Objetivo.Santa.Fé.do.Sul.1ano
Para as turmas da escola Objetivo de Santa Fé do Sul - 1 Ano Filosofia/Sociologia
Meu nome é Robson e se não houver nenhuma mudança estarei com vocês as sextas feiras para as aulas de Filosofia e Sociologia. Me formei em Filosofia na Unicamp, em Campinas, em 2010. Desde então venho lecionando essa disciplina. Logo que me formei ingressei no curso de Sociologia e no mestrado em filosofia antiga. Este último terminei em 2013 e o primeiro em 2018, de modo que a partir desta última data comecei a secionar também sociologia. Em 2020 ingressei no doutorado, também na Unicamp, com o tema ensino de filosofia a partir de Platão. No final de 2021 vim, junto com minha esposa para Ilha Solteira onde resido atualmente.
Em primeiro lugar peço a vocês paciência, nossa tarefa, como de todos os professores, de estudar a história da filosofia e da sociologia é muito grande. Daí a necessidade de vocês terem paciência comigo que não sou da geração de vocês, mas também com vocês mesmo, uma vez que esse conhecimento, que demorou milênios para ser construído, não é possível de ser estudado com profundidade em 3 anos, assim, o que vamos fazer é apresentá-lo a vocês, fazendo indicações para que vocês aprofundem os estudos.
Parece que o Objetivo trabalha com provas bimestrais, se for isso, vamos ao longo do bimestre se preparar para essa prova, mas também pretendo apresentar atividades que julgo ser útil para vocês e tentarei, na medida do possível, colocar essas atividades nas provas.
Estudaremos a partir da apostila produzida Ivy Judensnaider e José Maurício Fonzaghi Mazzucco do seguinte modo: colocarei entre aspas (“”) aquilo que estou destacado da apostila e/ou de um autor; colocarei acréscimo em parênteses.
Outro detalhe que discutiremos em sala é a sequencia das aulas, como temos aula dupla, podemos decidir se vamos estudar as duas aulas de uma matéria só (ai cada matéria seria ofertada a cada 15 dias) ou uma aula por disciplina, no caso filosofia e sociologia.
Antes de colocar meus destaques da apostila, vou propor dois exercícios existências:
I. Caminhos da Vida. Vocês (e todos nós) estudamos para quando se tornarem adultos possam participar da sociedade que vivemos por meio do trabalho. Assim vocês podem escolher se formar e trabalhar nas seguintes áreas: 1. No Estado; 2. na iniciativa privada (que sempre é oriunda de algum país); 3. No comércio; ou 4. no setor de serviço. Há uma quinta (5) opção praticada pelos povos indígenas, quilombos, comunidades ribeirinhas, etc, que é viver de maneira independente do Estado. Peço que cada um de vocês pensem nos seus parentes próximos (pais, tios, primos) e coloca cada uma em uma dessas classificações. Depois escolha um deles para conversar. Para ajudar, escolha um dos seus amigos para ajudar nessa conversa. Ao longo do ano, a partir de cada conteúdo vamos pensar o que iremos conversar com esse profissional.
II. Método platônico de pensar mitos. Platão, devido ao julgamento e condenação de Sócrates, começou a investigar, com vistas a mudar, sua sociedade. Em primeiro lugar ele analisou as histórias, os mitos, do seguinte modo: generalizava suas posições e fazia perguntas para o mito e para as generalizações. Para ficar mais claro, vou usar um mito da nossa época que suponho que vocês conhecem, a história dos três porquinhos (1. história). Eles saem da cada dos pais e cada um constrói sua casa, um de palha, um de madeira, outro de alvenaria. Vem um lobo e derruba as duas primeiras, porém, a terceira, como não consegue derrubar, tenta entrar pela chaminé, porém, os porquinhos percebem, colocam fogo e espantam o lobo (2. resumo). A partir dai podemos fazer a seguinte generalização: casas frágeis podem ser derrubadas (3. frase filosófica); ou mesmo fazer uma frase mais descritiva: nessa sociedade, os jovens saem da casa dos seus pais para construir suas casas (4. frase sociológica). A partir de 1, 2, 3 e 4 podemos fazer perguntas. Vamos dividir as perguntas em 3 categorias: perguntas que a história explica, como, quem derrubou as casas frágeis? o que aconteceu para o lobo fugir? etc. A pergunta pode não ser explicada pela história: porque os porquinhos não se juntaram para fazer uma casa só? como era a casa dos pais dos porquinhos? etc. Ou a pergunta pode trazer elementos de fora da história (de outra história, de uma filosofia): Os lobos, para serem bem sucedidos, precisam ter consciência de classe e agir em conjunto? Os pais dos porquinhos deveriam fazer fogueiras em torno da cidade para impedir que lobos entrem nela (5. perguntas). Vou pedir para vocês praticarem esse exercício em 5 etapas a partir de uma história que vocês escolheram. As etapas são: 1. nome da história; 2. Resumo; 3. Frase filosófica; 4. frase sociológica; 5. formulação de perguntas (que a história explica. que a história não explica e que traz elementos externos a história). Isso para a próxima aula.
Sobre a Apostila, vou colocar meus apontamentos dos módulos 1 e 2 de filosofia e sociologia
Filosofia
Módulo 1 - Um tempo para a reflexão filosófica (uma discussão que poderia ser feita é a pressa dos grandes centros urbanos … para discutir o tempo do mundo e o tempo do indivíduo)
1. filme O curioso caso de Benjamin Button onde o tempo corre de forma contrária. Isso para discutir a questão do tempo.
2. o que o tempo “representa, qual o seu sentido, qual o significado do que, até então, havíamos assumido como compreendido”. “o que significa envelhecer [...] existe um tempo real e um tempo emocional?”. (Acrescento: existe o tempo do mundo e o tempo de cada uma das pessoas)
Para Chauí atitude filosófica é esta relação entre aquilo que supomos saber e a realidade.
(Parece que a discussão sobre o tempo vem da teoria da relatividade de Einstein (?))
“atitude filosófica nos permite questionar o real significado do amor, da beleza, da amizade, da fraternidade, da justiça [...] (etc.) a atitude filosófica diz respeito à reflexão sobre fatos ou conceitos [...]”. (trata-se de discutir o nosso modo de vida. E quando fazemos isso colocamos em questão as nossas ações)
Sugestão: o mundo de Sofia de Jostein Garden.
“[...] perguntar também o que somos, por que somos e como somos (CHAUÍ, 2002a, p. 12)”
“Precisamos ficar atentos à subjetividade pois ela pode distorcer nossa percepção da realidade, só assim podemos “buscar a verdade, para que atinjamos a essência das coisas” (eis uma das maiores complicações da filosofia!!!)
