogo gênese para ar, morte de ar gênese para água.
91. Em rio não se pode entrar duas vezes no mesmo, segundo Heráclito, nem substância mortal tocar duas vezes na mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança dispersa e de novo reúne (ou melhor, nem mesmo de novo nem depois, mas ao mesmo tempo) compõe-se e desiste, aproxima-se e afasta-se.
126. As (coisas) frias esquentam, quente esfria, úmido seca, seco umedece.

Parmênides de Eléia. Sobre a Natureza
1. As éguas que me levam onde o coração pedisse conduziam-me, pois à via multi-falante me impeliram da deusa, que por todas as cidades leva o homem que sabe; ((o filósofo, como os poetas, é inspirado pelas musas))
2. Pois bem, eu te direi, e tu recebe a palavra que ouviste, os únicos caminhos de inquérito que são a pensar: o primeiro, que é e portanto que não é não ser, de Persuasão é o caminho (pois à verdade acompanha); o outro, que não é e portanto que é preciso não ser, este então, eu te digo, é atalho de todo incrível; pois nem conhecerias o que não é (pois não é exeqüível), nem o dirias... ((há 3 caminhos: o do ser, o do não ser, e da mistura do ser e do não ser. O primeiro é a verdade, o segundo não existe, o terceiro, das opiniões dos homens, é falso))
3. pois o mesmo é a pensar e portanto ser. ((uma vez pensado, a coisa existe)) (geografia: basta ao homem ver a floresta por satélite que ele a conhece? E também, a partir disso, já a modificou, sendo portanto espaço geográfico?))
6. Necessário é o dizer e pensar que (o) ente é; pois é ser, e nada não é; isto eu te mando considerar. Pois primeiro desta via de inquérito eu te afasto, mas depois daquela outra, em que mortais que nada sabem erram, duplas cabeças, pois o imediato em seus peitos dirige errante pensamento; e são levados como surdos e cegos, perplexas, indecisas massas, para os quais ser e não ser é reputado o mesmo e não o mesmo, e de tudo é reversível o caminho.

Empedocles.
3 Mas vós, deuses, a loucura destas (coisas) afastai-me da língua e de santificados lábios deixai correr pura fonte.
6. Pois as quatro raízes de todas (as coisas) ouve primeiro: Zeus brilhante e Hera portadora de vida, Aidoneus e Nestis, que de lágrimas umedece fonte mortal.
8. Outra te direi: não há criação de nenhuma dentre todas (as coisas) mortais, nem algum fim em destruidora morte, mas somente mistura e dissociação das (coisas) misturadas é o que é, e criação isto se denomina entre homens.
16. Pois como antes eram, também serão, e jamais, penso, destes dois (nota: Amor e Ódio, os que agem sobre as quatro raízes das coisas) ficará vazio o interminável tempo.

Protágoras
O homem é a medida de todas as coisas, das que são, enquanto existem, e das que não são, enquanto não existem. ((que homem, todos, algum, o professor?? Ele mede com o que, com o pé? Com o olho? Basta ao homem querer que as coisas existam que ela existe? Pensar é existir?))


segunda-feira, 28 de março de 2016

3 ano - maiêutica socrática

3 ano - maiêutica socrática
Sócrates é uma figura central na história da filosofia. Ele foi responsável pela mudança de vida de Platão. Também ofereceu a Platão alguns método de investigação. não será possível discutirmos todos, veremos dois em especial: o elenchos e a maiêutica. O primeiro aparece nos diálogos de Juventude de Platão (também chamados de diálogos Socráticos). Neles Sócrates leva seu interlocutor a negar aquilo que havia afirmado (as vezes isso é chamado de contradição). Assim, os interlocutores chegam a uma aporia.
O segundo, é introduzido num diálogo de velhice, chamando Teeteto. Começamos a estudá-lo na aula passada. Neste diálogo, Sócrates diz que, como sua mãe que é parteira e por isso não gera filhos, ele também não gera sabedoria mas apenas ajuda as pessoas (os homens) a gerarem. Isso é o que vocês irão encontrar nos manuais, e é isso que irão cobrar de vocês, porém a maiêutica é um pouco mais complexa que isso, um pouco apenas. vejamos:
uma de suas características interessantes é a união de teorias, no caso:

  • o conhecimento é sensação
  • o homem é a medida de todas as coisas
  • tudo é fluxo
a primeira frase se junta a segunda pela sensação: o homem que percebe as coisas é a medida de todos as coias. Como as coisas e o homem mudam constantemente, tudo é fluxo. Nessa última frase unimos as três teorias.
Iremos aplicar a maiêutica na nossa pesquisa:
  • nas ciências que vocês estudaram, levante quais são (ou foram) as teorias que as sustentam (ou sustentaram)
  • depois procure os pontos em comum
  • una-as
  • por fim discuta o resultado
de certo modo as duas teorias se completam.
no segundo ano comecei a estudar as teorias éticas de Sócrates.
colocarei no material de apoio textos complementares.
sobre Sócrates ver
http://www.umaconversasobrefilosofia.blogspot.com.br/2014/05/3-serie-2-bimestre.html

domingo, 27 de março de 2016

2 ano - ética em Sócrates

Ética
Sócrates: comparar a ação com a palavra (o que se fala acerca do que se faz). O que é x?
Antes de discutirmos a contribuição de Sócrates para a ética, vamos escrever sobre nossas relações:
Escreva:


O que eu penso

O que eu faço
O que as pessoas (ou uma pessoa) pensam
O que as pessoas (ou uma pessoa) fazem
A vida em comunidade




Ser cidadão (de bem)




Amizade




temperança




amor




justiça




coragem







A partir dos diálogos Socráticos (são os primeiros textos de Platão, são curtos e aporéticos, falam sobre a moral) vamos colocar questões para nos ajudar nas discussões acima:
Alcebíades:
O que é conhecer-se? O que é cuidar de si? Como cuidam de mim? O que são suas coisas? O que é da sua família? O que é de sua cidade?
Carmides: o que é temperança?
Temperança é cuidar do que lhe é próprio e da cidade?
Lísis: o que é amizade?
Teus pais te amam? Por que eles não deixam vocês fazerem o que você quer?
Como são as trocas na amizade? Teríamos amigos se fossemos inúteis? O que significa ser amigo da sabedoria? O que é mais útil é o semelhante ou o dessemelhante?
Laques: o que é coragem?
Quem é corajoso em tudo: na doença, saúde, paz, guerra, em casa, nos negócios públicos? Coragem é o conhecimento do que inspira medo ou confiança, tanto na guerra com em tudo o mais.
criton: o que é o dever civil?
Se você acha que as leis são injustas, o que fazer, tentar mudá-las ou sair da cidade? Não devemos pagar o mal com o mal.
Eutifron: o que é piedade?

O que é agradar a deus (ou aos deuses)? Como saber o que deus (ou os deuses) quer?

terça-feira, 22 de março de 2016

3 ano - os sofistas

3 ano - os sofistas
iremos começar a estudar filosofia da ciência. iremos fazer o seguinte exercício: diante do trabalho que vocês fizeram sobre as 'ciências' (saberes) contemporâneos e a partir de algumas conclusões de alguns filósofos sobre filosofia da ciência que eu for apresentado, vocês irão aprofundar (acrescentar/problematizar) o que foi pensado no trabalho.
o primeiro que iremos ver é o sofista Protágoras.
Os sofistas eram professores itinerantes, isto é, eles viajam de cidade em cidade ensinando. Em geral, eles obtinham o conhecimento de dois modos: ou eles próprios o produziam ou eles 'pegavam' de outra pessoa. Essa outra pessoa poderia ser um dos pré-socráticos. (ver as aulas do 1 ano. nelas eu apresento, rapidamente, o mito, a passagem da filosofia para o mito, e os pré-socráticos). Com esse saber eles faziam manuais: de navegação, de falar em público, de fazer uma constituição, de aprendizado de matemática, de aprendizado de medicina, de interpretação dos poemas homéricos. (pergunta: qual as semelhanças e diferenças em relação a academia de Platão?)
bom, o primeiro deles é Protágoras. Um pouco de sua filosofia está no Teeteto de Platão, eis algumas entradas:

Platão - Teeteto
O diálogo Teeteto de Platão é o texto mais antigo sobre filosofia da ciência. Nele há três definições de conhecimento que são apresentadas, investigadas e criticadas. Vejamos algumas questões:
1ª definição:  conhecimento é percepção e/ou percepção é conhecimento
Conhecemos as coisas a partir dos nossos sentidos. Se for assim, liste quais os possíveis conhecimentos que podem ser adquiridos com cada um dos sentidos: a visão,  olfato, paladar, audição, tato e o chamado sexto sentido.
Porém, pode acontecer de duas pessoas perceberem coisas diferentes a partir do mesmo objeto. Nesta situação, qual das duas pessoas terá conhecimento? Como podemos saber qual das duas pessoas melhor percebeu o objeto ele mesmo? É possível que uma perceba melhor que a outra? É possível que uma pessoa tenha os sentidos mais desenvolvidos do que outra?
Quando nascemos somos capazes de sentir ou precisamos aprender a usar nossos sentidos? O que nossos pais nos ensinaram sobre nossa sensibilidade, ou sobre nossa maneira de sentir as coisas? Esse histórico de sensações e orientações dos nosso pais – por exemplo, o que comer – fica registrado onde? E quando ainda não falamos, como percebemos as coisas? Como se dá nossa percepção quando não sabemos o que a coisa é? E quando sabemos, muda? Como usamos a linguagem nas sensações que temos?
Como são nossas sensações quando nossos sentidos estão alterados? Por exemplo, quando estamos com sono ou doentes?
Podemos pensar coisas sem as sensações? Por exemplo: a igualdade ou a diferença pode ser pensadas sem a sensação?
Muitas coisas, como uma planta, começa a existir, desenvolve-se e depois perece. Nossos sentidos podem nos fornecer informações sobre como ocorre este processo? E em relação as pessoas, como os sentidos podemos julgá-las? Conseguimos definir o que é uma pessoa boa ou má, justa ou injusta, feia ou bonita? E em relação a problemas éticos, como a justiça, podemos perceber o que é justo?
A alma é o órgão que capta os sentidos, guarda o histórico das sensações, aprende a usar a linguagem. A alma une essas categorias e ora manipula com uma, ora com outra e ora com as duas.
2ª definição:  conhecimento é opinião verdadeira
Uma opinião é um juízo, um pensamento, uma idéia, sobre determinado objeto, sobre as pessoas, sobre os problemas éticos, sobre o mundo e sobre os deuses. Quais são as opiniões mais comum sobre cada um deles?
Se há opinião verdadeira há opiniões falsas? Existe opiniões que são verdadeiras, falsas ou que são parte verdadeira e parte falsa?
Podemos aprender algo, por exemplo a chutar uma bola, e depois, com o tempo, esquecer o que foi aprendido? Se é possível esquecer, como fazemos para lembrar?
Vamos supor que a alma seja uma porção de cera e a medida que vamos tendo sensações vamos registrando-as. O que acontece quando estamos diante de uma sensação semelhante a outra e não igual? Corremos o risco de confundi-las, ou seja, de tomar uma pela outra. Nesta situação temos uma opinião falsa. Tente-se lembrar de situações onde você formulou opiniões falsas.
Vamos supor agora que a alma é uma gaiola e que os pássaros são conhecimentos. Para usar cada um dos conhecimentos que um dia foram presos temos que pegá-lo dentro da gaiola e usá-los. Porém como os conhecimentos (pássaros) então em movimentos corremos o risco de pegar um achando que estamos pegando o outro. Nesta situação também ocorre a opinião falsa. Tente-se lembrar de quais conhecimentos você conseguiu prender dentro de sua gaiola. Lembre-se também de quando você usou este conhecimento que está na sua alma.

3ª definição:  conhecimento é opinião verdadeira acompanhado da explicação racional

A primeira coisa que precisamos pensar é como construímos a linguagem par falar das coisas.  AL língua é formada por símbolos que pretendem corresponder aos objetos e ações. São os substantivos e os verbos. A combinação deles é o que nos permite descrever a realidade. Construa frases com verbos e substantivos que descrevam a realidade e discuta como você usou a linguagem para tanto.

2 ano - ética

2 ano - ética

Ética
Lembre um pouco o seu cotidiano e escreva no seu caderno:
Como você é tratado e como você trata as pessoas:
·          Na sua casa
·          Os seus familiares
·          No bairro onde mora (vizinhos)
·          Na escola
·          Na igreja
·          Outros lugares

Depois em grupos de 2 a 5 pessoas conversem sobre essas formas de tratamento, procurem os pontos em comum e construa frases universais (frases que podem valer para todos). Ex.: nas famílias, as formas de tratamento depende do grau de parentesco.
Na próxima aula, cada grupo irá apresentar suas descrições e conclusões. Cada grupo deve entregar a apresentação por escrito ao professor.
Nas próximas aulas iremos começar ler o que os filósofos falam desse tema.

