sexta-feira, 5 de abril de 2024

Unesp-Historia.e.Filosofia.da.Educação.5semana

Unesp-Historia.e.Filosofia.da.Educação.5semana - Estado Moderno e ciência

Hoje não há um lugar no mundo onde não esteja sob a jurisdição de um Estado. 
Cuidados interpretativos: olhamos para a formação dos Estados com os olhos do presente onde não há lugar no mundo em que não há a jurisdição de um Estado, porém não podemos pensar que essa situação já estava dada. As populações, em especial as elites, se sucederam e às vezes mais conscientemente, outras vezes nem tanto, produziram o mundo que vivemos. 
Relação entre Estado e conhecimento: Controle da alimentação; relação comercial com o externo; proteção contra o externo (ou um interno que queira mudar a ‘ordem’); busca de terras (colônias); uso de áreas pequenas para experimentos sociais (formulação de paradigmas); os Estados são aqueles que guardam e difundem os conhecimentos sobre sua própria história, por isso há muitas disputas em torno deste saber (é comum arquivos serem queimados); controle jurídico sob um território (herança do direito romano, em especial o direito a propriedade).
Relação entre os Estados: envio de ‘diplomatas’ para os países e colônias; competição, cooperação e desentendimentos (comerciais) entre os países (guerras); preparo para a guerra; acordos internacionais; negociação para trocas de tecnologias. É comum os Estados agirem ilegalmente uns com os outros, seja enviando espiões, e mercenários, ou mesmo patrocinando políticos (EUA, por exemplo, tem bases militares em diversos países)

Formação dos Estados:  Portugal; Brasil; EUA; Inglaterra; França; Alemanha; Japão; China; Angola; África do Sul
Portugal: iniciou sua unificação em 1139 e concluiu em 1297; início da conquista da África: conquista de Ceuta (1415); aliança com os espanhóis para expulsar os muçumanos, a Reconquista (1492); aliança com os genoveses (expert em navegação); uso de São Tomé e Príncipe como experiência para plantação e escravização dos africanos (a partir do séc.XVI); lidera o comércio do oriente com a Europa (séc.XVI); colonizar as Terras de Santa Cruz (séc.XVI-XIX); governado pelo rei da Espanha na União Ibérica (1580-1640); vence a Holanda (em PE e Luanda) e o Império do Congo (1665); guerras napoleonicas e Tratado de Viena (1815): países acordam em acabar com a escravidão; perde as colonias (séc.XIX-XX).
Brasil: descoberto por Portugal em 1500, mas a colonização começa 50 anos depois; envio de jesuítas (e expulsão); bandeirantes paulistas matam e/ou escravizam populações indígenas, entrando em conflito com os missionários (1585-1625); foi o país que mais recebeu escravizados, 5.807.513, do total de 12.521.337 que foram trazidos para as Américas, 46% (1501-1866), 6x a população portuguesa que veio para o Brasil (Alencastro; https://www.slavevoyages.org/). O tabaco e a cachaça representam 50% das mercadorias trocadas por escravizados africanos no séc. XVI e XVII, com destaque também para a mandioca, em especial a farinha, que além de ser trocada, servia de alimentos para os escravizados que demorava no mínimo um ano e meio para iniciar o trabalho no Brasil. 20% dos escravizados morriam no percurso e 1 a cada 5 sobrevivia 4 anos de trabalho forçado.
EUA: Formação das 13 colônias (na maioria protestante) (1606-1776); Guerra Cível (1861-1865) com a vitória do norte mais industrializado, proibindo a escravidão do sul; Participação na I e II guerra mundial (1917-1945); atuação na constituição da ONU (1945) e dos direitos humanos (1948); Reconstrução da Europa e política de hegemonia cultural (língua) e economia (dolar); Guerra fria com a URSS; Guerras (quentes) contra: Coreia (1950-1953); Vietnã (1955-1975); Iraque (1991); Afeganistão (2001-2021); bases militares em diversos paises. 
França: Iluminismo (1715-1789): separação da Igreja e Estado, crença na ciencia e filosofia, criação da  Enciclopédia, ou dicionário racional das ciências, artes e profissões; Revolução Francesa (1789-1799): abolição da monarquia e dos privilégios da Igreja, criação da República, Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (DDHC, 1789); Guerra Napoleônicas (1803-1815): invasão de toda a Europa e da Rússia;  adere a rev. ind. inglesa; Participação na I e II guerra mundial (1917-1945); atuação na constituição da ONU (1945) e dos direitos humanos (1948);
Inglaterra: Guerra Civil (1642-1655) e criação do parlamento; criação da Royal Society (Sociedade científica) (organiza e  discute as ciências); I Revolução Industrial (1820-1840): indústria têxtil, invenção de máquina a vapor; navio a vapor; Guerra do ópio ou guerra anglo-chinesa (1839-1842 e 1856-1860): hegemonia na China e Índia;  II Revolução Industrial (1850-70 a 1945): indústria química, elétrica, de petróleo e aço; Participação na I e II guerra mundial (1917-1945); atuação na constituição da ONU (1945) e dos direitos humanos (1948).
Alemanha: reforma protestante de Lutero (1517); Guerra Franco-Prussiana, ou Guerra Franco-Germânica (1870-1871);  adere a rev. ind. inglesa; é derrotada na I e II guerra mundial (1917-1945): sua capital é dividida, contrai dívidas.
Japão: era Meiji (1868-1912): abertura ao comércio internacional, mudança econômica; Primeira guerra sino-japonesa (1894-1895); segunda guerra sino-japonesa (1894-1895); 
China (1937-1945); perde a II guerra mundial: bombardeios atômicos em Hiroshima e Nagasaki em 1945; depois da II guerra: crescimento econômico com atuação dos EUA.
China: Guerra do ópio ou guerra anglo-chinesa (1839-1842 e 1856-1860); Guerra Civil Chinesa (1927–1937; 1946–1949): Criação da República Popular da China pelo Partido Comunista Chines (PCC), os contrários ao PCC ocupam Taiwan.  Ruptura com a URSS (dec. de 60). Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) (1982-1987): China atrai investimento estrangeiros mas exige compartilhamento de tecnologias. Maior atuação na ONU e no Conselho de segurança (anos 2000). Forma o BRICS com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (2011); somam-se a estes Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos em 2024) (Argentina se exclui).  
Angola: portugueses negociam escravizados (início do sec. XVI-1850); independência do domínio português (1975). Guerra Civil Angolana (1975-2002). 
África do Sul: colonização holandesa (1652) e inglesa (1806). Independência do Reino Unido (1931). Apartheid (1948-1994). Governo de Nelson Mandela (1994-1999).