3. “o conhecimento verdadeiro é necessário para a formulação de teorias, o desenvolvimento de métodos científicos, a intervenção na natureza e o aperfeiçoamento dos instrumentos tecnológicos”
(Temos aqui um dos principais problemas: se devemos nos ater à convivência (com a natureza) ou se temos que primar pela ciência. Evidentemente que uma coisa não exclui a outra, mas às vezes precisamos escolher.)
Heráclito (540-475 a.C.): não se mergulha duas vezes nas águas do mesmo rio. Tudo muda. (obs: aqui cabe uma dificuldade histórica de interpretação: essa interpretação de Chauí aparece em Platão, mais precisamente no Teeteto. Discutiremos isso em outro momento, mas é só para pensarmos porque chamamos Heráclito de pré-socrático ou pré-platônico.)
4. a atividade filosófica é como o rio, nos faz mudar.
φιλοσοφία vem de φιλία (amizade) e σοφία (sabedoria). A tradução normal é amor pelo saber, mas pode ser também a amizade que gera o saber (prefiro essa).
A filosofia, cada vez mais [...] o que pensar e dizer (CHAUÍ, 2002a, p. 17).
“Assim, caberia à Filosofia ocupar-se com a criação dos conceitos [...]”. (Aqui o autor já dá um salto e vai para Deleuze no séc. XX. No meio entender filosofia é e não é ciência, é e não é arte. Para tanto valho-me de Platão para quem a filosofia é o desejo de transformar tudo, ciência, arte, sociedade, em algo ideal!!)
5. questões (do autor?): 1. a filosofia permite encontrar a verdade; 2. filosofia para Kant é autonomia de pensamento; 3. reflexão filosófica é transcender o senso comum. 4. filosofar é ser radical na busca por pressupostos e fundamentos. 5. a gravura de Escher mostra que com a filosofia o homem reflete a sua condição. 6. ao ser negativa aos preconceitos, ao óbvio e ao sendo comum a filosofia é crítica.
Módulo 2 - A História da Filosofia: marcos periódicos
7. AGOSTINHO, Confissões. 1999, p. 322. Se o passado já passou; o futuro não ainda não veio; e o presente vive passando, existe tempo?
“ao contar sobre o passado, a nossa perspectiva é sempre a do presente”. Esse aspecto é discutido nas teorias sobre história. A história precisa sempre ser recontada porque o presente muda.
“Nascido em 354, na província de Numídia, na África, Aurelius Augustinus tornou-se bispo de Hipona, cidade na qual viveu até 430 [...]”. Nessa época, o norte da Africa era dominado pelo império romano que tinha adotado a pouco (380) o cristianismo como religião oficial. Ver: Julio Cesar Magalhães de Oliveira (2014).
Divisão entre o império romano do Oriente e ocidente em 395. O cristianismo nasceu dentro do judaísmo e com ele disputou sua hegemonia. A filosofia construída neste período, é chamada de Patrística (aquilo que vem dos Padres), para fugir do judaísmo, se apoiou nos teóricos gregos, em especial Platão e Aristóteles.
8. Agostinho formulou uma concepção de mundo, de ser humano e de Deus.
filme Augustine – O declínio do Império Romano (diretor Christian Duguay, 2010, 200 minutos).
“Na tentativa de refutar o ceticismo (que considerava os sentidos como únicas fontes do conhecimento [...]” (normalmente o ceticismo é caracterizado como a filosofia que suspenso o juízo diante de posições contrárias)
A alma é fonte do pensamento; Deus é o responsável pela iluminação da alma e por sua capacidade de busca da verdade.
AGOSTINHO, Confissões. 1999, p. 322. Deus criou o tempo, então é anterior a ele.
8.9. Cuidados com a filosofia:
a) os filósofos produzem a partir do seu contexto histórico.
b) os termos (ex. amor e átomo) nem sempre possuem o mesmo significado
c) as ideia permanecem, influenciando outros tempos.
d) as abordagens filosóficas não são certas ou erradas (precisam ser aplicadas, como um óculos).
e) os textos dos filósofos devem ser entendidos como a partir do seu tempo (e também a partir do nosso tempo).
9. Períodos históricos da filosofia a partir de Chauí, convite à filosofia (2022)
a) a Filosofia antiga, que compreende a Filosofia greco-romana até o período helenístico;
b) a Patrística, do século I ao século VII, do qual Agostinho é um dos representantes mais ilustres;
c) a Filosofia medieval, do século VIII ao século XIV;
d) a Filosofia da Renascença, do século XIV ao século XVII;
e) a Filosofia Moderna, do século XVII ao século XVIII;
f) a Filosofia da Ilustração, ou Iluminismo, que compreende o período entre meados do século XVIII e começo do século XIX;
g) a Filosofia contemporânea, do século XIX aos dias de hoje.
Patrística: criação do mundo; fé e razão; bem e mal. Medieval: existência de Deus; superior governa o inferior. Renascença: o homem controla a natureza pelo conhecimento (céus e mares). Moderna: racionalismo na física e matemática. Ilustração: conquista da evolução e do progresso. Perguntas para o século XXI: ciência; justiça, felicidade; pluralidade; consciência.
10. Daniel Loneeff, 55 anos, trabalha com comunicação, SP: cautela nas conclusões; os pressupostos da ciência nem sempre podem ser comprovados; filosofia lhe ensinou a ler e a escrever; é difícil ler filosofia sozinho, é necessário um tutor
(Hoje em dia há muitos vídeos, sites, blogs na internet, eu sugiro começar a filosofia por meio de livros de história da filosofia (Chauí; Dussel; Abbagnano) e/ou teses de doutorados.)
Exercícios: 1. filosofia patrística começa com os evangelistas e os primeiros padres. (a resposta está errada) (a c também não está errada). 2. o racionalismo supoem que a verdade ultrapassa os sentidos e a experiência. 3. a filosofia moderna é do sec. XV ao XVIII, com o racionalismo e o empirismo (modelo é a física). 4. a filosofia (grega) surge na grécia por meio de novas estruturas sociais (posição hoje controversa); o filósofo busca as certezas mesmo que não as alcance.
12. Conteúdo complementar
CHAUÍ, Convite à filosofia, 2002, p. 364: estamos no mundo sujeitos a suas mudanças. (na morte e na vida há momentos de solidão e de relação com os outros)
Democracia: a) partidos políticos; divisão de poder; respeito da vontade da maioria e reconhecimento da minoria; b) os representantes são eleitos; poder é do povo; c) as divergência se revolve pela alternância no poder; d) direitos a: igualdade, liberdade, participação no poder (DUDH). (idealização da democracia; esses princípios garantem uma boa vida para todos, inclusive plantas, animais, rios, montanhas?)