1 ano - pré-socraticos

1 ano - pré-socraticos
o centro da filosofia grega são Sócrates, Platão e Aristóteles. Em especial, esses dois últimos, pois é deles a maior quantidade de textos de filosofia deste período. Eles foram referencia desde a época deles até o renascimento, passando pela idade média. Porém, a partir do renascimento, começou a busca por outras referencias de pensamento. Assim, começou o interesse por pensadores antigos que não apenas Platão e Aristóteles.
isso culminou, na Alemanha no fim do século XVIII e início do XIX, numa pesquisa sobre a civilização grega e também sobre os pensadores antigos. Vários estudiosos trabalharam nesse projeto, entre eles, os pesquisadores Diels e kranz. Eles recolheram e traduziram os textos gregos de pensadores antigos, anteriores a Sócrates, por isso, eles deram o nome de pré-socráticos. mas cuidado, alguns deles são contemporâneos a Sócrates.
vamos estudá-los do mesmo modo que começamos a estudar frases na aula passada.
  • primeiro tente entender o que é dito (discuta os sentidos das palavras)
  • segundo tente estender (desenvolver) o que é dito
  • terceiro tente aplicar o raciocínio em outros contextos 
vamos fazer esse exercício com as frases dos pré-socráticos. Escolha três frases e faça o mesmo:
Pré-socraticos
Tales, o fundador de tal filosofia,  diz ser água [o princípio] (é por este motivo também que ele declarou que a terra está sobre água), levado sem dúvida a esta concepção por ver que o alimento de todas as coisas é úmido, e que o próprio quente dele procede e dele vive (ora, aquilo de que as coisas vêm é, para todos, o seu princípio). Por tal observar adotou esta concepção, e pelo fato de as sementes de todas as coisas terem a natureza úmida; e a água é o princípio da natureza para as coisas úmidas.
3. E afirmam alguns que ela (a alma) está misturada com o todo. É por isso que, talvez, também Tales pensou que todas as coisas estão cheias de deuses. Parece também que Tales, pelo que se conta, supôs que a alma é algo que se move, se é que disse que a pedra (ímã) tem alma, porque move o ferro.
Anaximandro. Dentre os que afirmam que há um só princípio, móvel e ilimitado, Anaximandro, filho de Praxíades, de Mileto, sucessor e discípulo de Tales, disse que o ápeiron (ilimitado) era o princípio e o elemento das coisas existentes. Foi o primeiro a introduzir o termo princípio.
Anaxímenes de Mileto, filho de Eurístrates, companheiro de Anaximandro, afirma também que uma só é a natureza subjacente, e diz, como aquele, que é ilimitada, não porém indefinida, como aquele (diz), mas definida, dizendo que ela é ar.
Xenófanes de Colofão. Tudo aos deuses atribuíram Homero e Hesíodo, tudo quanto entre os homens merece repulsa e censura, roubo, adultério e fraude mútua.
Mas os mortais acreditam que os deuses são gerados, que como eles se vestem e têm voz e corpo.
15. Mas se mãos tivessem os bois, os cavalos e os leões e pudessem com as mãos desenhar e criar obras como os homens, os cavalos semelhantes aos cavalos, os bois semelhantes aos bois, desenhariam as formas dos deuses e os corpos fariam tais quais eles próprios têm. 16. Os egípcios dizem que os deuses têm nariz chato e são negros, os trácios, que eles têm olhos verdes e cabelos ruivos.
Sobre a Natureza (DK 21 B 23-41)
