Aula de Filosofia para a escola Porphyrio da Paz. 2 semana.
Observação geral: tudo que iremos estudar vamos aplicar na nossa história (aquela inventada ou que pegamos de alguém e depois criamos as frases filosóficas e sociológicas) e na vida da nossa família.
República – Resumo. Ver vídeos 5 no canal do Robson Gabioneta. Título: Uma conversa sobre filosofia – Platão República geral, I-III, III-V, VI-VII, VIII-X.
Livro VI - “portanto, é o filósofo que deve governar, porque é o único a conhecer as ideias, isto é, as realidades externas e sempre semelhantes a si mesmas; além disso deve amar a verdade, ser sincero, temperante, magnânimo, afável, ter facilidade para estudar e ter harmonia interior.” Adimanto discorda de Sócrates, os filósofos são inúteis a cidade e não participam dela. No final do diálogo “é dado o exemplo da linha: há duas espécies de entes, os do mundo visível, sensível, e os do mundo inteligível, que constituem os dois segmentos em que se divide esta linha... portanto há quatro tipos de objetos aos quais correspondem quatro atividades cognitivas: a imaginação, a crença, o pensamento dianoético e a intelecção. Os primeiros dois constituem o mundo da opinião, os outros dois, o mundo da ciência e da verdade (509c-511e)
Livro VII - Alegoria da caverna. Dentro de uma caverna há pessoas acorrentadas que ficam olhando para a parede de fundo e conversando sobre as imagens que são projetadas nessa parede. A projeção ocorre pois na entrada da caverna há fogueira que algumas pessoas usam para projetar objetos. De repente alguém é solto e sobe em direção a entrada da caverna, ele vê a fogueira e os objetos que são projetados, já fora da caverna vê os objetos a partir das suas projeções nos lagos, rios e espelhos. Depois olha os próprios objetos e depois olha o próprio sol. Depois esta pessoa volta a caverna e tenta explicar para os que ficaram lá o que ela viu. Há uma discussão pois quem saiu da caverna não consegue convencer quem está lá dentro de que eles discutem a partir das imagens.
O dialético é escolhido a partir das suas qualidades: firmeza, coragem, beleza, nobreza da alma, agudeza e facilidade na aprendizagem, tenacidade, boa memória, amor pelo trabalho. Educação do dialético: “até os vinte anos, irão aos cursos propedêuticos, sobretudo à base de ginástica; depois das ciências, por dez anos. Aos trinta anos, os melhores serão direcionados cuidadosamente para o estudo da dialética... dos trinta e cinco aos cinqüenta anos eles ‘voltarão à caverna’ e farão a experiência prática do governo da cidade. Aos cinqüenta anos, os melhores, governarão a cidade, dedicando o resto do tempo à filosofia.” (p.25)
Livro VIII - Volta-se a discussão sobre as outras 4 formas de governo: timocracia, oligarquia, democracia e tirania. “A timocracia é dominada por homens nos quais prevalece a parte impulsiva da sua alma. Quando o amor pelo dinheiro prevalece sobre todas as coisas, a cidade timocrática transforma-se em cidade oligárquica. Da cidade oligárquica passa-se para a cidade democrática, em geral, graças a uma revolta das classes mais pobres. O homem democrático caracteriza-se pelo prevalecer do elemento desiderativo da sua alma. A liberdade torna-se anarquia: prevalecem os desejos mais diversificados, não só aqueles ligados à necessidade da vida, mas também os mais supérfluos, e há a tendência geral em satisfazer por qualquer meio. Por conseguinte, domina a liberdade mais desenfreada e anárquica e esta é a causa da cidade democrática ser a cidade em que os homens são servos das próprias paixões... passa-se então para a cidade tirânica. Esta cidade nasce porque o povo escolhe um protetor contra os ricos sempre mais prepotentes... o tirano faz muitas promessas... para manter o povo sob controle, tem de conservar continuamente a cidade em estado de guerra... a conseqüência é que o povo, para se libertar da escravidão de outros homens livres, cai na pior escravidão: ser escravo de escravos.” (p.26-27)
Livro IX - “Em cada homem há uma espécie de desejos tremendos, desenfreados e contrários à lei, mas no homem sábio estes desejos são controlados pelas leis e pelos desejos melhores ajudados pela razão, enquanto que no tirano aqueles se impõem sem qualquer lei.... às três partes da alma correspondem três espécies diversas de prazeres: superioridade do filósofo e dos prazeres da parte racional, quando esta prevalece sobre as outras duas – há prazeres ligados à purificação das dores e prazeres que não purificam; prazeres puros e prazeres misturados às dores; superiores a todos os tipos de prazer são os prazeres do conhecimento próprios dos filósofos.” (p.28)