Ulysses Guimarães e a Constituição Federal de 1988 (1988/1989).
moral: práticas sociais de comportamento; ética: ação consciente do sujeito, justificada.
As ciências da vida e da saúde (e também o Estado) nos impõe novas questões éticas.
livro: O que é Ética, de Álvaro L. M. Valls, da Coleção Primeiros Passos, Editora Brasiliense, 1994.
CHAUÍ, Convite à filosofia, 2002, p. 326: a arte passa da função religiosa para sua autonomia (ela está se baseando em Benjamin, a obra de arte na …)
Enciclopédia Cultural Itaú, disponível em: <www.enciclopedia.itaucultural.org.br>
(Outras: https://cultura.uol.com.br/radio/; https://immub.org/)
Exercícios: 1. mafalda mostra a dificuldade de entendimento (convergência). 2. os meios de comunicação ajudam no debate público (porém, quando a imprensa é financiada por outros países ela pode prejudicar o país adversário). 3. a ética: não se impõe ao cidadão (na verdade se impõe) e a atribui ao sujeito responsabilidade sobre suas ações. 4. a clonagem de humanos exige uma reflexão sobre a ciência da vida e ética. 4 O grito de Edvard Munch representa a filosofia de Nietzsche para quem o artista (gênio) não se encaixa na sociedade. 6. para Santo Agostinho conhecer significa se lembrar daquilo que Deus colocou na nossa alma. 7. Cordi et al.: a ética deve ser constantemente renovada; implica responsabilidade social. (gabarito questionável).
Módulo 3 - Do mito à razão: a filosofia pré-socrática (ou pré-platônica).
17. Quem criou o mundo? ele continua intervindo na sua criação? a vida, a morte, o sonho.
Vernant: para os gregos, no início só existia o χάος (Kháos), o vazio escuro, o abismo. depois veio Gaia, a Terra, mãe-terra, pois dela nasce tudo. Depois veio Eros, o amor, o impulso. Da terra vem o Céu (Ουρανός; Ouranos); depois o Céu estrelado; depois a água; (isso é Hesíodo)
18. μύθος - mito significa narrar, contar. A narrativa do surgimento do mundo, com os seres e deuses é a genealogia; essa genealogia possui uma ordem, uma intenção, é a cosmogonia, uma organização [κόσμος(cosmo)=ordem; γένος (genia): geração, nascimento]
No mito, as forças da natureza possuem características humanas (em geral, isso é partilhado pelas mitologias). Por ex. da raiva vem as tempestades; do amor a abundância, a calmaria. Compreender o mundo é compreender os Deuses, são os mistérios.
Mito Mbya Guarani: falam dos fenômenos da natureza a partir da posição dos planetas e das estrelas (outros povos também).
19. A filosofia (grega) nasceu na Ásia Menor.
filme Fúria de Titãs (diretor Louis Leterrier, 2010, 106 minutos)
O chamado ocidente é fruto da contribuição dos gregos (na verdade Helenos, dos árabes, egípcios, hebreus, persas, entre outros).
filosofia em Mileto passa da cosmogonia para a cosmologia (logos=fala, explicação)
Chauí (2002b), Introdução à história da Filosofia.
19.20. Diferenças entre o mito e a filosofia: a) mito explica o passado; filosofia o presente; b) m genealogia e conflito das divindades; f o mundo e a natureza; c) m verossimilhança; f explicação sem contradição
20. porque a filosofia (grega) é grega: a) os gregos absorveram outras culturas; b) os gregos são racionais; c) a polis grega é organizada em leis; espaços públicos: tribunais e assembleias; d) invenção do calendário; e) da moeda; f) escrita alfabética (e silábica);
ver: Resenha filosofia da libertação Enrique Dussel: https://www.academia.edu/45571024/Resenha_Filosofia_da_Liberta%C3%A7%C3%A3o_de_Enrique_Dussel
BRANDÃO, J. L. Oralidade, escrita e literatura: Havelock e os gregos. https://www.revistas.usp.br/ls/article/view/16021
Exercícios: 1. a filosofia grega não é um milagre e orientalista pois se desenvolveu racionalmente (como todas as outras). 2. os primeiros filósofos passaram da cosmogonia para a cosmologia. 2. em hesíodo há racionalidade; filosofia não acaba com o mito; Tales também vale-se dos recursos da mitologia; Platão usa mitos; os pré-socráticos se ocupam da natureza (physis)
Para as turmas da escola Objetivo de Santa Fé do Sul - 1 Ano Filosofia/Sociologia
Meu nome é Robson e se não houver nenhuma mudança estarei com vocês as sextas feiras para as aulas de Filosofia e Sociologia. Me formei em Filosofia na Unicamp, em Campinas, em 2010. Desde então venho lecionando essa disciplina. Logo que me formei ingressei no curso de Sociologia e no mestrado em filosofia antiga. Este último terminei em 2013 e o primeiro em 2018, de modo que a partir desta última data comecei a secionar também sociologia. Em 2020 ingressei no doutorado, também na Unicamp, com o tema ensino de filosofia a partir de Platão. No final de 2021 vim, junto com minha esposa para Ilha Solteira onde resido atualmente.
Em primeiro lugar peço a vocês paciência, nossa tarefa, como de todos os professores, de estudar a história da filosofia e da sociologia é muito grande. Daí a necessidade de vocês terem paciência comigo que não sou da geração de vocês, mas também com vocês mesmo, uma vez que esse conhecimento, que demorou milênios para ser construído, não é possível de ser estudado com profundidade em 3 anos, assim, o que vamos fazer é apresentá-lo a vocês, fazendo indicações para que vocês aprofundem os estudos.
Parece que o Objetivo trabalha com provas bimestrais, se for isso, vamos ao longo do bimestre se preparar para essa prova, mas também pretendo apresentar atividades que julgo ser útil para vocês e tentarei, na medida do possível, colocar essas atividades nas provas.
Estudaremos a partir da apostila produzida Ivy Judensnaider e José Maurício Fonzaghi Mazzucco do seguinte modo: colocarei entre aspas (“”) aquilo que estou destacado da apostila e/ou de um autor; colocarei acréscimo em parênteses.
Outro detalhe que discutiremos em sala é a sequencia das aulas, como temos aula dupla, podemos decidir se vamos estudar as duas aulas de uma matéria só (ai cada matéria seria ofertada a cada 15 dias) ou uma aula por disciplina, no caso filosofia e sociologia.