23. Um único deus, entre deuses e homens o maior, em nada no corpo semelhante aos mortais, nem no pensamento.
24.Todo inteiro vê, todo inteiro pensa, todo inteiro ouve.
25. Mas sem esforços ele tudo agita com a força do pensamento.
26. Sempre permanece no mesmo lugar sem nada mover, e não lhe convém ir ora para lá, ora para cá.
Heráclito. 49. Nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos.
50. Não de mim, mas do logos tendo ouvido é sábio homologar tudo é um.
51. Não compreendem como o divergente consigo mesmo concorda; harmonia de tensões contrárias, como de arco e lira.
53.  O combate é de todas as coisas pai, de todas rei, e uns ele revelou deuses, outros, homens; de uns fez escravos, de outros livres.
68.E por isso Heráclito com razão os chamou (a alguns ritos) de remédios, como se fossem para curar os males e afastar as almas das desgraças da geração.
76. Vive fogo a morte de terra, ar vive a morte de fogo, água vive a morte de ar, terra a de água. Morte de fogo gênese para ar, morte de ar gênese para água.
91. Em rio não se pode entrar duas vezes no mesmo, segundo Heráclito, nem substância mortal tocar duas vezes na mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança dispersa e de novo reúne (ou melhor, nem mesmo de novo nem depois, mas ao mesmo tempo) compõe-se e desiste, aproxima-se e afasta-se.
126. As (coisas) frias esquentam, quente esfria, úmido seca, seco umedece.
Parmênides de Eléia. Sobre a Natureza
1. As éguas que me levam onde o coração pedisse conduziam-me, pois à via multi-falante me impeliram da deusa, que por todas as cidades leva o homem que sabe;
2. Pois bem, eu te direi, e tu recebe a palavra que ouviste, os únicos caminhos de inquérito que são a pensar: o primeiro, que é e portanto que não é não ser, de Persuasão é o caminho (pois à verdade acompanha); o outro, que não é e portanto que é preciso não ser, este então, eu te digo, é atalho de todo incrível; pois nem conhecerias o que não é (pois não é exeqüível), nem o dirias...
3. pois o mesmo é a pensar e portanto ser.
6. Necessário é o dizer e pensar que (o) ente é; pois é ser, e nada não é; isto eu te mando considerar. Pois primeiro desta via de inquérito eu te afasto, mas depois daquela outra, em que mortais que nada sabem erram, duplas cabeças, pois o imediato em seus peitos dirige errante pensamento; e são levados como surdos e cegos, perplexas, indecisas massas, para os quais ser e não ser é reputado o mesmo e não o mesmo, e de tudo é reversível o caminho.
Empedocles. 3 Mas vós, deuses, a loucura destas (coisas) afastai-me da língua e de santificados lábios deixai correr pura fonte.
6. Pois as quatro raízes de todas (as coisas) ouve primeiro: Zeus brilhante e Hera portadora de vida, Aidoneus e Nestis,105 que de lágrimas umedece fonte mortal.
8. Outra te direi: não há criação de nenhuma dentre todas (as coisas) mortais, nem algum fim em destruidora morte, mas somente mistura e dissociação das (coisas) misturadas é o que é, e criação isto se denomina entre homens.
16. Pois como antes eram, também serão, e jamais, penso, destes dois (nota: Amor e Ódio, os que agem sobre as quatro raízes das coisas) ficará vazio o interminável tempo.
Protágoras. O homem é a medida de todas as coisas, das que são, enquanto existem, e das que não são, enquanto não existem.