Livro X - “volta-se a discorrer sobre a poesia e a imitação, distinguindo três níveis de realidade: o das ideias, o dos objetos sensíveis e o das imitações. E dá-se o exemplo da cama: há a ideia de cama, há a cama sensível que é obra do carpinteiro e há a representação da cama feita pelo artista. O poeta e o pintor, portanto, são os imitadores da cama sensível: em geral a arte não imita as coisas que são como são, isto é, em si mesmas, as ideias das coisas, mas imita as coisas que são tal como aparecem ao artista, ou seja, as representações dos objetos. Logo, a arte é imitação da aparência e não da verdade e, por isso, está três vezes longe da verdadeira realidade.” (p.28) por isso a arte deve ser banida da cidade.
Mito do Er: “ele era um valoroso herói morto em batalha que, no 12° dia após a sua morte, ressuscitou e contou o que vira no Hades, isto é, no além. Contou que as almas, depois da morte, são submetidas a um julgamento e recebem, consoante o tipo de vida que tiveram, prêmios ou punições; penas particularmente graves estão previstas para os tiranos
Exercícios a partir de questões de múltipla escolha. Sigam a seguinte sequência: a) com suas palavras escreva a pergunta da questão / b) escreva o significado da principal palavra da pergunta / c) escreva o que o enunciado diz dessa pergunta / d) pesquisa no dicionário e na internet os possíveis sentidos das palavras que vocês não conhecem. Caso tenham dúvidas anotem / e) em cada uma das alternativas, a partir das etapas anteriores, diga o porquê uma alternativa estar certa e uma outra estar errada
Enem 2015 - Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios. Platão. A República. Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento grego antigo, cuja ideia central, do ponto de vista filosófico evidencia:
A caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo.
B sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense.
C vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos.
D teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias.
Enem 2015 - Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado). O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação?
A Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.
B Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.
C Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis.
D Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não.
E Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão.
Enem 2015 - A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três rações: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999. O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?
A o impulso para transformar os elementos sensíveis em verdades racionais.
B O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.
C A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.
D A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.
E a tentativa de justificar a partir de elementos empíricos, o que existe no real.
Unicamp 2013 - A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância. O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois
a) é uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas abstratas.
b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos.
c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas a partir de métodos rigorosos.
d) aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir conhecimentos.
Ufu 2010 - Conforme o Dicionário de Filosofia de Nicola Abbagnano, Platão emprega a palavra silogismo para definir o raciocínio em geral. Aristóteles, por sua vez, o define como o tipo perfeito de raciocínio dedutivo, “um discurso em que, postas algumas coisas, outras se seguem necessariamente.” Considere que a premissa “Todo atleta treina”, sentença universal e afirmativa, é a premissa maior de um silogismo, cuja conclusão é: “Logo, Maria treina”. (ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia.) De acordo com tal definição, assinale a alternativa que indica, corretamente, a premissa menor:
a) Maria não é atleta. b) Maria não treina.
c) Maria é atleta. d) Maria é atleta, mas não treina.
Apresentação de Sócrates: Platão, no diálogo Apologia, escreveu que Sócrates chegou à conclusão ‘só sei que nada sei’ depois de conversar com supostos sábios e, pela ignorância de ambos, reconhecida apenas por Sócrates, pôs-se em busca do saber. Sócrates, nesse texto, é acusado de corromper a juventude e inserir novos deuses na cidade.