Antes de colocar meus destaques da apostila, vou propor dois exercícios existências:
I. Caminhos da Vida. Vocês (e todos nós) estudamos para quando se tornarem adultos possam participar da sociedade que vivemos por meio do trabalho. Assim vocês podem escolher se formar e trabalhar nas seguintes áreas: 1. No Estado; 2. na iniciativa privada (que sempre é oriunda de algum país); 3. No comércio; ou 4. no setor de serviço. Há uma quinta (5) opção praticada pelos povos indígenas, quilombos, comunidades ribeirinhas, etc, que é viver de maneira independente do Estado. Peço que cada um de vocês pensem nos seus parentes próximos (pais, tios, primos) e coloca cada uma em uma dessas classificações. Depois escolha um deles para conversar. Para ajudar, escolha um dos seus amigos para ajudar nessa conversa. Ao longo do ano, a partir de cada conteúdo vamos pensar o que iremos conversar com esse profissional.
II. Método platônico de pensar mitos. Platão, devido ao julgamento e condenação de Sócrates, começou a investigar, com vistas a mudar, sua sociedade. Em primeiro lugar ele analisou as histórias, os mitos, do seguinte modo: generalizava suas posições e fazia perguntas para o mito e para as generalizações. Para ficar mais claro, vou usar um mito da nossa época que suponho que vocês conhecem, a história dos três porquinhos (1. história). Eles saem da cada dos pais e cada um constrói sua casa, um de palha, um de madeira, outro de alvenaria. Vem um lobo e derruba as duas primeiras, porém, a terceira, como não consegue derrubar, tenta entrar pela chaminé, porém, os porquinhos percebem, colocam fogo e espantam o lobo (2. resumo). A partir dai podemos fazer a seguinte generalização: casas frágeis podem ser derrubadas (3. frase filosófica); ou mesmo fazer uma frase mais descritiva: nessa sociedade, os jovens saem da casa dos seus pais para construir suas casas (4. frase sociológica). A partir de 1, 2, 3 e 4 podemos fazer perguntas. Vamos dividir as perguntas em 3 categorias: perguntas que a história explica, como, quem derrubou as casas frágeis? o que aconteceu para o lobo fugir? etc. A pergunta pode não ser explicada pela história: porque os porquinhos não se juntaram para fazer uma casa só? como era a casa dos pais dos porquinhos? etc. Ou a pergunta pode trazer elementos de fora da história (de outra história, de uma filosofia): Os lobos, para serem bem sucedidos, precisam ter consciência de classe e agir em conjunto? Os pais dos porquinhos deveriam fazer fogueiras em torno da cidade para impedir que lobos entrem nela (5. perguntas). Vou pedir para vocês praticarem esse exercício em 5 etapas a partir de uma história que vocês escolheram. As etapas são: 1. nome da história; 2. Resumo; 3. Frase filosófica; 4. frase sociológica; 5. formulação de perguntas (que a história explica. que a história não explica e que traz elementos externos a história). Isso para a próxima aula.
Sobre a Apostila, vou colocar meus apontamentos dos módulos 1 e 2 de filosofia e sociologia
Filosofia
Módulo 1 - Um tempo para a reflexão filosófica (uma discussão que poderia ser feita é a pressa dos grandes centros urbanos … para discutir o tempo do mundo e o tempo do indivíduo)
1. filme O curioso caso de Benjamin Button onde o tempo corre de forma contrária. Isso para discutir a questão do tempo.
2. o que o tempo “representa, qual o seu sentido, qual o significado do que, até então, havíamos assumido como compreendido”. “o que significa envelhecer [...] existe um tempo real e um tempo emocional?”. (Acrescento: existe o tempo do mundo e o tempo de cada uma das pessoas)
Para Chauí atitude filosófica é esta relação entre aquilo que supomos saber e a realidade.
(Parece que a discussão sobre o tempo vem da teoria da relatividade de Einstein (?))
“atitude filosófica nos permite questionar o real significado do amor, da beleza, da amizade, da fraternidade, da justiça [...] (etc.) a atitude filosófica diz respeito à reflexão sobre fatos ou conceitos [...]”. (trata-se de discutir o nosso modo de vida. E quando fazemos isso colocamos em questão as nossas ações)
Sugestão: o mundo de Sofia de Jostein Garden.
“[...] perguntar também o que somos, por que somos e como somos (CHAUÍ, 2002a, p. 12)”
“Precisamos ficar atentos à subjetividade pois ela pode distorcer nossa percepção da realidade, só assim podemos “buscar a verdade, para que atinjamos a essência das coisas” (eis uma das maiores complicações da filosofia!!!)
3. “o conhecimento verdadeiro é necessário para a formulação de teorias, o desenvolvimento de métodos científicos, a intervenção na natureza e o aperfeiçoamento dos instrumentos tecnológicos”
(Temos aqui um dos principais problemas: se devemos nos ater à convivência (com a natureza) ou se temos que primar pela ciência. Evidentemente que uma coisa não exclui a outra, mas às vezes precisamos escolher.)
Heráclito (540-475 a.C.): não se mergulha duas vezes nas águas do mesmo rio. Tudo muda. (obs: aqui cabe uma dificuldade histórica de interpretação: essa interpretação de Chauí aparece em Platão, mais precisamente no Teeteto. Discutiremos isso em outro momento, mas é só para pensarmos porque chamamos Heráclito de pré-socrático ou pré-platônico.)
4. a atividade filosófica é como o rio, nos faz mudar.
φιλοσοφία vem de φιλία (amizade) e σοφία (sabedoria). A tradução normal é amor pelo saber, mas pode ser também a amizade que gera o saber (prefiro essa).
A filosofia, cada vez mais [...] o que pensar e dizer (CHAUÍ, 2002a, p. 17).
“Assim, caberia à Filosofia ocupar-se com a criação dos conceitos [...]”. (Aqui o autor já dá um salto e vai para Deleuze no séc. XX. No meio entender filosofia é e não é ciência, é e não é arte. Para tanto valho-me de Platão para quem a filosofia é o desejo de transformar tudo, ciência, arte, sociedade, em algo ideal!!)
5. questões (do autor?): 1. a filosofia permite encontrar a verdade; 2. filosofia para Kant é autonomia de pensamento; 3. reflexão filosófica é transcender o senso comum. 4. filosofar é ser radical na busca por pressupostos e fundamentos. 5. a gravura de Escher mostra que com a filosofia o homem reflete a sua condição. 6. ao ser negativa aos preconceitos, ao óbvio e ao sendo comum a filosofia é crítica.