terça-feira, 15 de março de 2016

para 2 e 3 anos


para 2 e 3 anos
avisos:
os trabalhos podem ser entregues semana que vem, dia 23/03
nesta sexta, 18/03, das 14h as 15h, estarei na sala do 2-1MB1, para oferecer a vocês a recuperação (ou aprofundamentos)
a partir desta aula, a equipe do currículo B irá se preparar para a supervisão da burocracia Alemã, então, o prof. Arnold, e outros professores, poderão vir assistir o começo das nossas aulas e também de outras matérias. Nas nossas aulas queria sugerir para começarmos sentados na frente da sala, o que vocês acham? depois, dois alunos por vez, irá retomar os pontos importantes da aula anterior e se apresentar, por fim, iniciarei o assunto novo.
ambas as turmas irão apresentar os trabalhos sobre como seriam pesquisados os temas referentes aos diálogos de Platão.

para os 1 anos

para os 1 anos
avisos:
nesta sexta, 18/03, das 14h as 15h, estarei na sala do 2-1MB1, para oferecer a vocês a recuperação (ou aprofundamentos)
os trabalhos podem ser entregues semana que vem, dia 23/03
a partir desta aula, a equipe do currículo B irá se preparar para a supervisão da burocracia Alemã, então, o prof. Arnold, e outros professores, poderão vir assistir o começo das nossas aulas e também de outras matérias. Nas nossas aulas queria sugerir para começarmos sentados na frente da sala, o que vocês acham? depois, dois alunos por vez, irá retomar os pontos importantes da aula anterior e se apresentar, por fim, iniciarei o assunto novo.
iremos começar a falar sobre pré-socráticos, mas antes vou falar algo que havia planejado para a aula do dia 02/03, mas que não deu tempo:
é sobre a força do poeta. no samba além da razão de Luiz Carlos da Vila/Sombrinha há um verso que representa isso que eu quero dizer. Há um momento em que se diz: 'de um vulgar, fiz um rei / e do nada império para te dar'. Também um famoso helenista, Marcel Detienne, em os mestres da verdade, fala do poder do poeta de dar a um governante o status de Rei.


comecemos então a conversa sobre os pré-socraticos. o primeiro é tales. aristóteles diz que ele foi o primeiro filósofo ao dizer que a água é o princípio de tudo, uma vez que, onde há vida, há água.
vamos fazer o seguinte exercício: cada um diz um princípio, depois o seguinte ou justifica este princípio ou cria um novo. depois, cada um irá escrever e justificar um princípio no caderno.
escolha um ditado popular (pode ser um poema, uma frase de música) e comente deste modo:

  • primeiro tente entender o que é dito (discuta os sentidos das palavras)
  • segundo tente estender (desenvolver) o que é dito
  • terceiro tente aplicar o raciocínio em outros contextos 



segunda-feira, 7 de março de 2016

Resumo das aulas 2 e 3 anos

Resumo das aulas 2 e 3 anos

dados fundamentais:

  • eu venho para o Porto Seguro para ajudá-los no estudo da filosofia
  • peço que vocês sempre apliquem a seguinte frase: 


  • que perguntas eu posso fazer para conhecer mais esse assunto
  • que coisas preciso fazer para saber
1 aula
me apresentei: sei algumas coisas e outras continuo estudando. (perguntas: o que sei e o que ainda não sei?)
falei que preciso cumprir uma (duas) burocracia. (Perg. qual é? como fazemos para cumpri-la?)
lembro-me que conversamos livremente, mas uma pergunta impactante foi: o que estamos fazendo aqui?
por fim, falei que viso que tenhamos uma relação de amizade. (Perg. o que é amizade para Robson?)

2 aula
academia de filosofia de platão: eles estudavam tudo. (Perg.o que é esse tudo?)
estudavam poesia. (Perg. como?)

3 aula
apresentei quais eram os assuntos discutidos nos diálogos de Platão. cada grupo (2 a 5) escolheu um assunto e irá apresentar como poderíamos estudar-los hoje.

4 aula para o 2 anos
início do tema Ética: como trato e como sou tratado pelas pessoas?

4 aula para os 3 anos
início do tema: filosofia da ciência: escolha uma ciência e a partir da orientação anterior fale sobre ela.

aula de recuperação/aprofundamento (dia 04/03)
apenas alguns alunos dos 1 anos vieram a sala onde eu estava. conversamos sobre as aulas, as dúvidas.

Resumo das aulas 1 ano

Resumo das aulas 1 ano

dados fundamentais:

  • eu venho para o Porto Seguro para ajudá-los no estudo da filosofia
  • peço que vocês sempre apliquem a seguinte frase: 


    • que perguntas eu posso fazer para conhecer mais esse assunto
    • que coisas preciso fazer para saber
1 aula
me apresentei: sei algumas coisas e outras continuo estudando. (perguntas: o que sei e o que ainda não sei?)
falei que preciso cumprir uma (duas) burocracia. (Perg. qual é? como fazemos para cumpri-la?)
lembro-me que conversamos livremente, mas uma pergunta impactante foi: o que estamos fazendo aqui?
por fim, falei que viso que tenhamos uma relação de amizade. (Perg. o que é amizade para Robson?)

2 aula
academia de filosofia de platão: eles estudavam tudo. (Perg.o que é esse tudo?)
estudavam poesia. (Perg. como?)