Tratados de paz (Fiori, 2021):
Paz de Vestfália (1648): fim da guerra (religiosa) dos 30 anos (1618-1648); preparação de 3 anos com muitos representantes; reconhecimento mútuo; modelo para as próximas negociações. 
Paz de Viena (1815): fim das guerras napoleônicas (1803-1815); surgi a Rússia; proposta do fim da escravidão; restauração da monarquia (França com o Bourbons). 
Paz de Assunção (1872): fim da guerra do Paraguai (1864-1870); consolidação do exercito brasileiro.
Paz de Versalhes(1919): fim da I guerra mundial (1914-1918); indenização a Alemanha; europa destruída; Revolução da URSS (1917); criação da Liga das Nações (1919).
Tratado de Paris (1947) (Pax Americana 1945): fim da II guerra mundial (1939-1945); dívida com os EUA (hegemonia); início da guerra fria.

Destaques dos artigos de leitura obrigatória:
BARBOSA, L. M. R. Estado e educação em Martinho Lutero: a origem do direito à educação. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 41, n. 144, p. 866–885, 2011. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/79. Acesso em: 1 abr. 2024.
868. Barbosa diz que se atribui o direito a educação como advento da rev. francesa, porém, para ele, alguns elementos estão em movimentos anteriores, em particular, a ref. protestante.
869. Características da modernidade: estado moderno, capitalismo, etc. Lutero critica as cobranças indulgências (perdão pela pena) e defende o livre acesso às escrituras.
670. textos de Lutero sobre a educação: “‘À nobreza cristã da nação alemã, acerca da melhoria do estamento cristão’, de 1520; ‘Aos conselhos de todas as cidades da Alemanha para que criem e mantenham escolas cristãs’, de 1524, e ‘Uma prédica para que se mandem os filhos à escola’, de 1530 (Lutero, 1995,v.5)”.
Para Lutero propõe que a escola seja obrigatória para todos, sob responsabilidade do Estado.
871. A Alemanha adota a educação e passa a influenciar toda europa (dados?)
871-873. Concepções de Estado de Lutero: bom governo; obediência ao papel de cada um (como na República?); o Estado tem origem divina e deve lutar contra aqueles que são contrários a ele, por isso, não há secularização (que por exemplo se buscará na rev.F.), porém defende a autonomia do Estado (onde?)
874. A Alemanha tinha cerca de 350 entidades autônomas, subordinadas a um imperador comum (?). Por isso Lutero negociava diretamente com as autoridades locais. Guerra dos Camponeses em 1525, Lutero foi contrário a elas, pois eram contrários à ordem. 
876. Resultam da reforma: “a valorização do trabalho e legitimação dos seus resultados” (Camargo, 2004); existência de vários protestantismo.
877. Para Lutero todos devem participar do governo; os pregadores devem lembrar os governantes de suas funções (vigiar?); o Estado deve proteger a Igreja, preservar sua santidade (vigiando-a?); Melanchthon atuou com Lutero.
880. Algumas regiões adotaram o luteranismo, impondo a seus ‘súditos’ (habitantes) as suas práticas (como a família de Marx).
881. No séc. XVI. das 85 cidades livres da Alemanha, 50 se tornaram protestantes. Criação de estatutos escolares seguidos de supervisões. 
883. As ideia de Lutero foram destruídas na Guerra dos Trinta Anos (?).
Concepções de Estado: Maquiavel: o príncipe precisa criar uma unidade, seja ela como for. Hobbes: cada um deve doar ao Estado o seu direito de agir com violência contra alguém que lhe é injusto. Locke: o estado deve garantir o direito natural de sobrevivência, assim o comercio deve ser universalizado, a quem for contra, justifica-se a guerra justa. Rousseau: o Estado deve buscar a vontade geral. 
História da Interpretação da Bíblia (primeiro judaica e depois Cristã) - comparação das línguas: criação de correspondências; criação de gramáticas; estudos sobre as semelhanças e diferenças entre elas
MARICONDA, P. R.. Galileu e a ciência moderna. Especiaria (UESC), v. 9, p. 26, 2006.
267. 4 características da modernidade científica: “centralidade da ação prática e instrumental; confluência e união da ciência e da técnica; matematização e mecanização da natureza; liberdade de pensamento ancorada no método.” 