Módulo 2 - A História da Filosofia: marcos periódicos
7. AGOSTINHO, Confissões. 1999, p. 322. Se o passado já passou; o futuro não ainda não veio; e o presente vive passando, existe tempo?
“ao contar sobre o passado, a nossa perspectiva é sempre a do presente”. Esse aspecto é discutido nas teorias sobre história. A história precisa sempre ser recontada porque o presente muda.
“Nascido em 354, na província de Numídia, na África, Aurelius Augustinus tornou-se bispo de Hipona, cidade na qual viveu até 430 [...]”. Nessa época, o norte da Africa era dominado pelo império romano que tinha adotado a pouco (380) o cristianismo como religião oficial. Ver: Julio Cesar Magalhães de Oliveira (2014).
Divisão entre o império romano do Oriente e ocidente em 395. O cristianismo nasceu dentro do judaísmo e com ele disputou sua hegemonia. A filosofia construída neste período, é chamada de Patrística (aquilo que vem dos Padres), para fugir do judaísmo, se apoiou nos teóricos gregos, em especial Platão e Aristóteles.
8. Agostinho formulou uma concepção de mundo, de ser humano e de Deus.
filme Augustine – O declínio do Império Romano (diretor Christian Duguay, 2010, 200 minutos).
“Na tentativa de refutar o ceticismo (que considerava os sentidos como únicas fontes do conhecimento [...]” (normalmente o ceticismo é caracterizado como a filosofia que suspenso o juízo diante de posições contrárias)
A alma é fonte do pensamento; Deus é o responsável pela iluminação da alma e por sua capacidade de busca da verdade.
AGOSTINHO, Confissões. 1999, p. 322. Deus criou o tempo, então é anterior a ele.
8.9. Cuidados com a filosofia:
a) os filósofos produzem a partir do seu contexto histórico.
b) os termos (ex. amor e átomo) nem sempre possuem o mesmo significado
c) as ideia permanecem, influenciando outros tempos.
d) as abordagens filosóficas não são certas ou erradas (precisam ser aplicadas, como um óculos).
e) os textos dos filósofos devem ser entendidos como a partir do seu tempo (e também a partir do nosso tempo).
9. Períodos históricos da filosofia a partir de Chauí, convite à filosofia (2022)
a) a Filosofia antiga, que compreende a Filosofia greco-romana até o período helenístico;
b) a Patrística, do século I ao século VII, do qual Agostinho é um dos representantes mais ilustres;
c) a Filosofia medieval, do século VIII ao século XIV;
d) a Filosofia da Renascença, do século XIV ao século XVII;
e) a Filosofia Moderna, do século XVII ao século XVIII;
f) a Filosofia da Ilustração, ou Iluminismo, que compreende o período entre meados do século XVIII e começo do século XIX;
g) a Filosofia contemporânea, do século XIX aos dias de hoje.
Patrística: criação do mundo; fé e razão; bem e mal. Medieval: existência de Deus; superior governa o inferior. Renascença: o homem controla a natureza pelo conhecimento (céus e mares). Moderna: racionalismo na física e matemática. Ilustração: conquista da evolução e do progresso. Perguntas para o século XXI: ciência; justiça, felicidade; pluralidade; consciência.
10. Daniel Loneeff, 55 anos, trabalha com comunicação, SP: cautela nas conclusões; os pressupostos da ciência nem sempre podem ser comprovados; filosofia lhe ensinou a ler e a escrever; é difícil ler filosofia sozinho, é necessário um tutor
(Hoje em dia há muitos vídeos, sites, blogs na internet, eu sugiro começar a filosofia por meio de livros de história da filosofia (Chauí; Dussel; Abbagnano) e/ou teses de doutorados.)
Exercícios: 1. filosofia patrística começa com os evangelistas e os primeiros padres. (a resposta está errada) (a c também não está errada). 2. o racionalismo supoem que a verdade ultrapassa os sentidos e a experiência. 3. a filosofia moderna é do sec. XV ao XVIII, com o racionalismo e o empirismo (modelo é a física). 4. a filosofia (grega) surge na grécia por meio de novas estruturas sociais (posição hoje controversa); o filósofo busca as certezas mesmo que não as alcance.
12. Conteúdo complementar
CHAUÍ, Convite à filosofia, 2002, p. 364: estamos no mundo sujeitos a suas mudanças. (na morte e na vida há momentos de solidão e de relação com os outros)
Democracia: a) partidos políticos; divisão de poder; respeito da vontade da maioria e reconhecimento da minoria; b) os representantes são eleitos; poder é do povo; c) as divergência se revolve pela alternância no poder; d) direitos a: igualdade, liberdade, participação no poder (DUDH). (idealização da democracia; esses princípios garantem uma boa vida para todos, inclusive plantas, animais, rios, montanhas?)
Ulysses Guimarães e a Constituição Federal de 1988 (1988/1989).
moral: práticas sociais de comportamento; ética: ação consciente do sujeito, justificada.
As ciências da vida e da saúde (e também o Estado) nos impõe novas questões éticas.
livro: O que é Ética, de Álvaro L. M. Valls, da Coleção Primeiros Passos, Editora Brasiliense, 1994.
CHAUÍ, Convite à filosofia, 2002, p. 326: a arte passa da função religiosa para sua autonomia (ela está se baseando em Benjamin, a obra de arte na …)
Enciclopédia Cultural Itaú, disponível em: <www.enciclopedia.itaucultural.org.br>
(Outras: https://cultura.uol.com.br/radio/; https://immub.org/)
Exercícios: 1. mafalda mostra a dificuldade de entendimento (convergência). 2. os meios de comunicação ajudam no debate público (porém, quando a imprensa é financiada por outros países ela pode prejudicar o país adversário). 3. a ética: não se impõe ao cidadão (na verdade se impõe) e a atribui ao sujeito responsabilidade sobre suas ações. 4. a clonagem de humanos exige uma reflexão sobre a ciência da vida e ética. 4 O grito de Edvard Munch representa a filosofia de Nietzsche para quem o artista (gênio) não se encaixa na sociedade. 6. para Santo Agostinho conhecer significa se lembrar daquilo que Deus colocou na nossa alma. 7. Cordi et al.: a ética deve ser constantemente renovada; implica responsabilidade social. (gabarito questionável).
Módulo 3 - Do mito à razão: a filosofia pré-socrática (ou pré-platônica).