3, 4 e 5 aulas (mito e filosofia)
estudamos mito grego porque pensamos que a filosofia grega veio do mito (ou rompendo ou continuando), e dessa veio a ciência. (Perg. quais os argumentos? quais as consequências?)
conflito entre (pela condução da cidade)
mito x filosofia
poeta x filósofo
o mito apresenta uma estrutura social, algo que é recorrente, que é comum. (Perg.quais?)
na grécia, em especial, os mitos são sobre a vida dos reis, suas formas de cuidar do seus reinos, como esses reinos eram disputados (guerras), como eram seus descendentes e a intervenção dos deuses. (Perg. podemos comparar os mitos com o que aconteceu de fato? o que os gregos pensavam dos seus mitos? como os mitos eram apresentados?)
poetas gregos: homero, hesíodo, pindado, os trágicos (esquilo, sófocles e euripides), os comediógrafos (aristófanes)
fatos históricos importantes:
invenção da escrita e da assembléia (Perg. como começaram?)
elas ofereceram possibilidades de inovações para: Sólon, Dracon, Clistenes, Péricles.
filosofia
os primeiros filósofos, diferente dos poetas, se reuniam para discutir a poesia, os deuses, as formas de administrar as cidades e, principalmente, como as coisas são. também começaram a organizar e escrever livros.


terça-feira, 1 de março de 2016

aula de 02/03 de todas as turmas do porto seguro

aula de 02/03 de todas as turmas do porto seguro
alguns avisos

- já estão agendadas as aulas de recuperação, em março, serão dia 04/03 e 18/03 (sexta-feira), das 14h as 14:45 primeiros anos, das 15h as 15:45 segundos e terceiro ano. Não sei qual o hábito de vocês em frequentar estas aulas, por enquanto, vou apresentar algumas propostas de aprofundamento:

      • simplesmente aprofundar os temas trabalhados em sala
      • discutirmos algum texto de filosofia da preferencia de vocês
      • tenho algumas propostas prontas (que já apliquei em outros momentos):
        • leitura dos diálogos de Platão
        • aulas sobre samba e sociedade (elas estão disponíveis em: https://unisantos.academia.edu/TFranco)
        • introdução a língua grega
obs: caso vocês optem em não frequentar as aulas, irei pedir para 4 alunos por turma venha para eu analisar seus textos.
- semana que vem, dia 04 de março, iremos fazer nossa primeira revisão. A segunda será dia 18/03. Iremos fazer o seguinte: os alunos que já se apresentaram e já fizeram o resumo de alguma aula, devem ler suas respectivas aulas, refazer o resumo e na aula do dia 09, esses alunos (8 no total) irão, fora da sala, fazer um resumo geral. (peço que dividam a folha ao meio e escrevam apenas na metade, a outra metade ficará disponível para que todos comentem). Enquanto esses alunos estiverem fora da sala, vou retomar (na lousa) os principais pontos que julgo importante para nosso curso. Aqueles que farão o resumo deverão compara-lo com o que fiz. Depois sou pedir para que vocês circulem este resumo, cada dia o resumo fica com alguém que terá a liberdade de copiar e comentar algo. No final, teremos nosso primeiro documento do curso de filosofia.
obs: assim, semana que vem não teremos apresentação e o resumo da aula do dia 02/03.
- de agora em diante os resumos devem ser feitos por duas pessoas, portanto, não aceitarei resumo feito por um pessoa. (isso é importante para criarmos o hábito de escrevermos juntos)

para o 1 ano
hoje iremos continuar nossa conversa sobre os mitos gregos. Lembrem-se que na aula passada destaquei a passagem do oral para o escrito e a invenção da assembleia, vocês lembram alguns detalhes?
outra coisa importante é a força do poeta. no samba além da razão de Luiz Carlos da Vila/Sombrinha há um verso que representa isso que eu quero dizer. Há um momento em que se diz: 'de um vulgar, fiz um rei / e do nada império para te dar'. Também um famoso helenista, Marcel Detienne, em os mestres da verdade, fala do poder do poeta de dar a um governante o status de Rei.
iremos também conversar sobre a pesquisa que vocês estão fazendo sobre os mitos.

para os 2 e 3 anos
iremos continuar as atividades: projetos de pesquisa a partir dos temas de Platão e para os segundos, conversa sobre as formas cotidianas de tratamento pessoal; para os terceiros, a pesquisa é sobre as ciências contemporâneas.