268. Descobertas de Galileu: “a descoberta da lei de queda dos corpos, a formulação da teoria do movimento uniformemente acelerado e a descoberta da trajetória parabólica dos projéteis”; rotação terrestre; conservação de energia; dinâmica das marés.
269-273. Destaques: leis da natureza por meio de experimentos; invenção da  balança hidrostática (medição dos pesos específicos dos materiais); do compasso geométrico-militar (e sua utilização); aplicação do telescópio (observação sistemática dos astros); precursor do microscópio, do termômetro, barômetro, pêndulo do relógio.
273-277. relação entre ciência e técnica: as universidades medievais eram contemplativas (teóricas, linguísticas); as técnicas eram ensinadas nas escolas de artesãos. A crítica às concepções de mundo perfeito (Ptolomeu) era uma crítica a Bíblia e a Igreja. “Galileu desenvolveu pesquisas mecânicas em duas direções: (1) atenção para aspectos da estática no sentido de uma teoria da resistência dos materiais; (2) estudos dos elementos e composição das máquinas.” Pretensões: formulação de leis naturais; previsões, regras práticas com vista a ações; controle da experiência. 
277-278. Discorsi e dimostrazioni matematiche intorno a due nuove scienze: ciência da resistências dos materiais (engenharia civil); movimento dos projéteis. Ciclo: conceituação teórica ⇄ instrumento ⇄ elaboração experimental. 
279. Copérnico, Kepler, Galileu, Descartes: matematização e a mecanização da natureza. Da Terra como imóvel no centro do universo para a ideia de que a Terra gira em torno do Sol. 
280. Diálogo sobre os dois máximos sistemas: “as marés são causadas pela combinação do
duplo movimento de rotação e translação da Terra”. 
281. Crítica a separação antiga entre física celeste (perfeita, circular) e física terrestre. 
282. bases para a dinâmica de Newton. Il saggiatori: “distinção entre qualidades primárias – forma, figura, número, movimento e contato – e qualidades secundárias – cor, odor, sabor, som”, estas últimas não estão no objeto, mas no observador (como Platão apresentou no Teeteto); assim, é preciso se concentrar em quantificar as primeiras. 
283-284. Condenação de Copérnico 1816 e Galileu em 1633: ao rejeitar a autoridade de Aristóteles e das Sagradas Escrituras, ou melhor, eles precisavam ser reinterpretados. Autonomia da ciência: “suficiência do método científico para decidir acerca das questões naturais”

Bibliografia
História dos Estados Unidos : das origens ao século XXI / – Leandro Karnal ... [et al.]. – São
Paulo : Contexto, 2007.
TILLY, Charles (1996). Coerção, capital e estados europeus(990-1992). São Paulo: EDUSP.
FIORI, José Luís (org). Sobre a Guerra. Petrópolis: Editora Vozes, 2018.
FIORI, José Luís (org). Sobre a Paz. Petrópolis: Editora Vozes, 2021.
sobre a china: 
https://www.academia.edu/107523070/Brasil_e_China_uma_rela%C3%A7%C3%A3o_desconhecida

Cursos USP
Disciplina História das Relações Internacionais II (2013). prof. Felipe Pereira Loureiro
https://www.youtube.com/playlist?list=PLAudUnJeNg4tFC5LUTrhnHQbHo08pgRfj
https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=112856

FLH0332 - História Contemporânea II (2023) (séc.XX)
https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=113792

REC2400 História Monetária e Financeira Internacional (2023)
https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=108525

FLH0697 - História dos Estados Unidos (2022) História do Movimento por Direitos Civis e Black Power
https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=96551

IAU0126 - Humanidades e Ciências Sociais (2023)
https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=109610

Literaturas Africanas de Língua Portuguesa I (2019)
https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=67524

FLH0649 - História da África (2023)
https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=112371

História da astronomia. Observação dos astros; considerar-se em movimento; uso e desenvolvimento das matemáticas.
https://filosofiadacienciausp.wordpress.com/

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