17. Quem criou o mundo? ele continua intervindo na sua criação? a vida, a morte, o sonho.
Vernant: para os gregos, no início só existia o χάος (Kháos), o vazio escuro, o abismo. depois veio Gaia, a Terra, mãe-terra, pois dela nasce tudo. Depois veio Eros, o amor, o impulso. Da terra vem o Céu (Ουρανός; Ouranos); depois o Céu estrelado; depois a água; (isso é Hesíodo)
18. μύθος - mito significa narrar, contar. A narrativa do surgimento do mundo, com os seres e deuses é a genealogia; essa genealogia possui uma ordem, uma intenção, é a cosmogonia, uma organização [κόσμος(cosmo)=ordem; γένος (genia): geração, nascimento]
No mito, as forças da natureza possuem características humanas (em geral, isso é partilhado pelas mitologias). Por ex. da raiva vem as tempestades; do amor a abundância, a calmaria. Compreender o mundo é compreender os Deuses, são os mistérios.
Mito Mbya Guarani: falam dos fenômenos da natureza a partir da posição dos planetas e das estrelas (outros povos também).
19. A filosofia (grega) nasceu na Ásia Menor.
filme Fúria de Titãs (diretor Louis Leterrier, 2010, 106 minutos)
O chamado ocidente é fruto da contribuição dos gregos (na verdade Helenos, dos árabes, egípcios, hebreus, persas, entre outros).
filosofia em Mileto passa da cosmogonia para a cosmologia (logos=fala, explicação)
Chauí (2002b), Introdução à história da Filosofia.
19.20. Diferenças entre o mito e a filosofia: a) mito explica o passado; filosofia o presente; b) m genealogia e conflito das divindades; f o mundo e a natureza; c) m verossimilhança; f explicação sem contradição
20. porque a filosofia (grega) é grega: a) os gregos absorveram outras culturas; b) os gregos são racionais; c) a polis grega é organizada em leis; espaços públicos: tribunais e assembleias; d) invenção do calendário; e) da moeda; f) escrita alfabética (e silábica);
ver: Resenha filosofia da libertação Enrique Dussel: https://www.academia.edu/45571024/Resenha_Filosofia_da_Liberta%C3%A7%C3%A3o_de_Enrique_Dussel
BRANDÃO, J. L. Oralidade, escrita e literatura: Havelock e os gregos. https://www.revistas.usp.br/ls/article/view/16021
Exercícios: 1. a filosofia grega não é um milagre e orientalista pois se desenvolveu racionalmente (como todas as outras). 2. os primeiros filósofos passaram da cosmogonia para a cosmologia. 2. em hesíodo há racionalidade; filosofia não acaba com o mito; Tales também vale-se dos recursos da mitologia; Platão usa mitos; os pré-socráticos se ocupam da natureza (physis)
Sociologia
Módulo 1 - A Sociologia: origens e escopo
1. “Sociologia estuda, a partir de abordagens científicas, as relações sociais que ocorrem entre os seres humanos”. (em especial a sociedade moderna, depois do sec. XIX, a partir do Estado. Assim, a Sociologia entra na disputa narrativa com a filosofia, a história, geografia, entre outras)
Capitalismo: organização das relações sociais para produção, distribuição e consumo de bens e serviços (isso em escala global. Esse procedimento comercial - generalização das trocas -, muitas vezes - para não dizer todas - é feito de maneira coercitiva, de modo que muitas pessoas, mesmo contra sua vontade, são obrigadas a participar dele. Aqueles que têm capacidade de coerção, em geral, usam instrumentos de guerra. Nessa direção sugiro a leitura dos livros Sobre a Guerra e Sobre a Paz org. por Fiori). (também é preciso lembrar que as Colônias e seus habitantes enriqueceram a Europa, segundo Dussel, muito menos desenvolvida que a China e o império Otomano).
“o progresso econômico espalhou-se pela Europa e por todos os continentes, alterando as formas de trabalho, o modo de vida”
2. Revolução Francesa: “a monarquia absolutista foi substituída por um regime republicano secular”. (esse processo foi iniciado em 1789 e que vem até hoje. Não se pode dizer que os nobres ligados à monarquia deixaram de intervir na vida política, prova disso é o Tratado de Viena, depois da derrota de Napoleão, que foi um imperador guerreiro, onde os monarcas de outras nações exigiram que os franceses voltassem à monarquia).
Nos séculos XIX e XX os países europeus buscavam fontes de recursos naturais (uma vez que eles tinham exauridos os seus) e novos mercados consumidores (como eles não produziam alimento suficiente para sua população, era preciso organizar os sistemas de trocas, entre eles a generalização do dinheiro). (uma das consequências deste dois fatores foi a padronização das cidades urbanas. De maneira sintética pode-se dizer que as cidades possuem: um centro comercial; algumas fontes de energia; indústrias; bancos; templos religiosos - de preferência não oriental e não árabe -; prédios públicos - hospitais, escolas, centros administrativos; asfalto e muito concreto. Porém, alguns lugares, como aqui no interior do estado de SP, temos menos indústrias do que nas grandes cidades)
Para que a Revolução Industrial fosse possível, foi necessário o desenvolvimento da Física (em especial aquela com aplicação militar: canhões; navios; espingardas). Assim, em conjunto com a matemática, a Física (primeiro a mecânica, depois a eletricidades) tornou-se referência.
2.3. Charles Dickens (1812-1870), Tempos Difíceis. Jovens Gradgrinds são adestrados nas escolas pelos ogros. Eles não conheciam a Lua ou a vaca; apenas sabiam calcular e descrever. O Sr. Gradgrind (o ‘eminentemente prático’), pais dos jovens, fez sua casa longe da cidade grande, em Coketown. Lá os jovens tinham gabinetes para estudar: conquiliologia (estudo das conchas), metalurgia e mineralogia.
O Sr. Gradgrind foi até um circo na extremidade da cidade. Selary, srta Josephine Sleary, Signor Jude, eram algumas das pessoas do circo.
4. Thomas Gradgrind se queixa que o circo, lugar de vagabundos, estava atraindo os jovens para longe da escola-modelo.
Qual a atualidade da história?
Com base em outra obra do mesmo autor, o diretor Roman Polanski filmou Oliver Twist (Dir. Roman Polanski. Reino Unido; República Checa; França; Itália: Sony Pictures, 2005. 130 minutos).
Tudo deveria ser medido e calculado: “ nascimentos, óbitos, doenças, preços, produção, animais, condenados por crimes, prostituição, o uso do solo, da água e do ar, quantidade de
bosques, de moinhos, de rebanhos e de vinhedos (JUDENSNAIDER, 2012, p. 56).
