sexta-feira, 5 de março de 2021

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Aula de Filosofia para a escola Porphyrio da Paz. 2 semana.
Observação geral: tudo que iremos estudar vamos aplicar na nossa história (aquela inventada ou que pegamos de alguém e depois criamos as frases filosóficas e sociológicas) e na vida da nossa família.
República – Resumo. Ver vídeos 5 no canal do Robson Gabioneta. Título: Uma conversa sobre filosofia – Platão República geral, I-III, III-V, VI-VII, VIII-X.
Revejam a aula sobre Platão:
Livro I - O velho Céfalo conversa com Sócrates sobre as vantagens e desvantagens da velhice. Eles discutem como a riqueza pode ajudar ou atrapalhar a vida justa. Céfalo diz que não se deve ficar em dívida com os deuses e com os homens. Sócrates o contrapõe dando um exemplo do louco para mostrar que nem sempre deve-se pagar uma dívida: um louco que te emprestou uma arma não deve tê-la de volta. 

Comentários: Eis aqui um procedimento muito repetido nos diálogos de Platão: Sócrates, para criticar, para discutir uma ideia apresenta um exemplo onde essa ideia não pode ser adotada de maneira simples. A questão que ele coloca para Célafo é como posso pagar uma dívida para alguém que pode usá-la para prejudicá-la a ela mesma e a mim. Muitas questões são importantes aqui: como saber se a pessoa pode me prejudicar? como definir se alguém é louco ou normal? Há muitos outros procedimentos investigativos em Platão, fiquem atentos a isso na continuidade do texto. Fiz um vídeo sobre alguns deles a partir de Sócrates:
Atividade: Voltem até a frase filosófica que vocês fizeram a partir da história. Pense em um exemplo que problematize essa frase. Exemplo: a música moro lá do Renato da Rocinha faz uma critica a frase 'casas frágeis podem ser derrubadas'. 

Polemarco entra na conversa e diz que justiça é “fazer bem ao amigo e mal ao inimigo (327a-332b)”. Sócrates diz que é preciso discutir quem de fato é amigo, daquele que apenas se parece. Trasímaco defini justiça como “’o útil do mais forte’, e por mais forte entende-se o governo que detém o poder numa cidade (332b-339b). Sócrates: o mais forte também pode enganar-se, por isso, obedecer-lhe pode significar prejuízo para ambos de modo a não fazer aquilo que lhe é útil.” Trasímaco diz que como um artesão não erra também o governador não erra. Assim, cada técnica não visa a satisfação do executor, mas a perfeição daquilo que é executado. O I livro termina com Sócrates defendendo que o homem justo é feliz e o injusto é infeliz.

Comentário e atividade: um tema constante na República e nos diálogos de Platão é a imagem: como as coisas se parecem. Nem sempre o que parece é, mas o que parece sempre tem algo do que é. Volte para sua história e pense nisso: quais são as aparências das coisas lá? quais são as coisas que parecem? Outra coisa importante de continuarmos treinando é fazer perguntas. Faça perguntas quando estiver lendo.

Livro II - É preciso discutir o que é justiça. Gláucon diz que há três espécies de bens: “os que se desejam por si mesmos, como, por exemplo, a alegria e os prazeres que dão só alegria; os que se desejam quer por si mesmos, quer pelas vantagens que nos dão, como, por exemplo, a saúde e a inteligência; os que se desejam não por si mesmos, mas pelas vantagens que nos dão, como,  por exemplo, ser curados em caso de doença e exercer as atividades que dão riqueza material.” (p.15) A justiça está onde? Sócrates acha que é na segunda, Gláucon na terceira.
Adimanto diz que a maioria e os poetas pensam que ser justo é difícil e cansativo e por outro lado a injustiça é fácil e agradável, assim é melhor a injustiça mascarada do que a justiça. Sócrates pede para parar com a abstração e dizer qual o efeito da justiça e da injustiça.
Sócrates propõe que examinem a justiça num quadro maior: em vez de procurar a justiça no individuo, eles devem procurá-la na cidade. Nenhum homem basta-se a si mesmo. Suas necessidades são: comida, habitação e vestimenta. Cada cidadão pode (deve) fazer uma atividade.
Gláucon quer uma cidade mais rica, isso implica que teve haver outros tipos de pessoas. Sócrates diz que é preciso que haja guerreiros para guardar a cidade. Eles devem ser educados e entre eles, o melhor, deve ser filósofo e ter uma excelente educação. Este que será o melhor deverá aprender poesia, música, ginástica, retórica, enfim tudo.
Para educar esses homens é preciso que os poetas não falem mentiras e que os heróis não tenham vícios, apenas virtudes para que os melhores dos homens possam imitá-los.
Livro III - Para educar os guardiões na coragem é preciso eliminar da poesia aquilo que causa o medo da morte, bem como as representações dos heróis que choram, sofrem e mentem. Só os médicos e os governantes podem mentir, porém só deve fazer isso para o bem dos pacientes ou dos governados.
Há três formas de narrativas: o simples, a imitativa e a mista. Exemplos: 1ª poesia lírica; 2ª tragédias e comédias; 3ª poemas homéricos (também os próprios diálogos de Platão). Os guardiões só devem imitar homens virtuosos. “em suma, todos os artistas e os poetas devem imitar só o bem e o belo, e toda a educação se deverá adequar a um ideal de beleza, honestidade, harmonia e elegância, porque o fim último da educação musical é precisamente o amor pelo belo (396e-403c)” (p.18). Assim o poeta que não se adequar a essa exigência deve ser expulso da cidade.
Mito dos nascidos da terra: “a mãe terra deu à luz todos os homens de uma cidade, e que portanto são todos irmãos, mas os deuses misturaram ouro junto com a terra para a geração dos que têm disposição para defender a cidade, ou misturaram ferro e bronze para os agricultores e os artesões.” (p.19) aqueles que tem ouro ou prata são os guardiões da cidade e não devem ter propriedade privada. “a propriedade privada é causa de submissão, cria senhores e súditos, em vez de irmãos e aliados” (414b-417b)
Livro IV - Depois de Adimanto perguntar se aqueles que não possuem nada não serão infelizes, Sócrates diz que “o problema não é garantir a felicidade de uma só classe ou de um grupo de cidadãos, mas garantir a felicidade de toda a cidade no seu conjunto, e, portanto, de todos os cidadãos.” (p.20) Na cidade não deve ter os muitos ricos nem os muito pobres: “a sabedoria é a virtude típica dos guardiões que têm o dever de governar; a coragem é a virtude típica dos guardiões que têm o dever de defender a cidade dos perigos externos e internos...; a temperança é a virtude típica dos agricultores e dos artesãos, mas deve pertencer também às outras duas classes.” (p.20) Enfim, a justiça “consiste em ‘fazer aquilo que lhe é próprio’, que significa cumprir o seu próprio dever específico na cidade.” (p.20) Volta-se para o indivíduo. Como a cidade, também o indivíduo tem três partes: uma parte racional, uma parte impulsiva e uma parte desiderativa. A partir dos 5 tipos de almas, há 5 tipos de constituição: o primeiro é a aristocracia.
Livro V - Sobre a comunidade dos amigos, Sócrates explica através de três ondas: “a primeira onda diz respeito à identidade de tarefas e de educação para o homem e para a mulher... a segunda onda diz respeito à comunhão de mulher e de filhos... a terceira onda diz respeito à possibilidade de os filósofos governarem a cidade, ou então de os governantes se tornarem verdadeiros filósofos” (p.22) o filósofo é o único que ama a verdade na sua totalidade e que é capaz de alcançar o verdadeiro conhecimento.

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