terça-feira, 22 de março de 2016

3 ano - os sofistas

3 ano - os sofistas
iremos começar a estudar filosofia da ciência. iremos fazer o seguinte exercício: diante do trabalho que vocês fizeram sobre as 'ciências' (saberes) contemporâneos e a partir de algumas conclusões de alguns filósofos sobre filosofia da ciência que eu for apresentado, vocês irão aprofundar (acrescentar/problematizar) o que foi pensado no trabalho.
o primeiro que iremos ver é o sofista Protágoras.
Os sofistas eram professores itinerantes, isto é, eles viajam de cidade em cidade ensinando. Em geral, eles obtinham o conhecimento de dois modos: ou eles próprios o produziam ou eles 'pegavam' de outra pessoa. Essa outra pessoa poderia ser um dos pré-socráticos. (ver as aulas do 1 ano. nelas eu apresento, rapidamente, o mito, a passagem da filosofia para o mito, e os pré-socráticos). Com esse saber eles faziam manuais: de navegação, de falar em público, de fazer uma constituição, de aprendizado de matemática, de aprendizado de medicina, de interpretação dos poemas homéricos. (pergunta: qual as semelhanças e diferenças em relação a academia de Platão?)
bom, o primeiro deles é Protágoras. Um pouco de sua filosofia está no Teeteto de Platão, eis algumas entradas:

Platão - Teeteto
O diálogo Teeteto de Platão é o texto mais antigo sobre filosofia da ciência. Nele há três definições de conhecimento que são apresentadas, investigadas e criticadas. Vejamos algumas questões:
1ª definição:  conhecimento é percepção e/ou percepção é conhecimento
Conhecemos as coisas a partir dos nossos sentidos. Se for assim, liste quais os possíveis conhecimentos que podem ser adquiridos com cada um dos sentidos: a visão,  olfato, paladar, audição, tato e o chamado sexto sentido.
Porém, pode acontecer de duas pessoas perceberem coisas diferentes a partir do mesmo objeto. Nesta situação, qual das duas pessoas terá conhecimento? Como podemos saber qual das duas pessoas melhor percebeu o objeto ele mesmo? É possível que uma perceba melhor que a outra? É possível que uma pessoa tenha os sentidos mais desenvolvidos do que outra?
Quando nascemos somos capazes de sentir ou precisamos aprender a usar nossos sentidos? O que nossos pais nos ensinaram sobre nossa sensibilidade, ou sobre nossa maneira de sentir as coisas? Esse histórico de sensações e orientações dos nosso pais – por exemplo, o que comer – fica registrado onde? E quando ainda não falamos, como percebemos as coisas? Como se dá nossa percepção quando não sabemos o que a coisa é? E quando sabemos, muda? Como usamos a linguagem nas sensações que temos?
Como são nossas sensações quando nossos sentidos estão alterados? Por exemplo, quando estamos com sono ou doentes?
Podemos pensar coisas sem as sensações? Por exemplo: a igualdade ou a diferença pode ser pensadas sem a sensação?
Muitas coisas, como uma planta, começa a existir, desenvolve-se e depois perece. Nossos sentidos podem nos fornecer informações sobre como ocorre este processo? E em relação as pessoas, como os sentidos podemos julgá-las? Conseguimos definir o que é uma pessoa boa ou má, justa ou injusta, feia ou bonita? E em relação a problemas éticos, como a justiça, podemos perceber o que é justo?
A alma é o órgão que capta os sentidos, guarda o histórico das sensações, aprende a usar a linguagem. A alma une essas categorias e ora manipula com uma, ora com outra e ora com as duas.
2ª definição:  conhecimento é opinião verdadeira
Uma opinião é um juízo, um pensamento, uma idéia, sobre determinado objeto, sobre as pessoas, sobre os problemas éticos, sobre o mundo e sobre os deuses. Quais são as opiniões mais comum sobre cada um deles?
Se há opinião verdadeira há opiniões falsas? Existe opiniões que são verdadeiras, falsas ou que são parte verdadeira e parte falsa?
Podemos aprender algo, por exemplo a chutar uma bola, e depois, com o tempo, esquecer o que foi aprendido? Se é possível esquecer, como fazemos para lembrar?
Vamos supor que a alma seja uma porção de cera e a medida que vamos tendo sensações vamos registrando-as. O que acontece quando estamos diante de uma sensação semelhante a outra e não igual? Corremos o risco de confundi-las, ou seja, de tomar uma pela outra. Nesta situação temos uma opinião falsa. Tente-se lembrar de situações onde você formulou opiniões falsas.
Vamos supor agora que a alma é uma gaiola e que os pássaros são conhecimentos. Para usar cada um dos conhecimentos que um dia foram presos temos que pegá-lo dentro da gaiola e usá-los. Porém como os conhecimentos (pássaros) então em movimentos corremos o risco de pegar um achando que estamos pegando o outro. Nesta situação também ocorre a opinião falsa. Tente-se lembrar de quais conhecimentos você conseguiu prender dentro de sua gaiola. Lembre-se também de quando você usou este conhecimento que está na sua alma.

3ª definição:  conhecimento é opinião verdadeira acompanhado da explicação racional

A primeira coisa que precisamos pensar é como construímos a linguagem par falar das coisas.  AL língua é formada por símbolos que pretendem corresponder aos objetos e ações. São os substantivos e os verbos. A combinação deles é o que nos permite descrever a realidade. Construa frases com verbos e substantivos que descrevam a realidade e discuta como você usou a linguagem para tanto.

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