No Brasil, o censo é feito pelo IBGE a cada 10 anos (comentar rapidamente a divulgação do censo).
Mills, a imaginação sociológica (1975): “a Sociologia atua como “autoconsciência” da sociedade”.
(MILLS, Charles Wright. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1972. 10. Raramente [os homens] têm consciência da complexa ligação entre suas vidas e o curso da história mundial; por isso, os homens comuns não sabem, quase sempre, o que essa ligação significa para os tipos de ser em que se estão transformando e para o tipo de evolução histórica de que podem participar. 11. o que precisam, e o que sentem precisar, é uma qualidade de espírito que lhes ajude a usar a informação e a desenvolver a razão, a fim de perceber, com lucidez, o que está ocorrendo no mundo e o que pode ser estar acontecendo dentro deles mesmos. É essa qualidade, afirmo, que jornalistas e professores, artistas e públicos, cientistas e editores estão começando a esperar daquilo que poderemos chamar de imaginação sociológica. 12. A imaginação sociológica nos permite compreender a história e a biografia e as relações entre ambas, dentro da sociedade. 13. para Mills é preciso fazer tres perguntas: 1. qual a estrutura da sociedade (essência; comparação; mudança); 2. e sua relação com a história da humanidade; 3. como são os homens dessa sociedade.)
5.6. Exercícios: 1. inicialmente não foi a biologia que inspirou a sociologia, mas a mecânica. 2. a sociologia contribuiu para a corrente positivista (questão fora de contexto). 3. a sociologia surgiu pelo o capitalismo, inchaço do urbanos e da criminalidade (devido a violência de suas práticas)
Módulo 1 - A Sociologia: origens e escopo
1. “Sociologia estuda, a partir de abordagens científicas, as relações sociais que ocorrem entre os seres humanos”. (em especial a sociedade moderna, depois do sec. XIX, a partir do Estado. Assim, a Sociologia entra na disputa narrativa com a filosofia, a história, geografia, entre outras)
Capitalismo: organização das relações sociais para produção, distribuição e consumo de bens e serviços (isso em escala global. Esse procedimento comercial - generalização das trocas -, muitas vezes - para não dizer todas - é feito de maneira coercitiva, de modo que muitas pessoas, mesmo contra sua vontade, são obrigadas a participar dele. Aqueles que têm capacidade de coerção, em geral, usam instrumentos de guerra. Nessa direção sugiro a leitura dos livros Sobre a Guerra e Sobre a Paz org. por Fiori). (também é preciso lembrar que as Colônias e seus habitantes enriqueceram a Europa, segundo Dussel, muito menos desenvolvida que a China e o império Otomano).
“o progresso econômico espalhou-se pela Europa e por todos os continentes, alterando as formas de trabalho, o modo de vida”
2. Revolução Francesa: “a monarquia absolutista foi substituída por um regime republicano secular”. (esse processo foi iniciado em 1789 e que vem até hoje. Não se pode dizer que os nobres ligados à monarquia deixaram de intervir na vida política, prova disso é o Tratado de Viena, depois da derrota de Napoleão, que foi um imperador guerreiro, onde os monarcas de outras nações exigiram que os franceses voltassem à monarquia).
Nos séculos XIX e XX os países europeus buscavam fontes de recursos naturais (uma vez que eles tinham exauridos os seus) e novos mercados consumidores (como eles não produziam alimento suficiente para sua população, era preciso organizar os sistemas de trocas, entre eles a generalização do dinheiro). (uma das consequências deste dois fatores foi a padronização das cidades urbanas. De maneira sintética pode-se dizer que as cidades possuem: um centro comercial; algumas fontes de energia; indústrias; bancos; templos religiosos - de preferência não oriental e não árabe -; prédios públicos - hospitais, escolas, centros administrativos; asfalto e muito concreto. Porém, alguns lugares, como aqui no interior do estado de SP, temos menos indústrias do que nas grandes cidades)
Para que a Revolução Industrial fosse possível, foi necessário o desenvolvimento da Física (em especial aquela com aplicação militar: canhões; navios; espingardas). Assim, em conjunto com a matemática, a Física (primeiro a mecânica, depois a eletricidades) tornou-se referência.
2.3. Charles Dickens (1812-1870), Tempos Difíceis. Jovens Gradgrinds são adestrados nas escolas pelos ogros. Eles não conheciam a Lua ou a vaca; apenas sabiam calcular e descrever. O Sr. Gradgrind (o ‘eminentemente prático’), pais dos jovens, fez sua casa longe da cidade grande, em Coketown. Lá os jovens tinham gabinetes para estudar: conquiliologia (estudo das conchas), metalurgia e mineralogia.
O Sr. Gradgrind foi até um circo na extremidade da cidade. Selary, srta Josephine Sleary, Signor Jude, eram algumas das pessoas do circo.
4. Thomas Gradgrind se queixa que o circo, lugar de vagabundos, estava atraindo os jovens para longe da escola-modelo.
Qual a atualidade da história?
Com base em outra obra do mesmo autor, o diretor Roman Polanski filmou Oliver Twist (Dir. Roman Polanski. Reino Unido; República Checa; França; Itália: Sony Pictures, 2005. 130 minutos).
Tudo deveria ser medido e calculado: “ nascimentos, óbitos, doenças, preços, produção, animais, condenados por crimes, prostituição, o uso do solo, da água e do ar, quantidade de
bosques, de moinhos, de rebanhos e de vinhedos (JUDENSNAIDER, 2012, p. 56).
No Brasil, o censo é feito pelo IBGE a cada 10 anos (comentar rapidamente a divulgação do censo).
Mills, a imaginação sociológica (1975): “a Sociologia atua como “autoconsciência” da sociedade”.
(MILLS, Charles Wright. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1972. 10. Raramente [os homens] têm consciência da complexa ligação entre suas vidas e o curso da história mundial; por isso, os homens comuns não sabem, quase sempre, o que essa ligação significa para os tipos de ser em que se estão transformando e para o tipo de evolução histórica de que podem participar. 11. o que precisam, e o que sentem precisar, é uma qualidade de espírito que lhes ajude a usar a informação e a desenvolver a razão, a fim de perceber, com lucidez, o que está ocorrendo no mundo e o que pode ser estar acontecendo dentro deles mesmos. É essa qualidade, afirmo, que jornalistas e professores, artistas e públicos, cientistas e editores estão começando a esperar daquilo que poderemos chamar de imaginação sociológica. 12. A imaginação sociológica nos permite compreender a história e a biografia e as relações entre ambas, dentro da sociedade. 13. para Mills é preciso fazer tres perguntas: 1. qual a estrutura da sociedade (essência; comparação; mudança); 2. e sua relação com a história da humanidade; 3. como são os homens dessa sociedade.)
5.6. Exercícios: 1. inicialmente não foi a biologia que inspirou a sociologia, mas a mecânica. 2. a sociologia contribuiu para a corrente positivista (questão fora de contexto). 3. a sociologia surgiu pelo o capitalismo, inchaço do urbanos e da criminalidade (devido a violência de suas práticas)
Módulo 2 - Escopo, grandes temas da Sociologia, imaginação sociológica e subdivisão da Sociologia
7. Diferença entre sociologia e senso comum. Ex: antigamente os jovens amadurecem mais rápido. “Para que você possa fazer uma análise objetiva sobre o tema, seria necessário: a) explicar o que você entende por maturidade; b) mostrar de que forma é possível reconhecer mais ou menos maturidade por parte dos jovens; c) levantar dados, por meio de entrevistas ou por meio de estatísticas; d) refletir a respeito dos dados levantados; e e) concluir, com algum grau de segurança, sobre o nível de maturidade dos jovens de hoje em relação aos jovens do passado.”
“O senso comum formula opiniões sem qualquer compromisso com provas ou evidências. A ciência, por sua vez, ocupa-se em descobrir o "porquê", em explicar por que as coisas acontecem da forma como acontecem, em identificar as variáveis que tornam determinados
fenômenos possíveis e outros impossíveis.”
(a coisa se complica quando as pessoas comuns recebem informações científicas e que não conseguem avaliar. Ex. eletricidade, carro, telefone, cpu, alimentação. Assim, há vários níveis de senso comum, e, do mesmo modo, há vários níveis de ciência. Assim, o grande problema da ciência é reconhecer que, em algumas situações, ela não sabe muito mais que o senso comum e, algumas vezes, sabe menos)
“a ciência reflete sobre o senso comum”.
8. SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as ciências, 1996. Com o reconhecimento da comunidade científica de que as ciências naturais não são totalmente objetivas, há uma aproximação com as ciências humanas.
Em resumo, no nosso dia a dia, não “[dispomos] [...] da qualidade intelectual básica para sentir o jogo que se processa entre os homens e a sociedade, a biografia e a história, o eu e o mundo” (MILLS, 1975, p. 10).
Somos determinados pela história e, ao mesmo tempo, construímos a história.
imaginação sociológica (isso porque não é possível saber com certeza tudo que aconteceu em todas as épocas em todas as sociedades): Como cada sociedade está organizada? Como a organização social mudou ao longo do tempo? Quais os comportamentos dos homens e dos grupos humanos em cada sociedade e em cada momento histórico? Quanto a cultura, como produto da ação humana, é capaz de determinar as formas de organização social?
9. ARRUDA, M. A. do N. A trajetória da pesquisa na Sociologia. “entre os grandes temas da
Sociologia, encontram-se: 1. Teoria sociológica, metodologia e epistemologia; 2. Sociologia da cultura e da educação; 3. Sociologia dos processos políticos e das instituições públicas; 4. Relações sociais de gênero; 5. Sociologia da religião; 6. Estudos sobre a América Latina e a África Negra;
“Museu do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Sugerimos uma visita ao site do museu, acessando: http://www.iahgp.com.br/museu.php.”
“Em setembro de 2018, um incêndio destruiu praticamente todo o acervo do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, acervo esse amealhado ao longo de mais de duzentos anos.”
(Outros: crise ambiental; povos indígenas; questões da diferença; povos ditos orientais, entre os quais China, povos árabes, etc; relações internacionais)
7. Diferença entre sociologia e senso comum. Ex: antigamente os jovens amadurecem mais rápido. “Para que você possa fazer uma análise objetiva sobre o tema, seria necessário: a) explicar o que você entende por maturidade; b) mostrar de que forma é possível reconhecer mais ou menos maturidade por parte dos jovens; c) levantar dados, por meio de entrevistas ou por meio de estatísticas; d) refletir a respeito dos dados levantados; e e) concluir, com algum grau de segurança, sobre o nível de maturidade dos jovens de hoje em relação aos jovens do passado.”
“O senso comum formula opiniões sem qualquer compromisso com provas ou evidências. A ciência, por sua vez, ocupa-se em descobrir o "porquê", em explicar por que as coisas acontecem da forma como acontecem, em identificar as variáveis que tornam determinados
fenômenos possíveis e outros impossíveis.”
(a coisa se complica quando as pessoas comuns recebem informações científicas e que não conseguem avaliar. Ex. eletricidade, carro, telefone, cpu, alimentação. Assim, há vários níveis de senso comum, e, do mesmo modo, há vários níveis de ciência. Assim, o grande problema da ciência é reconhecer que, em algumas situações, ela não sabe muito mais que o senso comum e, algumas vezes, sabe menos)
“a ciência reflete sobre o senso comum”.
8. SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as ciências, 1996. Com o reconhecimento da comunidade científica de que as ciências naturais não são totalmente objetivas, há uma aproximação com as ciências humanas.
Em resumo, no nosso dia a dia, não “[dispomos] [...] da qualidade intelectual básica para sentir o jogo que se processa entre os homens e a sociedade, a biografia e a história, o eu e o mundo” (MILLS, 1975, p. 10).
Somos determinados pela história e, ao mesmo tempo, construímos a história.
imaginação sociológica (isso porque não é possível saber com certeza tudo que aconteceu em todas as épocas em todas as sociedades): Como cada sociedade está organizada? Como a organização social mudou ao longo do tempo? Quais os comportamentos dos homens e dos grupos humanos em cada sociedade e em cada momento histórico? Quanto a cultura, como produto da ação humana, é capaz de determinar as formas de organização social?
9. ARRUDA, M. A. do N. A trajetória da pesquisa na Sociologia. “entre os grandes temas da
Sociologia, encontram-se: 1. Teoria sociológica, metodologia e epistemologia; 2. Sociologia da cultura e da educação; 3. Sociologia dos processos políticos e das instituições públicas; 4. Relações sociais de gênero; 5. Sociologia da religião; 6. Estudos sobre a América Latina e a África Negra;
“Museu do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Sugerimos uma visita ao site do museu, acessando: http://www.iahgp.com.br/museu.php.”
“Em setembro de 2018, um incêndio destruiu praticamente todo o acervo do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, acervo esse amealhado ao longo de mais de duzentos anos.”
(Outros: crise ambiental; povos indígenas; questões da diferença; povos ditos orientais, entre os quais China, povos árabes, etc; relações internacionais)
10. 1.
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